A vingança de Keynes sobre Hayek
"O economista austríaco Friedrich von Hayek, que morreu em 1992 com 93 anos de idade, afirmou uma vez que para ter a última palavra bastava sobreviver aos adversários. A sua maior sorte foi sobreviver a Keynes por quase 50 anos e reclamar uma vitória póstuma sobre o seu rival que o atacou intelectualmente enquanto esteve vivo.
A apoteose de Hayek aconteceu nos anos 80 a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher citou o seu livro “The Road to Serfdom” (1944), onde ataca o planeamento central. Mas em economia nunca há veredictos finais. Enquanto a defesa de Hayek do sistema de mercado contra a ineficiência do planeamento central foi ganhando adeptos, a visão de Keynes de que o sistema de mercado exige uma estabilização contínua persistiu nos ministérios das Finanças e nos bancos centrais.
As duas tradições foram eclipsadas pelas “expectativas racionais” da escola de Chicago, que dominou o pensamento económico dominante nos últimos 25 anos. Se os agentes económicos possuem informação perfeita sobre todas as contingências possíveis, as crises sistémicas nunca podem acontecer, a não ser como resultado de acidentes ou surpresas que não estão ao alcance da teoria económica.
O colapso económico global de 2007 e 2008 desacreditou a economia das “expectativas racionais” (apesar dos seus maiores defensores ainda terem de o reconhecer) e recuperou Keynes e Hayek de novo para uma disputa póstuma. As questões não mudaram muito desde que iniciaram a sua discussão na Grande Depressão dos anos 30. O que provoca o colapso das economias de mercado? Qual a reposta correcta a um colapso? Qual é a melhor forma de evitar futuros colapsos?
Para Hayek, no início dos anos 30, e para os seguidores de Hayek no dia de hoje, a “crise” resulta de um excesso de investimento face à oferta de poupanças, possível devido à excessiva expansão do crédito. Os bancos emprestam a taxas mais baixas do que os genuínos aforradores iriam exigir, tornando todo o tipo de projectos de investimento temporariamente rentáveis.
Mas como estes investimentos não reflectem as preferências reais dos agentes económicos para o futuro sobre o consumo actual, não estão disponíveis as poupanças suficientes para a sua realização. Podem ser mantidos durante algum tempo através de injecções de capital por parte do banco central. Mas, eventualmente, o mercado vai perceber que não existem poupanças suficientes para todos os projectos de investimento. Nessa altura, a expansão transforma-se em queda.
Qualquer expansão artificial carrega consigo as sementes da sua própria destruição. A recuperação consiste em liquidar as afectações erradas, reduzir o consumo e aumentar a poupança.
Keynes (e actualmente os Keynesianos) pensaria nas crises como o resultado do contrário: falta de investimento face à oferta de poupança – ou seja, muito pouco consumo ou procura agregada para manter um nível de pleno emprego do investimento – que leva a um colapso das expectativas de lucros.
Mais uma vez a situação pode manter-se por um tempo recorrendo ao financiamento do crédito aos consumidores mas, eventualmente, os consumidores vão ficar sobre endividados e restringir as suas compras. De facto, as explicações keynesiana e hayekiana da origem da crise não são muito diferentes: em ambas o sobreendividamento tem um papel central. Mas as suas conclusões são muito diferentes.
Enquanto para Hayek a recuperação exige a liquidação de investimentos excessivos e um aumento das poupanças dos consumidores, para Keynes consiste na redução da propensão para poupar e no aumento do consumo para manter as expectativas de lucros das empresas. Hayek exige mais austeridade, Keynes mais gastos.
Temos aqui uma pista para perceber porque Hayek perdeu a sua grande batalha com Keynes nos anos 30. Não foi apenas porque a política de liquidação dos excessos fosse politicamente catastrófica: na Alemanha, levou Hitler ao poder. Como Keynes sublinhou se todos – famílias, empresas e governos – começarem a tentar aumentar as suas poupanças ao mesmo tempo, não há forma de evitar que a economia caia até que as pessoas sejam demasiado pobres para poupar.
Foi esta falha no raciocínio de Hayek que levou a maioria dos economistas a desertar do campo de Hayek e a abraçar as políticas de “estímulo” keynesianas. Como o economista Lionel Robbins lembrou: “Confrontados com a dura deflação desses dias, a ideia de que o essencial era eliminar os investimentos errados e… fomentar a disponibilidade para poupar era… tão desadequada como negar cobertores e estimulantes a um bêbado que tivesse caído num lago gelado, afirmando que o seu problema inicial era o sobreaquecimento”.
