segunda-feira, janeiro 16, 2012

A Europa e as agências de ‘rating’

"A Standard & Poor’s cortou as notações de ‘rating’ de nove países europeus, incluindo Portugal, Espanha e Itália, mas também Áustria e França perderam o ‘AAA’.

Portugal passou, como se esperava, a ter a classificação de ‘lixo' que já lhe tinha sido atribuída pela Moody's e pela Fitch, as outras duas grandes agências de ‘rating' internacionais. O Governo reagiu prontamente com um comunicado de nove pontos onde explica as razões pelas quais lamenta a decisão da S&P, que considera inconsistente com anteriores posições e relatórios divulgados pela agência. Reacções idênticas surgiram um pouco por toda a Europa, com especial incidência em França, onde a perda da notação máxima é vista como um fracasso do presidente e pode influenciar a votação nas próximas eleições de Abril e consequentemente a reeleição de Nicolas Sarkozy, bem como as negociações futuras com Berlim.

Também os juros da dívida pública dos países atingidos vão aumentar, o que torna o esforço dos mais endividados, como Portugal, ainda maior. E a classificação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) também depende das contribuições dos quatro países da zona euro que ainda conservam o ‘AAA' - Alemanha, Holanda, Luxemburgo e Finlândia. Se alguma coisa de bom pode dizer-se que advém do anúncio do corte de ‘rating' pela S&P é a aceleração do processo de consolidação europeu. Angela Merkel já veio dizer que é preciso apressar a concretização do Mecanismo Europeu de Estabilidade. O certo é que a Europa não pode continuar a dizer mal das agências de ‘rating' sempre que há avaliações negativas. Tem de agir de forma estrutural, com várias medidas, porque, como na crise europeia, não há uma medida milagrosa
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