O plano de Barroso não vai funcionar
"Durão Barroso pediu aos líderes europeus o aumento dos fundos do FEEF para este enfrentar a tempestade financeira que afecta Itália e Espanha. O pedido parece fazer sentido: o fundo dispõe de apenas 440 mil milhões de euros, valor que não chega para socorrer Itália (cuja dívida chega a 1,8 triliões de euros…) e Espanha. O pedido de Barroso é semelhante ao do ex-Secretário de Estado do Tesouro, Henry Paulson, feito ao Congresso em Julho de 2008, a propósito do "bail-out" da dupla Fannie Mae e Freddy Mac: "Se você tiver uma pistola sob a saia, provavelmente terá de a utilizar (porque ninguém sabe que a tem). Mas se tiver uma bazooka, como as pessoas sabem que a tem, nunca terá de a usar".
O Congresso não lhe deu o cheque em branco, mas deu muito dinheiro. Dois meses depois, porém, Paulson foi obrigado a pedir ao Congresso mais fundos. Admitamos que Barroso é ouvido: mais dinheiro para o FEEF resolve o problema? Não. Porque os mercados sabem duas coisas: 1 - que os políticos europeus movem-se devagar; mais devagar que os mercados (não há um órgão central, à imagem do BCE, para tomar medidas na área orçamental); 2 - que é difícil convencer alemães e norte-europeus a transferirem mais dinheiro para a periferia.
Como a Europa corre sempre atrás do prejuízo, a especulação compensa: primeiro a Grécia, depois a Irlanda, a seguir Portugal, agora Espanha e Itália… E a seguir? França e Bélgica? Barroso já percebeu que a crise é sistémica. E que o Euro acaba se nada for feito. Mas se quer ficar na História terá de convencer a Alemanha que o federalismo financeiro é inevitável. Essa (solução) sim, é "a bazooka" capaz de parar os mercados."
Camilo Lourenco
O Congresso não lhe deu o cheque em branco, mas deu muito dinheiro. Dois meses depois, porém, Paulson foi obrigado a pedir ao Congresso mais fundos. Admitamos que Barroso é ouvido: mais dinheiro para o FEEF resolve o problema? Não. Porque os mercados sabem duas coisas: 1 - que os políticos europeus movem-se devagar; mais devagar que os mercados (não há um órgão central, à imagem do BCE, para tomar medidas na área orçamental); 2 - que é difícil convencer alemães e norte-europeus a transferirem mais dinheiro para a periferia.
Como a Europa corre sempre atrás do prejuízo, a especulação compensa: primeiro a Grécia, depois a Irlanda, a seguir Portugal, agora Espanha e Itália… E a seguir? França e Bélgica? Barroso já percebeu que a crise é sistémica. E que o Euro acaba se nada for feito. Mas se quer ficar na História terá de convencer a Alemanha que o federalismo financeiro é inevitável. Essa (solução) sim, é "a bazooka" capaz de parar os mercados."
Camilo Lourenco
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