sexta-feira, janeiro 27, 2012

A vitória dos medíocres e das criaturas do pântano


Desde o perfume barato de Soares de que fala e bem conhece pela repugnância que lhe provoca, José António Barreiros fica paralisado como muitos, perante gente sem escrúpulos e hoje, num período de guerra civil ainda surda, percebe-se que não se queira ver enxovalhado ou arrastado, percebe-se que o faça por defesa dos seus. Excelente aviso do seu bem escrito texto:” O perfume barato do contar”.
É este o país que temos e o regime que temos, como os vários poderes que mesmo muitas vezes enxovalhados não desistem de o serem mais, porque não têm vergonha do que são nem do que foram criando, porque não pode neste caso se sentir enxovalhado quem não sabe o que isso é, vivem na esterqueira e a ela estão habituados, vivem no pântano e arrastam o país e todos os que não querem  ser empurrados para o local onde sobrevivem as miasmas e os invertebrados que nos governam, que comandam os poderes que deveriam constituir um Estado de Direito, e estes seres rastejantes, são os poderes nas suas várias faces segundo dizem, o legislativo, o executivo e o da aplicação da justiça.
Os que sabem, há muito perceberam que o país irá à bancarrota, seguirá o caminho da Grécia, porque assim está programado por esta Europa de dirigentes comandados de fora, a mando dos “mercados” da City e de Wall Street e dos seus oligarcas da mundialização.
Foram os défices escondidos e serão os que continuam escondidos mas irão aparecer mais… Depois, toda a gente que nos governa e governou  já sabiam, porque só os imbecis o não poderiam saber, mas todos sabiam, porque todos militam em organizações mais ou menos secretas,  com tentáculos, túneis e ligações, com mais ou menos aventais.
Ontem foi o buraco da saúde  dos seus outsourcings de que não se prescinde, empresas de amigos, claro, amanhã será o poder local, hoje foi a Madeira e decerto ainda faltará o buraco dos Açores, quando tiverem de pagar as grandes obras aos consórcios adjudicados, sim, porque neste sítio ninguém pense que se fica a rir do vizinho, vivemos uma guerra civil não declarada por um povo amesquinhado que pariu estes políticos, vermes do pântano em que todos os dos vários poderes transformaram este meu país.
“De novo está presente a ameaça, mãe da moral, a grande ameaça, desta vez localizada no indivíduo, no próximo e no amigo, na rua, no próprio filho, no próprio coração, no que há de mais pessoal e secreto em desejo e vontade: o que terão agora de pregar os filósofos da moral que surge nessa altura? Eles, estes observadores agudos às esquinas das ruas, descobrem que se aproxima rapidamente o fim, que tudo à volta deles corrompe e se corrompe, que nada ficará até depois de amanhã, exceptuando uma espécie de homens, os incuravelmente medíocres. Só os medíocres têm a possibilidade de continuar, de procriar, - eles é que são os homens do futuro, os únicos sobreviventes; « sede como eles!, tornai-vos medíocres!», é esta a única moral que ainda tem sentido, que ainda encontra quem a ouça, - Mas é difícil de pregar, esta moral da mediocridade! – pois que ela nunca pode confessar o que é e o que quer! Tem que falar de moderação e dignidade e dever e amor do próximo, - terá necessidade de ocultar a ironia!”
Nietzsche in “Para além do bem e do mal”

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Na função pública, pelos vistos há sectores nos quais se arquitectou um engenhoso esquema para pagar os subsídios de férias e de Natal ( neste caso, convertidos em «abonos suplementares») aos funcionários…privilegiados, é claro. Atente-se ao despacho nº 774/2012 da Secretaria de Estado de Ensino Superior:

