Paradoxo da austeridade.
"O défice é uma variável endógena, dependente do andamento da economia, e daí este paradoxo da austeridade. É apenas um dos paradoxos da economia da depressão. O que parece racional para cada agente, público ou privado, individualmente considerado – poupar mais devido à incerteza face ao futuro – gera um resultado global de compressão da procura, do rendimento e no final da própria poupança. É o famoso paradoxo da poupança. Juntem-lhe mais um paradoxo, o salarial: tratar os salários como um custo a conter a todo o custo pode parecer racional para tentar incrementar a procura externa à custa dos vizinhos, mas como todos os países estão na mesma senda, temos a procura externa deprimida em cima de uma procura interna que colapsa e lá se vai o único e sempre insuficiente motor. As reformas ditas estruturais, o tal aumento da liberdade dos patrões a que se chama flexibilidade, pura ideologia, só aumentam os encadeamentos perversos neste e noutros campos.
E chegamos ao paradoxo fatal da dívida: quanto mais os devedores se esforçam por pagar, vendendo tudo a preço de saldo, mais eles devem. Perceber os paradoxos da depressão exige sair do mundo mágico dos equilíbrios de mercado onde vive Vítor Gaspar e entrar no mundo real da causalidade cumulativa, no contexto do círculo vicioso da depressão em que estamos trancados, e que o bom jornalismo de economia vai revelando. A realidade tem tal força que os editoriais do Público, embora com rodriguinhos, já vão dizendo a “verdade singela” sobre as políticas do governo: “Ao fim de quase um ano de troika o país está pior do que o previsto e, mais grave ainda, não se vislumbram ao fundo do túnel nem expectativas de crescimento, nem sequer o regresso aos mercados financeiros. Quando se faz bem uma coisa má, não se está a fazer bem.”
Ladrões de Bicicletas
E chegamos ao paradoxo fatal da dívida: quanto mais os devedores se esforçam por pagar, vendendo tudo a preço de saldo, mais eles devem. Perceber os paradoxos da depressão exige sair do mundo mágico dos equilíbrios de mercado onde vive Vítor Gaspar e entrar no mundo real da causalidade cumulativa, no contexto do círculo vicioso da depressão em que estamos trancados, e que o bom jornalismo de economia vai revelando. A realidade tem tal força que os editoriais do Público, embora com rodriguinhos, já vão dizendo a “verdade singela” sobre as políticas do governo: “Ao fim de quase um ano de troika o país está pior do que o previsto e, mais grave ainda, não se vislumbram ao fundo do túnel nem expectativas de crescimento, nem sequer o regresso aos mercados financeiros. Quando se faz bem uma coisa má, não se está a fazer bem.”
Ladrões de Bicicletas
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home