II parte
Daqui, teremos que saltar para a primeira metade do século
XVIII, até Frankfurt, onde um ourives, de ascendência judia askenaze alemã, de
nome Moses Amschel Bauer, que viria a mudar o seu apelido para “Rothschild”
(escudo vermelho, em alemão), e teve 10 filhos, a partir de 1744. Cinco destes
filhos, após casamentos vantajosos, foram colocados noutras capitais (Viena,
Nápoles, Paris e Londres – para onde mais tarde se mudaria a sede de todo o
grupo), à frente dos principais bancos, dando inicio a uma teia financeira de
colossais proporções, que lhes trouxe uma incalculável riqueza e poder sobre
numerosas personalidades e governos a quem emprestavam dinheiro.
É mister
acrescentar que, mais tarde, a família do “escudo vermelho”, passou a apoiar o
Sionismo e à obtenção de um território, onde a diáspora judaica pudesse ter um
lar e um Estado. A declaração Balfour, de 2/11/1917, é um ponto fundamental
neste desígnio.
Outro salto é
mister dar até à segunda metade do século XIX e de novo a Inglaterra (onde a
Maçonaria especulativa, “clássica”, tinha visto oficialmente a luz do dia, em
1717), país em que nasceu, em 1819, John Ruskin, mais tarde regente da cadeira
de “fine arts”, na Universidade de Oxford. Preocupado com os problemas sociais
e económicos que o rápido desenvolvimento da industrialização causava, começou
a desenvolver doutrina relativamente à organização do Estado e da Sociedade,
que são considerados como o germe de um projecto global para o governo da
humanidade. Tal deveria começar por ser aplicado a todo o povo inglês e
rapidamente exportado para o seu império colonial.
As prédicas de Ruskin
acabaram de influenciar numerosos alunos de Oxford (por ele considerados como
“membros da classe privilegiada dos dirigentes”). O mais famoso, e influente
dos seus discípulos foi o magnate Cecil Rhodes (1853-1902), que terá decidido
pôr em prática as ideias do seu mestre (cabe aqui lembrar que Rhodes, foi nosso
figadal inimigo e cuja acção está na origem do “Ultimatum”).
Com sólidos
apoios em Inglaterra procurou financiamento para o seu projecto. Deste modo
obteve o apoio de Lord Rothschild e de Alfred Belt e com ele consegue o
monopólio da exploração de diamantes, com a companhia “De Beers e, ainda criar
a “Gold Fields”para a exploração das minas de ouro. Em 1890 Rhodes tinha já um
rendimento anual superior a um milhão de libras…
Este dinheiro
permitiu-lhe fazer um pouco de tudo, tendo fundado, em 5 de Fevereiro de 1891,
uma sociedade secreta, juntamente com Milner Stead (importante jornalista) e
Lord Esher, que se destinava a ligar todos aqueles já comprometidos com as
ideias de Ruskin. Chamaram-lhe inicialmente “Association of Helpers”, que deu
origem aos “Round Table Organizations”.
A pouco e pouco a
organização foi-se desenvolvendo e alargando a outros países, nomeadamente aos
EUA. Dada a importância crescente deste país, a liderança da “organização”
passou para lá, tendo o apoio dos principais magnatas da finança e da
indústria, como os Rockefeller, J.P.Morgan, Carnegie, Whitney, Lazard Brothers,
etc.
Convém ainda
apontar que o Federal Reserve System, conhecido na gíria como “Fed”, foi
fundado, em 23/12/1913, após forte oposição de políticos e instituições
americanas. O Fed funciona como um banco central, mas não é controlado pelo
governo americano, mas sim pelas financeiros privados que o formaram…
Toda esta organização
(que ninguém elegeu) foi crescendo desmesuradamente, criando e dominando
variadíssimas estruturas, desde o Banco Mundial à ONU, do FMI à Trilateral,
etc., estabelecendo-se fortemente, na Europa, EUA e Japão. Não deve ser só por
coincidência que quase todos os primeiros ministros, em Portugal, só o foram
depois de terem sido convidados para uma reunião do “Grupo de Bildelberg”, cuja
agenda nunca é dada a conhecer…
O sistema
financeiro foi-se desenvolvendo baseado no juro e nas comissões e daí partiu
para emprestar dinheiro que não tinha (e não estava coberto por ouro, divisas,
ou não tinha correspondência na economia); desenvolveu esquemas para emprestar
fundos que pura e simplesmente não existiam, até que a ganância levou à
especulação desenfreada e à invenção de produtos “tóxicos” e “lixo financeiro”,
o que desembocou na crise de 2008, que está a arrastar todo o mundo. Tem sido
esta gente que nos tem emprestado dinheiro, depois de nos terem posto de
joelhos (e nós termos deixado e colaborado).