Excepto para os fanáticos de Hayek, parece óbvio que estímulo global coordenado de 2009 impediu que o mundo caísse noutra Grande Depressão. Não há dúvida que o custo para muitos governos de resgatar os seus bancos e de evitar o colapso das suas economias prejudicou ou destruiu a sua capacidade de crédito. Mas é cada vez mais reconhecido que medidas de austeridade no sector público, em alturas de gastos reduzidos no sector privado, leva a anos de estagnação ou provoca mesmo um novo colapso.
Assim, a política tem que mudar. Pouco se pode esperar na Europa. A verdadeira questão é se o presidente Barack Obama tem o que é necessário para ser um novo Franklin Roosevelt.
Para evitar novas crises da mesma dimensão, os Keynesianos proporiam o reforço das ferramentas de gestão macroeconómica. Os Hayekianos, por seu lado, não têm nada sensato a propor. É demasiado tarde para um dos seus remédios favoritos – abolição dos bancos centrais, supostamente a fonte da excessiva criação de crédito. Mesmo uma economia sem bancos centrais estará sujeita aos erros do optimismo e do pessimismo. E uma atitude de indiferença face às consequências destes erros é uma má política e um mau princípio moral. Assim, apesar da sua distinção como filósofo da liberdade, Hayek mereceu perder a batalha com Keynes nos anos 30. E merece perder a vingança de hoje também. "
Robert Skidelsky
A apoteose de Hayek aconteceu nos anos 80 a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher citou o seu livro “The Road to Serfdom” (1944), onde ataca o planeamento central. Mas em economia nunca há veredictos finais. Enquanto a defesa de Hayek do sistema de mercado contra a ineficiência do planeamento central foi ganhando adeptos, a visão de Keynes de que o sistema de mercado exige uma estabilização contínua persistiu nos ministérios das Finanças e nos bancos centrais.
As duas tradições foram eclipsadas pelas “expectativas racionais” da escola de Chicago, que dominou o pensamento económico dominante nos últimos 25 anos. Se os agentes económicos possuem informação perfeita sobre todas as contingências possíveis, as crises sistémicas nunca podem acontecer, a não ser como resultado de acidentes ou surpresas que não estão ao alcance da teoria económica.
O colapso económico global de 2007 e 2008 desacreditou a economia das “expectativas racionais” (apesar dos seus maiores defensores ainda terem de o reconhecer) e recuperou Keynes e Hayek de novo para uma disputa póstuma. As questões não mudaram muito desde que iniciaram a sua discussão na Grande Depressão dos anos 30. O que provoca o colapso das economias de mercado? Qual a reposta correcta a um colapso? Qual é a melhor forma de evitar futuros colapsos?
Para Hayek, no início dos anos 30, e para os seguidores de Hayek no dia de hoje, a “crise” resulta de um excesso de investimento face à oferta de poupanças, possível devido à excessiva expansão do crédito. Os bancos emprestam a taxas mais baixas do que os genuínos aforradores iriam exigir, tornando todo o tipo de projectos de investimento temporariamente rentáveis.
Mas como estes investimentos não reflectem as preferências reais dos agentes económicos para o futuro sobre o consumo actual, não estão disponíveis as poupanças suficientes para a sua realização. Podem ser mantidos durante algum tempo através de injecções de capital por parte do banco central. Mas, eventualmente, o mercado vai perceber que não existem poupanças suficientes para todos os projectos de investimento. Nessa altura, a expansão transforma-se em queda.
Qualquer expansão artificial carrega consigo as sementes da sua própria destruição. A recuperação consiste em liquidar as afectações erradas, reduzir o consumo e aumentar a poupança.
Keynes (e actualmente os Keynesianos) pensaria nas crises como o resultado do contrário: falta de investimento face à oferta de poupança – ou seja, muito pouco consumo ou procura agregada para manter um nível de pleno emprego do investimento – que leva a um colapso das expectativas de lucros.
Mais uma vez a situação pode manter-se por um tempo recorrendo ao financiamento do crédito aos consumidores mas, eventualmente, os consumidores vão ficar sobre endividados e restringir as suas compras. De facto, as explicações keynesiana e hayekiana da origem da crise não são muito diferentes: em ambas o sobreendividamento tem um papel central. Mas as suas conclusões são muito diferentes.