«Gabinetes do Secretário de Estado do Ensino Superior e da Secretária de Estado da Ciência
Despacho (extrato) n.º 774/2012
Nos termos e ao abrigo do disposto nos n.os.3 e 4 do artigo 2.º e no artigo 6.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de 23 de julho:
1. É nomeada Helena Isabel Roque Mendes para, no âmbito dos nossos Gabinetes, exercer funções de apoio à Rede Informática do Governo (RING) e de interface com o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (CEGER).
2. A nomeada auferirá uma remuneração mensal de € 1.575,00 (mil quinhentos e setenta e cinco euros), atualizável na mesma percentagem do índice 100 da escala salarial das carreiras do regime geral da função pública, acrescida do subsídio de refeição que estiver em vigor.
3. Nos meses de junho e novembro, para além da mensalidade referida no número anterior, será paga outra mensalidade de € 1.575,00 (mil quinhentos e setenta e cinco euros), a título de abono suplementar.
4. Os encargos resultantes do presente nomeação serão suportados pelo orçamento do Gabinete do Secretário de Estado do Ensino Superior.
5. O presente despacho produz efeitos a partir de 28 de junho de 2011, e é válido pelo prazo de 1 ano, renovável, até à sua caducidade, conforme o previsto na parte final do artigo 11.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de 23 de julho.
11 de janeiro de 2012. — O Secretário de Estado do Ensino Superior, João Filipe Cortez Rodrigues Queiró. — A Secretária de Estado da Ciência, Maria Leonor de Sá Barreiros da Silva Parreira».

sábado, janeiro 28, 2012  
Anonymous Anónimo said...

Fustigado coma polémica que tem sido alvo nos últimos dias, depois de referir que as suas duas reformas não chegam para cobrir as despesas que tem, Cavaco Silva vem agora esclarecer que a sua intenção foi ilustrar, com o seu próprio exemplo, que acompanha a situação dos portugueses que atravessam dificuldades. «Apenas quis ilustrar, com o meu exemplo, que acompanho as situações que chegam ao meu conhecimento de cidadãos que atravessam dificuldades e para as quais tenho chamado a atenção em diversas intervenções públicas», refere o Presidente.
Habituado a gerir silêncios de forma tenaz, o Presidente espalhou-se agora ao comprido, ao tentar mostrar, de forma atabalhoada, que ele também é um homem do povo, de origens humildes ( se bem que o pai fosse dono de uma bomba de gasolina no Algarve, o que indiciava na altura ter rendimentos acima da média), tentando colocar-se à parte de uma classe politica abastada, interesseira e que se aproveitou da sua sombra para projectar as mais variadas negociatas e clientelismo. Foi à custa de Cavaco, e com o seu beneplácito, que personagens dignas de figurar num episódio dos «Sopranos» singraram, enriqueceram e construíram o seu império, como foi o caso de Oliveira e Costa, o antigo dono do BPN, Dias Loureiro, que chegou a sentar-se no palácio de Belém como conselheiro de Estado, ou Duarte Lima, que à pala dos bons cargos que teve no PSD ( chegou a ser líder parlamentar) geriu e «engordou» à custa dos mais variados «lobbies» e negociatas.
Inúmeras vezes Cavaco fingiu distanciar-se da classe política, colocando-se sempre noutra classe de pessoas, apesar dos mais de 30 anos de participação activa, ao mais elevado nível, na condução dos destinos do país, desde que decidiu pôr-se ao volante da sua viatura e partir rumo à Figueira, para participar num congresso «laranja» onde saiu vencedor. De forma recorrente, recorda as suas origens humildes, a de ser um homem do povo, a de estudante a viver em quartos em Lisboa, e esgrime o seu orgulho pessoal de ter subido na vida a pulso, procurando incentivar o povo com o seu exemplo.
Cavaco Silva quer mostrar distanciamento da classe política. Não quer ser da classe dos ricos. Mas tem cinco propriedades no Algarve, uma luxuosa vivenda, um apartamento em Lisboa e um rendimento de dez mil euros mensais, segundo consta na sua declaração de rendimentos de 2010, fora um pecúlio amealhado ao longo de anos que ronda os 600 mil euros ( o tal pecúlio que diz agora ter de recorrer por via das suas magras pensões…)

sábado, janeiro 28, 2012  
Anonymous Anónimo said...

