sábado, novembro 17, 2012

O deserto

"Parece que a PSP pretende retirar as pedras das calçadas que rodeiam o Parlamento. Para evitar novas cenas de violência.

Acho bem: todos sabemos que, sem pedras, as próximas manifestações serão feitas com o arremesso de tartes. Mas talvez esta ambição da polícia esteja em sintonia com o delírio da política.

Quando a crise rebentou, houve por aí alguns alienados, entre os quais me incluo, para quem só havia duas saídas possíveis para o sarilho em curso: recuar na integração europeia (e no euro); ou avançar com ela (e rezar). A Europa preferiu ficar no meio da ponte, infligindo doses de austeridade sobre economias endividadas e moribundas. Resultado? A zona euro está oficialmente em recessão, com o lento naufrágio de Espanha, Itália, Holanda – e, a prazo, da França e da Alemanha.

Sim, podemos remover calçadas, sinais de trânsito, automóveis, edifícios e até cidades inteiras. Mas, no meio do deserto, ficaremos sempre nós. Pobres e sós. "

João Pereira Coutinho

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Coitadinhi tem razão

Somos uns bucéfalos com a mania das grandezas e a armar em espertos.
Gastámos o que não tinhamos e agora insultamos quem quer pôr ordem na coisa.
Quem se ri é o palhaço em Paris e ainda chama trouxas aos que cá ficaram e culpam o Láparo

segunda-feira, novembro 19, 2012  

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