Enquanto para Hayek a recuperação exige a liquidação de investimentos excessivos e um aumento das poupanças dos consumidores, para Keynes consiste na redução da propensão para poupar e no aumento do consumo para manter as expectativas de lucros das empresas. Hayek exige mais austeridade, Keynes mais gastos.
Temos aqui uma pista para perceber porque Hayek perdeu a sua grande batalha com Keynes nos anos 30. Não foi apenas porque a política de liquidação dos excessos fosse politicamente catastrófica: na Alemanha, levou Hitler ao poder. Como Keynes sublinhou se todos – famílias, empresas e governos – começarem a tentar aumentar as suas poupanças ao mesmo tempo, não há forma de evitar que a economia caia até que as pessoas sejam demasiado pobres para poupar.
Foi esta falha no raciocínio de Hayek que levou a maioria dos economistas a desertar do campo de Hayek e a abraçar as políticas de “estímulo” keynesianas. Como o economista Lionel Robbins lembrou: “Confrontados com a dura deflação desses dias, a ideia de que o essencial era eliminar os investimentos errados e… fomentar a disponibilidade para poupar era… tão desadequada como negar cobertores e estimulantes a um bêbado que tivesse caído num lago gelado, afirmando que o seu problema inicial era o sobreaquecimento”.
Excepto para os fanáticos de Hayek, parece óbvio que estímulo global coordenado de 2009 impediu que o mundo caísse noutra Grande Depressão. Não há dúvida que o custo para muitos governos de resgatar os seus bancos e de evitar o colapso das suas economias prejudicou ou destruiu a sua capacidade de crédito. Mas é cada vez mais reconhecido que medidas de austeridade no sector público, em alturas de gastos reduzidos no sector privado, leva a anos de estagnação ou provoca mesmo um novo colapso.
Assim, a política tem que mudar. Pouco se pode esperar na Europa. A verdadeira questão é se o presidente Barack Obama tem o que é necessário para ser um novo Franklin Roosevelt.
Para evitar novas crises da mesma dimensão, os Keynesianos proporiam o reforço das ferramentas de gestão macroeconómica. Os Hayekianos, por seu lado, não têm nada sensato a propor. É demasiado tarde para um dos seus remédios favoritos – abolição dos bancos centrais, supostamente a fonte da excessiva criação de crédito. Mesmo uma economia sem bancos centrais estará sujeita aos erros do optimismo e do pessimismo. E uma atitude de indiferença face às consequências destes erros é uma má política e um mau princípio moral. Assim, apesar da sua distinção como filósofo da liberdade, Hayek mereceu perder a batalha com Keynes nos anos 30. E merece perder a vingança de hoje também. "
Robert Skidelsky
11 Comments:
http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/?p=8974
Se possível seria interessante publicar este artigo é que há agências de rating que são independentes.
É muito interessante o artigo e revela muita verdade escondida e muita mentira inventada, Vejam no quadro como é classificada a Austria , a Finlândia e o que vai acontecer a um dos maiores bancos norte americanos que deveria estar notado como falido pelas 3 magníficas.
Eu não consigo fazer a transcrição que será melhor que o permalink e pode publicar o dono do artigo não se importa.
Toupeira
http://www.weissratings.com/ratings/track-record/banks-and-thrift-failures.aspx
Este quadro é interessantíssimo.
As pessoas têm de estar informadas, não falo dos economistas do sistema os lambe botas que são a grande maioria, falo nos que falam verdade e não têm rabos de palha.
É claro que a política tem a ver com o esconder destas situações afinal a indústria financeira são os patrões dos políticos, são eles que lhes pagam os votos.
TOUPEIRA
Toupeira
Sair do Euro e em força, já!
São medidas com impacto diminuto no bolo de austeridade imposto aos portugueses. O governo anunciou que quer ultrapassar o programa da troika, só que subestima os riscos recessivos de todo este programa. Ou seja, este aumento de impostos, o aumento do custo de vida que se vê na electricidade, no gás e nos transportes, tem um impacto no consumo e no investimento nacional que resultará na diminuição da receita do Estado. É possível que este ano se cumpra o défice, até porque há receitas extraordinárias previstas, mas parece-me muito difícil cumprir as metas estabelecidas com a troika devido a estes impactos recessivos na economia. Queremos cumprir o défice, mas depois não temos as receitas quAs experiências que existiram, de ajustamento pela austeridade, só resultaram porque tinham uma escapatória que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deixava variar, que era a taxa de câmbio. Ou seja, estes países tinham de cumprir um programa de austeridade, mas podiam desvalorizar a sua moeda. Esta experiência é nova. Sou muito pessimista, não vejo nenhuma saída para o crescimento económico, não temos a escapatória de desvalorização cambial e temos um contexto mundial de recessão iminente, que claramente foi criado pela austeridade imposta em graus diferentes, dos EUA ao continente europeu.
e correspondem a esse objectivo.