IINão quer ser da classe dos poderosos, tem horror à burguesia e às festas do «croquete». igados ao «betão», que apressou a Mas, entretanto, passou 30 anos a pisar passadeiras vermelhas por todo o Mundo, a lidar com os homens do grande capital, como foi o caso de Oliveira e Costa ou Dias Loureiro, seus antigos acólitos, amigos de casa, colegas de partido, de governo e de lideranças, companheiros de aventuras e lutas partidárias, vizinhos de Verão e sardinhadas e aos quais mantém agora um prudente distanciamento. Cavaco viu ao longo de décadas empresários, poetas, artistas, filósofos, políticos, músicos, nobres, jornalistas, professores, médicos, advogados, estadistas e todos os melhores representantes de todas as classes superiores a desfilar à sua frente, ouvindo-o, curvando-se, bajulando-o, adorando-o. Teria ou não acções no BPN, as quais, ao que parece, estavam em nome de familiares e a data de se descartar das mesmas terá sido uma simples coincidência? Terá ou não amparado o percurso político de Duarte Lima, enredado num crime de fraude de 44 milhões de euros ao BPN e numa acusação de autoria do assassínio da secretária de Tomé Feteira? Ou incentivado o percurso no partido de Dias Loureiro, que entrou na política a ganhar 40 mil escudos mensais como Governador Civil em Coimbra e dela saiu com os bolsos a abarrotar de dinheiro, depois do antigo conselheiro de Estado ter sido envolvido no escândalo BPN por via dos negócios ruinosos com Banco Insular de Cabo Verde?
O silêncio, o tal silêncio de chumbo que agora gere acerca dos acontecimentos envolvendo estes personagens, outrora pares próximos, foi a melhor estratégia do presidente, como também foi naquele episódio de um seu próximo assessor, Fernando Lima, ter inventado o caso das escutas no Palácio de Belém como arma de arremesso contra o governo de Sócrates em clima pré-eleitoral
Cavaco Silva fala muitas vezes em nome do povo, das suas misérias, quer ser solidário, tornar-se uma espécie de messias salvador, providencial, esgrimindo também ele, de forma farisaica, as suas próprias necessidades, esquecendo-se que ele foi um dos principais impulsionadores da assinatura do Acordo coma Troika e do recente Acordo de Concertação Social que se traduziu na machadada final ao Estado Social e nos direitos dos trabalhadores, até agora, intocáveis.
Gerindo no silêncio os mais variados interesses, quase sempre ligados à sua clique partidária e ao seu grupo de amigos partidários, Cavaco pôs a careca à mostra, ao decidir falar, vestindo a farpela do povo. Deveria regressar com a possível brevidade à sua função de sábio da Economia – e mesmo aí temos algumas dúvidas, pois foi durante o seu consulado como primeiro – ministro, e a protecção desmesurada aos grandes interesses económicos lbancarrota do país…

sábado, janeiro 28, 2012  
Anonymous Anónimo said...

Em 1991 rebenta em Portugal o chamado «Watergate Vermelho»: a Federação Russa tornou públicos os nomes de empresários e empresas, além de dirigentes e militantes do PCP, militares ligados às estruturas da NATO, funcionários de institutos científicos ligados à alta tecnologia envolvidos em negócios escuros e missões de espionagem.

Na mira dos dirigentes da «Primavera russa» estava o PCP de Cunhal e um conjunto de empresas portuguesas – entre as quais, o Grupo Amorim – que teriam recebido ajuda financeira do PCUS (Partido Comunista Soviético), a par, por exemplo, da Vesper do Almirante Rosa Coutinho ( que privilegiou os contactos com Angola),a ETEI (mais ligada a Moçambique), Metalquímica, Planco e o jornal «Avante».Esse universo empresarial dos amigos do PCUS era coordenado pela «holding» Numérica ( doc 3) que, por sua vez, prestava contas junto do PCP.O escândalo envolvia ainda o pagamento de comissões (proibidas pela URSS, ou não fosse esse, segundo a propaganda então vigente, um dos males do capitalismo…) por parte das empresas que pretendiam efectuar negócios com o Leste.

