O governo Gengis Khan
"O Governo de Passos Coelho funciona como Gengis Khan. As receitas caem e é impossível alimentar a colossal máquina do Estado, recheada de empregos políticos? Aumenta-se os impostos. A persuasão não é feita através das armas. É psicológica. Muito mais insidiosa.
Gengis Khan era um pragmático. Quando as cidades se rendiam aos seus exércitos, mandava fazer uma listagem de todas as riquezas, para depois distribuir o saque, e dos habitantes. Normalmente mandava chacinar os aristocratas e os ricos, para não ter futuros problemas com quem quisesse reaver as riquezas espoliadas. Mas poupava os escribas dessa cidade. Porque era essa enorme burocracia que lhe permitia governar o império criado e, através dos registos escritos, seguir a pista de débitos e créditos. E também gerir um sofisticado sistema de tributação então criado para alimentar a vasta máquina militar de Gengis Khan. Sem necessitar de chacinar os cidadãos, os governos actuais actuam, de forma legar, para espoliar quem não pode fugir: os que nem são pobres nem podem fugir para paraísos fiscais. É a classe média que paga as crises. É a classe média que vai pagar um défice maior do que o previsto. É a classe média do sector privado que vai pagar a "equidade fiscal" de 2013. E dos anos seguintes.
Gengis Khan era um pragmático. Quando as cidades se rendiam aos seus exércitos, mandava fazer uma listagem de todas as riquezas, para depois distribuir o saque, e dos habitantes. Normalmente mandava chacinar os aristocratas e os ricos, para não ter futuros problemas com quem quisesse reaver as riquezas espoliadas. Mas poupava os escribas dessa cidade. Porque era essa enorme burocracia que lhe permitia governar o império criado e, através dos registos escritos, seguir a pista de débitos e créditos. E também gerir um sofisticado sistema de tributação então criado para alimentar a vasta máquina militar de Gengis Khan. Sem necessitar de chacinar os cidadãos, os governos actuais actuam, de forma legar, para espoliar quem não pode fugir: os que nem são pobres nem podem fugir para paraísos fiscais. É a classe média que paga as crises. É a classe média que vai pagar um défice maior do que o previsto. É a classe média do sector privado que vai pagar a "equidade fiscal" de 2013. E dos anos seguintes.
O Governo de Passos Coelho funciona como Gengis Khan. As receitas caem e é impossível alimentar a colossal máquina do Estado, recheada de empregos políticos? Aumenta-se os impostos. A persuasão não é feita através das armas. É psicológica. E é, sobretudo, mais requintada: é um Governo que se diz liberal, cujos partidos fazem da menor carga fiscal um cavalo de batalha, que coloca a canga dos sucessivos aumentos sobre os portugueses. Quando alguém, no Governo, diz que não vai haver aumento de impostos é porque eles estão ao virar da esquina. A mudança dos escalões do IRS vai no mesmo sentido: mais impostos sobre os mesmos. E chama-se a isso reforma ou simplicidade fiscal. O liberalismo português é assim: mais estatista que os defensores do Estado forte. É por isso que o liberalismo ideológico em Portugal é tão fraco: porque quem diz ser liberal só está à espera do poder do Estado.
Ilusões à parte, o governo Gengis Khan está a tornar Portugal num país onde os privados são massacrados por impostos se investirem ou simplesmente trabalharem mais para terem mais qualidade de vida e o Estado suga toda a energia disponível. A destruição da classe média que está a ser levada a cabo por este Governo (com o beneplácito da troika), feita em nome do liberalismo, mas que na realidade é um estatismo encapotado, vai destruir o consenso político sobre o qual está assente a nossa democracia. Quando os países têm uma classe média forte isso impulsiona a qualidade do capital humano e o nível educacional, cria uma fonte estável de procura de bens e serviços e o financiamento de serviços públicos (ou privados). Sustenta o crescimento económico. E expurga os radicalismos que põem em causa o consenso político e social.
O que o governo de Passos Coelho está a fazer, em nome de tapar os buracos do desvario de Sócrates (e também de alguns dos primeiros-ministros anteriores) é fazer com que Portugal seja o laboratório de um mundo onde a classe média se desintegra e nasce uma sociedade de baixo custo. Francis Fukuyama, um analista conservador, escrevia há algum tempo um artigo na "Foreign Affairs" onde dizia que a democracia liberal no mundo ocidental pode não sobreviver ao declínio das classes médias. A experiência está a ser feita aqui. Através dos Gengis Khan modernos."
Fernando Sobral
Fernando Sobral
Etiquetas: Now you pay...
1 Comments:
No tempo dos neoconservadores que não desapareceram estão mais fortes que nunca também teorizou o fim da história, Francis Fukuyama.
A História está cheia de eventos mais ou menos bélicos, agora estamos perante uma ofensiva única e tem actores que se escondem atrás das suas empresas de informação e contrainformação, mas é sempre o poder económico que os controla e é sempre ele que vence só que hoje é global e segue um protocolo.
Enviar um comentário
<< Home