A União Europeia é um mau filme de terror
"A União Europeia está transformada num daqueles filmes de qualidade duvidosa. Conforme vão passando os maus desempenhos, pensamos que não pode piorar. Mas a cena seguinte é sempre pior do que a anterior.
Ontem viveu-se mais um destes episódios de horror. Durante a manhã, o gabinete de Durão Barroso divulgou uma carta que o presidente da Comissão Europeia enviou aos líderes europeus pedindo um reforço do dinheiro que está no fundo de estabilização. O pedido é legítimo, acertado e é tão óbvio que custa acreditar como é que ainda não foi acordado.
Num momento em que os juros da dívida soberana italiana e espanhola estão a subir para máximos, o reforço do Fundo de Europeu de Estabilização Financeira é a única forma de dar credibilidade à promessa de que nenhum outro Estado-membro vai entrar em incumprimento. As verbas que estão no fundo são insuficientes para resgatar Espanha e Itália, o que alimenta os medos dos investidores de que os países europeus não são capazes de cumprir as suas obrigações. Perante esta medida de bom senso, qual foi a resposta do Governo alemão? Nem pensar.
O país que devia estar a liderar o projecto europeu é, neste momento, o seu maior coveiro. O governo de Merkel continua amarrado à agenda política interna e receia uma opinião pública cada vez mais hostil à Europa. Para já, tem jogado à defesa e reagido a favor do euro no último segundo. O problema é que tempo custa dinheiro. Cada segundo de inacção corresponde a um agravamento da crise. Os mercados estão a reagir como é normal. Nos últimos cinco dias, as principais bolsas caíram 10%. Já os juros da dívida soberana continuam a sua escalada. E o fogo continua a propagar-se. A economia está a sofrer uma recaída. O Banco Central Europeu já admite um novo arrefecimento no crescimento económico.
Os líderes europeus continuam a dar provas das suas fraquezas e incapacidades. E o modelo de funcionamento da União Europeia também já demonstrou que é deficiente. O processo de decisão é demasiado lento e ruidoso, com muitas bocas entre os organismos comunitários e os intergovernamentais. Estão à espera do quê para mudarem? Talvez aguardem o fim do euro."
Bruno Proença
Ontem viveu-se mais um destes episódios de horror. Durante a manhã, o gabinete de Durão Barroso divulgou uma carta que o presidente da Comissão Europeia enviou aos líderes europeus pedindo um reforço do dinheiro que está no fundo de estabilização. O pedido é legítimo, acertado e é tão óbvio que custa acreditar como é que ainda não foi acordado.
Num momento em que os juros da dívida soberana italiana e espanhola estão a subir para máximos, o reforço do Fundo de Europeu de Estabilização Financeira é a única forma de dar credibilidade à promessa de que nenhum outro Estado-membro vai entrar em incumprimento. As verbas que estão no fundo são insuficientes para resgatar Espanha e Itália, o que alimenta os medos dos investidores de que os países europeus não são capazes de cumprir as suas obrigações. Perante esta medida de bom senso, qual foi a resposta do Governo alemão? Nem pensar.
O país que devia estar a liderar o projecto europeu é, neste momento, o seu maior coveiro. O governo de Merkel continua amarrado à agenda política interna e receia uma opinião pública cada vez mais hostil à Europa. Para já, tem jogado à defesa e reagido a favor do euro no último segundo. O problema é que tempo custa dinheiro. Cada segundo de inacção corresponde a um agravamento da crise. Os mercados estão a reagir como é normal. Nos últimos cinco dias, as principais bolsas caíram 10%. Já os juros da dívida soberana continuam a sua escalada. E o fogo continua a propagar-se. A economia está a sofrer uma recaída. O Banco Central Europeu já admite um novo arrefecimento no crescimento económico.
Os líderes europeus continuam a dar provas das suas fraquezas e incapacidades. E o modelo de funcionamento da União Europeia também já demonstrou que é deficiente. O processo de decisão é demasiado lento e ruidoso, com muitas bocas entre os organismos comunitários e os intergovernamentais. Estão à espera do quê para mudarem? Talvez aguardem o fim do euro."
Bruno Proença
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