Ao tentarem estabelecer contactos comerciais com a URSS, há muito tempo que os empresários portugueses esbarravam com esse núcleo forte de empresas conotadas com o PC de Cunhal e que gozavam de intermediários privilegiados. Foi com a finalidade de derrubar esse «muro» que, em Outubro de 1988,se deslocou à URSS uma missão da Associação Industrial Portuguesa liderada pelo então presidente, Jorge Rocha de Matos. Este chegou a exprimir a sua mágoa numa entrevista ao «Diabo» pelo malogro da «missão»: «O acordo com a Câmara do Comércio e Indústria da URSS nunca foi possível de implementar pois havia canais privilegiados para se venderem produtos à União Soviética. Desconhecia qual o esquema utilizado mas, à boca pequena, toda a gente dizia que havia interesses em beneficiar um determinado partido político. Diligenciámos junto dos representantes do comércio e da indústria da URSS no sentido de lhes fazer crer que havia vantagens mútuas em acabarem com esses intermediários. Assinámos um acordo nesse sentido, mas nunca foi possível implementá-lo».

Em declarações que então prestou à Comunicação Social, Jorge Armindo, vice-presidente do Grupo Amorim desmentiu, de forma categórica, que a sua empresa tivesse recebido dinheiro do Orçamento do Estado soviético: «Mantemos relações comerciais com a URSS há mais de 35 anos e nunca utilizámos intermediários. Estabelecemos canais próprios de distribuição através de uma empresa na Áustria», disse.

Faltou falar nos outros canais na Roménia e quem eram os contactos…como vimos, coronéis da «secreta» de Ceausescu, acima de qualquer suspeita…

sábado, janeiro 28, 2012  
Anonymous Anónimo said...

Mas foi através de uma entrevista publicada no semanário «o Diabo» com um detido em Pinheiro da Cruz, João Mataloto Freira, representante no distrito de Setúbal do PCP para as questões agrícolas e membro da Associação Portugal/URSS, que muitos segredos sobre do grande roubo perpetrado em nome da reforma Agrária foram desvendados.Referimo-nos à «subtracção» da cortiça por grandes empresários do norte que se encontrava à guarda das UCP alentejanas.

Determinava a lei que o produto pertencia ao Estado. Era este que, através de um organismo próprio – inicialmente a Administração Florestal, posteriormente o IGEF (Instituto de Gestão e Estruturação Fundiária) – promovia a sua venda através de concurso público. Acontece que, dias antes da transacção, pela calada da noite, a cortiça desaparecia das propriedades e era carregada em camiões rumo a empresas transformadoras do Montijo e do Norte do País, delapidando o Estado em muitos milhões de escudos. Vários empresários, guardas florestais, elementos da GNR e responsáveis das cooperativas chegaram a ser julgados e condenados por roubo de cortiça. Sabe-se que, durante esse período de «salvaguarda da Reforma Agrária» (os objectivos eram mais comerciais e de financiamento partidário do que políticos), houve cooperantes que ergueram prédios do outro lado da fronteira (Badajoz) à custa das comissões recebidas.

Às críticas verrinosas que os apontavam como estando directamente envolvidos neste negócio pouco claro, os irmãos Amorim clamavam a sua inocência. Até mesmo quando surgiram essas declarações bombásticas em Janeiro de 1990 ( no jornal «o Diabo») denunciando o comprometimento de grandes grupos empresariais do Norte, entre os quais o Grupo Amorim, nos desvios de cortiça das herdades alentejanas, em cumplicidade com os agentes locais do PCP e responsáveis das UCPs.

Nas cartas que revelou quando estava detido em Pinheiro da Cruz, onde cumpria pena de nove anos de cadeia por burla agravada, processo em que diz ter sido «enrolado» pelo PC de Alcácer do Sal (e por se ter sentido traído pelos «camaradas» de partido resolveu desabafar), Mataloto Freira explicava como se processava a golpada altamente penalizadora para os cofres do Estado: «A cortiça representava uma grande fonte de rendimentos para as cooperativas, já que esse dinheiro permitia, ao fim do ano, tapar os défices de uma gestão ruinosa.

sábado, janeiro 28, 2012  
Anonymous Anónimo said...

IIQuando saiu a Lei da Cortiça, as cooperativas deixaram de receber essas elevadas verbas. Apenas lhes era paga a extracção, o carrego e o empilhamento a um tanto por arroba, e mais nada, ficando a cortiça a ser pertença do Estado que se encarregava da sua venda. Numa reunião efectuada no Partido, que contou com a presença de representantes de todas as cooperativas filiadas na União, foi decidido que cada uma se deveria desenvencilhar no sentido de fazer algum dinheiro com a cortiça. Contactámos vários compradores e estes mostraram-se abertos a comprar cortiça às UCPs pela “porta do cavalo”.Isto é, quando a cortiça era retirada da árvore, uma parte ia para a pilha que se determinava fazer nas herdades sob orientação dos Serviços Florestais; uma outra, era carregada em camionetas do comprador e levada para a fábrica ou para uma herdade onde este tivesse feito um negócio legal (caso do Amorim), saindo como se toda ela fosse oriunda dessa propriedade».

