A Standard &Poor’s pôs Merkel no lixo
"A Standard & Poor’s, talvez a mais influente agência de rating norte-americana, pôs Portugal no lixo. Mas não estamos sozinhos: a S&P diminuiu o “rating” de vários países europeus e retirou o triplo A, a nota máxima, à França. A Alemanha mantém-se intocável, o que não espanta: por enquanto, está a lucrar à grande com a crise do euro. No meio da trapalhada geral, os activos germânicos (e a libra e o dólar) são “seguros”. Os investidores batem-se para comprar dívida alemã e já houve investidores que pagaram para emprestar à Alemanha.
A economia alemã mantém naturalmente o triplo A, mas a grande notícia do relatório da Standard & Poors é a colocação de Angela Merkel no lixo. Nem é Portugal, ou o governo português, que são considerados especialmente maus pela agência – as políticas de Angela Merkel é que são classificadas como “lixo” e empurram Portugal para o “lixo”.
Vejamos o argumentário da agência: “As iniciativas tomadas pelos decisores políticos europeus nas últimas semanas podem ser insuficientes para fazer face à crise sistémica na zona euro”. Por muito que não se goste de agências de rating e do seu funcionamento este argumento é difícil de contrariar. A zona euro não está a salvo, e como a incerteza domina muitos dos seus países – os mais frágeis – deixaram de ser “activos seguros”. A própria França já não é o que era.
A S&P fala que o aperto das condições de crédito, o enfraquecimento das perspectivas de crescimento económico e a guerra prolongada entre os políticos europeus sobre a correcta abordagem para resolver a crise do euro não sossegam ninguém – muito menos “os mercados”.
A cimeira de 9 de Dezembro não convenceu a agência de rating (e convenceu alguém?) de que estão reunidas as condições e os recursos suficientes para resgatar os países do euro ou apoiar os que estão sujeito a grandes pressões – vidé Itália. A Standard & Poor’s acha que Angela Merkel não faz uma adequada análise da fonte da crise – os desequilíbrios entre centro e periferia.
E não é que a Standard & Poor’s parece um partido de esquerda a falar? Reformar a Europa “unicamente tendo por base um pilar de austeridade arrisca-se a ser autodestrutivo”. Os consumidores não gastam, porque estão preocupados com a segurança no emprego. Em consequência, as receitas fiscais desaparecem. A diminuição reflecte “a visão de que a eficácia, estabilidade e previsibilidade das políticas europeias e das instituições políticas não foi tão forte” quanto pedia “a gravidade da situação e o aprofundamento da crise financeira”. É, assim, Angela Merkel que está no lixo."
Ana Sá Lopes
A economia alemã mantém naturalmente o triplo A, mas a grande notícia do relatório da Standard & Poors é a colocação de Angela Merkel no lixo. Nem é Portugal, ou o governo português, que são considerados especialmente maus pela agência – as políticas de Angela Merkel é que são classificadas como “lixo” e empurram Portugal para o “lixo”.
Vejamos o argumentário da agência: “As iniciativas tomadas pelos decisores políticos europeus nas últimas semanas podem ser insuficientes para fazer face à crise sistémica na zona euro”. Por muito que não se goste de agências de rating e do seu funcionamento este argumento é difícil de contrariar. A zona euro não está a salvo, e como a incerteza domina muitos dos seus países – os mais frágeis – deixaram de ser “activos seguros”. A própria França já não é o que era.
A S&P fala que o aperto das condições de crédito, o enfraquecimento das perspectivas de crescimento económico e a guerra prolongada entre os políticos europeus sobre a correcta abordagem para resolver a crise do euro não sossegam ninguém – muito menos “os mercados”.
A cimeira de 9 de Dezembro não convenceu a agência de rating (e convenceu alguém?) de que estão reunidas as condições e os recursos suficientes para resgatar os países do euro ou apoiar os que estão sujeito a grandes pressões – vidé Itália. A Standard & Poor’s acha que Angela Merkel não faz uma adequada análise da fonte da crise – os desequilíbrios entre centro e periferia.
E não é que a Standard & Poor’s parece um partido de esquerda a falar? Reformar a Europa “unicamente tendo por base um pilar de austeridade arrisca-se a ser autodestrutivo”. Os consumidores não gastam, porque estão preocupados com a segurança no emprego. Em consequência, as receitas fiscais desaparecem. A diminuição reflecte “a visão de que a eficácia, estabilidade e previsibilidade das políticas europeias e das instituições políticas não foi tão forte” quanto pedia “a gravidade da situação e o aprofundamento da crise financeira”. É, assim, Angela Merkel que está no lixo."
Ana Sá Lopes
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