TOUPEIRA
II
Não me parece que as exportações venham a crescer, porque há um contexto de recessão mundial e, por outro lado, os efeitos recessivos do consumo público e privado são subestimados. Pode-se entrar numa espiral de falências que apontam para uma recessão muito mais grave do que o governo espera e mesmo assim espera uma recessão à volta dos 2% para 2011 e 2% para o ano seguinte, mas será certamente pior.
A Grécia é o melhor exemplo. É imposta austeridade, os países conseguem cortar na despesa pública, mas precisam de mais financiamento do que se tinha previsto nos acordos com a troika. Neste caso ou há uma renegociação da dívida ou há um novo pacote de ajuda. Com a Grécia há um novo pacote de ajuda e houve uma renegociação liderada pelos credores, em que a banca europeia aligeirou o peso da dívida. Não acredito que a dívida grega seja sustentável e nós vamos ter de renegociar a nossa. Hoje já é insustentável e precisamos de melhores condições com a União Europeia, que permitam o crescimento económico do país. Só com o crescimento económico as dívidas se resolvem.
III
Não tem existido um equilíbrio entre austeridade e investimento público...
Essa articulação parece-me muito difícil. Existe um consenso entre os economistas portugueses sobre como o peso do Estado é extraordinário dentro da economia e como vivemos acima das possibilidades, mas são dois mitos. Nós não vivemos acima das possibilidades, tivemos foi dez anos de estagnação económica. Portugal foi dos países que menos cresceram no mundo. E esta ideia de que todos andámos a comprar LCD e viagens à República Dominicana a crédito é falsa. Houve um forte endividamento das famílias, mas 80% do crédito às famílias é crédito à habitação, ou seja, estamos a falar de um bem essencial. Também não faz sentido falar de um excessivo peso do Estado português na economia: em 2007, antes da crise internacional, o peso da despesa pública em Portugal era de 47% do PIB e era esta a média dos países da OCDE. O problema que vivemos hoje está relacionado com o processo de adesão ao euro e que criou e agravou desequilíbrios estruturais que nos puseram numa posição muito frágil quando chegámos à crise internacional. Quando entrámos no euro, entrámos com um escudo muito sobrevalorizado em relação às outras moedas internacionais, e no euro há uma política monetária que é feita não em função de economias como a nossa, mas em função de maiores economias, como a alemã. Estamos a destruir o projecto europeu: temos uma moeda única mas temos economias completamente diferentes, sem orçamento europeu.
IV
Portugal pode estar em risco de sair da moeda única?
É uma hipótese que se põe. A saída por cima seria mudar esta Europa, mudar este euro e ter um orçamento europeu digno desse nome. O orçamento da UE, mesmo com o impacto positivo que teve no nosso país nas últimas décadas, é de 1% do PIB, mas o orçamento da Reserva Federal anda à volta dos 20 e tal por cento. Não peço tanto, mas peço um orçamento europeu com impostos europeus e uma harmonização fiscal europeia e programas de protecção social que se adaptem aos diferentes países. Ter um salário mínimo europeu não significa um salário mínimo para todos os países, mas ter uma regra de 60% do salário médio de cada país. Isso iria corrigir desequilíbrios externos que verificámos na última década. Portugal tem um endividamento público parecido com o de França e inferior ao de Itália e esses países não sofrem ataques especulativos dos mercados financeiros. Depois há a saída por baixo, que é a saída do euro.
Mas sair do euro teria custos...
Sim, principalmente se a saída fosse feita de forma desorganizada. Mas se isto continuar assim, seremos forçados a sair do euro.
De entrevista a Nuno Teles
TOUPEIRA
Toupeira
Porque não publica os seus textoscomo posts e não como comentários a posts?
A agência de notação financeira informa, em comunicado, que desceu o ‘rating’ de Itália de A+ para A, mantendo o ‘outlook’ negativo, o que indica a possibilidade de um novo ‘downgrade’ nos próximos meses. Isto apesar de Itália ter aprovado este mês um pacote de austeridade de 54 mil milhões de euros, para convencer o Banco Central Europeu (BCE) a comprar títulos de dívida italiana no mercado secundário.