«E assim, com o meu conhecimento, foram transaccionadas as seguintes quantidades de cortiça só para o comprador Amorim e Irmãos de Santa Maria da Feira: Cooperativa Cravos Vermelhos (76.179 arrobas); Vitória do Sado ( 53 mil); Albergue ( 29.600): Soldado Luís (47 mil);Casebres ( 20.600) 17 de Maio( 37.900); 1º de Janeiro ( 5 mil); Poder Popular ( 3600)»

Contou Mataloto Freira que o dinheiro resultante destes negócios era contabilizado (quando não era logo dividido entre os cooperantes) como venda de gado ou arroz. «Em alguns casos, as cooperativas até pouco gado tinham e outras nem arroz produziam», conta. Era o PCP quem enviava contabilistas de Lisboa, os quais, «voluntariamente davam uma ajuda ao cooperante que estava no escritório para o ajudar a encontrar maneira de contabilizar estas entradas de dinheiro da melhor maneira» …

sábado, janeiro 28, 2012  
Anonymous Anónimo said...

III- João Mataloto Freira afirmou que muitas dessas suas denúncias – inclusive, os nomes dos grandes empresários envolvidos – foram encaminhadas para a PJ, estranhando que ao longo de décadas, apenas o «peixe miúdo» tivesse respondido perante a justiça. Nos tribunais de Beja e Portel, nos anos noventa, correram vários processos citando uma empresa do Grupo Amorim, a «Flocor», por alegado comércio ilegal de cortiça, factos que foram judicialmente inocentados.

Américo Amorim era tido com o um personagem que evitava envolver-se directamente nos negócios no Alentejo. Tinha os seus «testas de ferro» – João Mataloto fala na intervenção de um irmão, José Amorim, que referencia nas cartas que nos entregou – que contactavam os responsáveis das UCP e desbloqueavam as situações mais complicadas.

Um representante do Grupo na região chegou mesmo a receber um telex assinado por Américo Amorim onde este lhe dava instruções para contactar funcionários da Direcção Geral de Florestas de Évora no sentido que fosse libertada a cortiça depositada na Herdade do Panasquinho que tinham sido apreendida, encontrando-se parte do produto a apodrecer há mais de um ano em dois camiões apresados pela GNR num parque da capital alentejana. E o certo é que a matéria-prima foi libertada como por encanto, o que comprova a «força dos argumentos» deste grupo empresarial…

«Atendendo a que me parece que a PJ e não só, apesar de me terem ouvido por duas vezes e dizerem que iam actuar, nada terem feito até agora, certamente porque se trata do grande Amorim que até era do MASP (Movimento de Apoio a Mário Soares à Presidência), entendo actuar desta maneira», refere João Mataloto Freira explicando os motivos pelos quais acedeu a ter este contacto com um jornalista de «o Diabo».

Essas sombras do seu passado em nada parecem ter beliscado aquele que é detentor de uma das maiores fortunas do país e do Mundo. E que soube, como ninguém, gerir a sua imagem entre os poderosos, qualquer fosse o poder vigente. Na sua Herdade do Peral, em Évora, que adquiriu a Jorge de Mello, em 1987,por um milhão de euros, oferece lautas refeições e aprazíveis convívios aos maiorais do regime. Dias Loureiro, o antigo homem forte do BPN e antigo Conselheiro de Estado, Mira Amaral, ex-ministro da Indústria e homem forte da banca angolana, Manuel Vilarinho, ex-presidente do Benfica são alguns dos parceiros de caçadas. Américo Amorim é um excelente relações públicas, ou seja, sabe vender o seu negócio e imagem, das esquerdas às direitas…sobrevivendo a tudo e a todos, até aos regimes.

sábado, janeiro 28, 2012  

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