Ao Professor
Salazar devemos essa boa acção extraordinária, de ter mantido a influência
maligna desta gente, afastados da nossa fronteira e das nossas vidas, durante
40 anos…
No centro de tudo
isto temos o Estado Português, absolutamente impreparado e incapaz de lidar com
a realidade. E, em muitos casos conivente com o que se passa. O sistema
político está viciado e bloqueado. Para piorar as coisas é
semi-presidencialista, ou seja, não é carne nem é peixe…
A maioria dos
políticos não tem preparação alguma para os cargos que ocupam e apenas tentam
melhorar a sua performance de actores bem-parecidos e bem-falantes, para terem
boa imagem à frente das câmaras.
O Estado Português
assumiu, logo a seguir ao 25/4, que só se fez asneiras nos últimos 500 anos e
por isso voltou as costas ao mar (e passou a ensinar isto nas escolas); que a
partir daquela data, nós seriamos amigos de todos e que haveria reciprocidade,
logo não teríamos ameaças e portanto não precisávamos de diplomacia nem tropas:
se por acaso houvesse algum problema (quase um símbolo de impossibilidade), lá
estaria a NATO para nos defender, e quanto às questões económicas o novo “El
dourado” da CEE responderia às nossas necessidades, dando-nos de comer e boa
vida…
O Estado
Português passou a comportar-se como se Portugal não tivesse interesses e
portanto ignorou a Geopolítica e menorizou a Estratégia.
Não tendo um
pensamento político e estratégico a escorá-las a esmagadora maioria das
decisões, resumem-se à conquista dos votos para alcançar o Poder (não é por
acaso que o calendário das inaugurações estão intimamente ligadas aos ciclos
eleitorais, o que requer dinheiro, cada vez mais dinheiro…), e em arregimentar
negócios para si e os amigos ou correligionários.
O resultado, apesar
de escamoteado durante anos e anos, está agora à vista de todos e já não pode
ser escondido. Mas a população está longe, muito longe, de se aperceber da
dimensão do desastre. Vai-se limitando a sobreviver…
Acresce a tudo
isto, que o Estado Português depois de ter aderido à CEE, sem qualquer consulta
à Nação – palavra cirurgicamente extirpada de qualquer documento oficial ou
discurso público - se tem vindo a auto destruir. A razão é simples: a UE apenas
se pode construir com o desaparecimento dos Estados nacionais que vão,
sucessivamente, passando competências e soberania para aquela organização
jurídica e politicamente indefinida (ou mal definida).
Ora a passagem de
uma realidade a outra exige uma transição. É nisso que estamos e ninguém sabe como
o fazer, nem se entendem. E pensar que há filantropia nas relações
internacionais é uma ingenuidade que mata.
Acontece que,
aparentemente, o sistema financeiro internacional se descontrolou. Julgo que é
apenas “aparentemente”, dado que os objectivos prendem-se com ganância;
concentração (ainda maior), de riqueza em poucas mãos; guerra entre o dólar e o
euro; aumento de poder para forçar a decisões políticas e preparação
psicológica da opinião pública para aceitar imposições desmedidas.
A nível da UE,
podemos estar a assistir a um “esticar de corda”de modo a que se crie uma
verdadeira crise donde só se “poderia” sair com o avançar do federalismo, a
começar na integração das economias, obviamente orientado pelo eixo
franco-alemão. Quando os franceses já não conseguirem aguentar a Srª Merkel,
irão voltar-se para os ingleses. Pode dar guerra!
Se isto não for
travado, Portugal desaparece…
Numa palavra: nas
últimas duas décadas assistimos ao Estado Português a desconstruir-se a si
próprio e a subverter (e a deixar subverter), a Nação dos portugueses. Uma das
datas chaves deste último processo foi a liberalização das televisões.
Por falar em
televisões, envolvendo tudo o que acabámos de dizer, existe a “ditadura” da
comunicação social, o dito “quarto poder” de que se auto arrogam, mas que
ninguém elegeu e os políticos tardam em regulamentar com critério. O verdadeiro
dilúvio noticioso (e programação “Pimba”), cuja liberdade de informar corre
paredes meias com a liberdade de manipular, provoca na maioria das pessoas a
impossibilidade de estar informado…Mas consegue influenciar através de
numerosas mensagens subliminares, que constantemente são emitidas.
Destrinçar entre o
Bem e o Mal numa sociedade mediática onde impera o relativismo moral, é apenas
alcançável por muito poucos. Ora o sistema democrático não está baseado na
qualidade, mas sim na quantidade, dos votos…
Em síntese, a
“aparência” do Poder está atomizado e disperso, resultando que nada de útil se
produz para os povos (que supostamente deviam servir), sendo que a única
capacidade real existente é a de cobrar impostos – enquanto a polícia funcionar
e a população não se revoltar.
Mas é uma situação
muito conveniente para quem, com poder “de facto”, conseguir manobrar e mandar por
“debaixo da mesa”.
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