A S&P justifica o corte com a sua previsão de um fraco crescimento da economia italiana A agência reviu em baixa a expansão do PIB de Itália para um ritmo médio anual de 0,7% entre 2011 e 2014, contra a anterior projecção de um crescimento de 1,3%. “Acreditamos que o ritmo reduzido da actividade económica italiana até à data irá fazer com que sejam difíceis de atingir os objectivos orçamentais do Governo”, explica a S&P.
Espera-se que faça o mesmo à Alemanha que tem crescimentos semelhantes, assim a coisa implodirá mais depressa e a exigência de equidade será dirigida ao outro lado do atlântico.
Por outro lado os arrogantes do norte da Europa começarão a
Diz o Sr Ministro das Finanças, que o aumento da taxa do IVA para 23% na factura do gás e electricidade, é o que se pratica na maioria dos paises europeus.
Então comparemos: SALÁRIOS MÍNIMOS NA EUROPA:
Suíça - 2.916 €
Luxemburgo - 1.757,56 €
Irlanda - 1.653 €
Bélgica - 1.415,24 €
Holanda - 1.400 €
França - 1.377,70 €
Reino Unido - 1.035 €
Espanha - 748,30 €
Portugal - 485 €
E ESTA HEM ??????
Este ministro tem cara daquele menino esperto lá da escola a quem dava gosto dar uns "calduços" porque pensava que só ele é que era esperto e todos os os outros uns estúpidos.
Toupeira
Porque razão não podemos pagar a dívida a que chamam de soberana e outros assuntos.
O título é errado ,não temos dívida soberana, isso não existe foi inventada pelos americanos em Wall Street, quando falo em americanos não sei se são americanos, são tipos para os quais para eles não existe nem honra, nem estado, nem Nação.
Ganância.
Greedy, como dizem os americanos de fé, aqueles que condenaram os actos de pirataria de que não estão ilibados começando pelas empresas de auditoria, as agêmcia de rating, o Fed e as sucessivas administrações desde o tempo de Reagan.
A crise subprime foi o despoletar de uma situação que já existia há muito, que os economistas os mais conhecidos e mais respeitáveis das universidades que todos querem fazer crer que são sérias.
Estes foram os que cobriram as situações até ao fim dizendo na véspera que tudo estava bem, junto dos respeitáveis e abomináveis jornalistas de jornais ditos sérios.
Mais sérios eram os gangsters do tempo da grande depressão.
Causas?
Fácil.
Os políticos e as políticas dos bancos de investimento, a substituição e fecho das empresas em nome da globalização, pelo lucro na altura muito fácil e enorme, fabricava-se na China e na ìndia e vendia a preços 100 vezes superior ao custo, valia a pena importar barato o que se deixou de fazer no Ocidente.
Mas houve e há outros custos, o desemprego, o desespero, a morte dos estados e das suas estruturas, pelos agiotas de sempre.
Uma empresa de construção civil que não cito de nome, começou a comprar influência e políticos, deixou de ter trabalhadores e parque de máquinas e criou uma teia de subempreitadas, apenas tinha de comprar os políticos e fazer aumentar o lucro final da obra orçada num valor de início e paga no fim por 3 ou 4 vezes mais, chamavam de derrapagem à burla. Ninguém foi preso.
Com estes procuradores, (a letra minúscula é de propósito) e esta justiça?
Agora falam de Jardim?
Tenham vergonha na cara.
Os comunistas hoje metem-me nojo, porque nas câmaras deles é feita a mesma coisa, escolhem as empresas, recrutam por cartão e falo nestes porque querem parecer sérios, dos outros nem vale a pena falar, é uma questão de dimensão.
É verdade a Europa está morta pelos dirigentes gente sem escrúpulos, porque nunca se virou para o mercado externo, porque os seus dirigentes são tão corruptos como os políticos americanos, são gémeos.
Agora que a China não vai poder crescer e começa a ter dificuldades em vender, irá acontecer algo de muito grave, a recessão será a salvação porque obrigará a que se voltem a fabricar nos antigos mercados, os chineses não podem mais vir buscar as tecnologias, porque não tiveram tempo para criar uma classe média que sustentasse o seu sonho, assim, os mercados serão novamente fechados, as dívidas não serão saldadas, a desconfiança aumentará e a albanização de vários blocos será a solução.
