terça-feira, setembro 11, 2012

O Exército Vermelho.

"Einstein dizia que era mais difícil entender o imposto sobre os rendimentos do que a teoria da relatividade. Para o governo da troika que tem como relator Passos Coelho os impostos tornaram-se um buraco negro: nada neles é lógico. É simplesmente um poço sem fundo que puxa os comuns mortais para a Idade Média.

Depois do desvario de José Sócrates julgava-se que Passos Coelho trouxesse serenidade e verdade no combate à crise. Foi um equívoco. As medidas tomam-se e não se explicam. O aumento da TSU sobre os rendimentos de trabalho foi explicado como se fosse um OVNI. Uma coisa que veio de Marte e que aterrou neste sítio porque calhou. E, afinal, descobre-se que é uma Bimby para centrifugar os rendimentos de trabalho ao sabor de interesses nebulosos. É um imposto brutal. E o PP escusa de esconder-se: a sua caneta também assinou este assalto que transforma este Governo no mais colectivista de que há memória. Ronald Reagan veria nele o Exército Vermelho.

Tem uma ideia elaborada por trás. Tudo o resto é ficção, como o chamado combate ao desemprego. Só que, na altura de explicar o OVNI, Pedro Passos Coelho mostrou que este governo não tem um neurónio político: só tem uma máquina de calcular nas mãos. Tentou explicar as coisas como um Frankenstein desmiolado. E isso teve o efeito contrário ao das suas palavras: os portugueses ficaram a pensar que vão trabalhar mais horas para alimentar a elite política que vive à conta do Estado do que para sustentar as suas famílias.

A degradação da sociedade portuguesa é visível. "A fome não é um dever constitucional", diz Adriano Moreira. Para o Governo, pelo contrário, a miséria é um direito."

Fernando  Sobral

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