Mas até lá será um inferno, como o de Dante, atravessá-lo com o Arcanjo S.Gabriel acompanhado pela Virgem Maria que se prostrará a pedir a Ele, que atenue as penas dos condenados eternamente e faça um interregno, como falava o irmão mais velho Karamazov, ao mais novo e crente Aliocha, na obra de Dostoievski, antes de começar a contar a Parábola do Grande Inquisidor.
Chama-se a isto desglobalização.
O judeu Rothchild sabia do que falo, dizia o fundador da casa com o seu nome, que quando o sangue correr nas valetas, será a altura para comprar.
É assim e nunca haverá volta a dar.
Toupeira
O responsável pelo Banco Mundial que é a mesma coisa que o FMI, questões de eufemismos, veio dizer o que está abaixo, mas é para fazer exactamente o contrário, porque que eu saiba pediram desculpas muito baixinhas quando os tentaram apertar nos USA, voltaram ao mesmo, são eles um dos causadores da crise subprime e agora das dívidas soberanas. Os países não vivem da indústria financeira, vivem da agricultura, e das suas indústrias e serviços e sem, tem de haver proteccionismo, para não beneficiar os especuladores e os senhores que abandonaram as empresas muitas delas herdadas, para as vender nos mercados financeiros e nas roletas das bolsas, isto é a economia, não chame de estúpidos a todos, aos dirigentes políticos chame de criados, capiche?
Em 2008, muitos disseram que não havia qualquer possibilidade de antecipar a turbulência entretanto verificada. Hoje, os líderes políticos não tem desculpas desse tipo, disse Robert Zoellick, na abertura das assembleias anuais do Banco Mundial e do FMI, em Washington.
Zoellick acrescentou que os países ocidentais "não teriam desculpa" se os seus países caíssem em recessão e isso pesasse sobre a economia mundial.
O presidente do Banco Mundial (BM) receia que a crise económica nos Estados Unidos, Europa e Japão possam contaminar a economia global.
O líder do BM disse que algumas economias estão claramente abaixo do nível de crescimento anterior à crise devido aos drásticos ajustamentos financeiros no actual contexto de crise. Os países periféricos que continuam submersos pelas crises da dívida, citou a Grécia, Irlanda e Portugal, vivem recessões ou fraco crescimento económico. Zoellick recomendou que estas economias prossigam rapidamente os ajustamentos orçamentais em curso, que reduzirão, durante algum tempo, a sua capacidade produtiva.
"Continuo a pensar que uma nova recessão nas grandes economias do planeta é improvável. Mas a minha confiança nesta perspectiva é desgastada todos os dias pelo constante fluxo de más notícias económicas", sublinhou.
"Uma crise fabricada no mundo desenvolvido poderia tornar-se uma crise para os países em desenvolvimento. A Europa, o Japão e os Estados Unidos devem agir para atacar os seus graves problemas económicos antes que eles não se tornem mais graves para o resto do mundo", preveniu.
Ao ser interrogado sobre o que aconselhava a que fosse feito, Zoelick apelou para que se evitasse o proteccionismo. "Sejam países desenvolvidos ou não, a minha conclusão é : Não façam asneiras. Portanto, não deixem o mundo entrar numa espiral de proteccionismo", explicou.
Pediu ainda que, no que respeita à agricultura, quando os preços começam a subir, se evitem os embargos às exportações".
A preocupação com a crise financeira na zona euro foi também manifestada por seis países do G20 - Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México e Reino Unido - que apelaram à zona euro para reforçar os seus bancos, num comunicado conjunto divulgado pelo Reino Unido.
"Os governos e as instituições da zona euro devem agir rapidamente para enfrentar a crise do euro e todas as economias europeias devem resolver o problema da dívida para impedir um contágio à economia mundial", acrescentaram esses países.
"Os EUA, enquanto primeira economia mundial, também tem um papel fundamental a desempenhar para restaurar a confiança", sublinharam.
Finalmente, um estudo do Banco Central Europeu (BCE) confirmou ontem que a moeda única europeia está em perigo devido às despesas descontroladas dos Estados da zona euro e da crise da dívida que surgiu associada.
A instituição recomenda que, para melhorar a boa governação e evitar a repetição de uma crise, "todo o défice de mais de 3% do PIB deve ser unanimemente aprovado pelos governos da zona euro", uma espécie de "regra de ouro" comum a todos.
Toupeira
Enviar um comentário
<< Home