Enquanto nos apanham distraídos
"Um pouco de noticiário internacional, desta semana. Os rebeldes radicais islâmicos passaram a linha divisória de metade do Mali e avançam para a capital, Bamaco. Por seu lado, os rebeldes islâmicos da República Centro-Africana avançam sobre a capital, Bangui. O Mali é um país maioritariamente muçulmano, a 90 por cento, onde a tendência é, portanto, os radicais substituírem os moderados. A República Centro-Africana é um país cristão, a 80 por cento, onde a tendência é, portanto, os muçulmanos (dez por cento) substituírem os cristãos. O Mali é o país-chave da África Ocidental, a República Centro-Africana é o último país não muçulmano antes de o crescente atingir o coração de África, o Congo-Kinshasa. A tendência geral nesta região é, pois, da afirmação islâmica e, dentro desta, da supremacia dos radicais sobre os moderados. Isto preocupa a Europa?
Preocupa, ela apoia a ONU, que vai mandar tropas para o Mali. Em setembro. Querem apostar quem chega primeiro a Bamaco, a ONU ou os barbudos do deserto?... Desculpem estar-vos a distrair das reações dos mercados às dívidas soberanas. Quem não acordou e até se embalou com a primavera árabe (quer dizer: o fim do único país do Magrebe decente a respeitar as mulheres, Tunísia; e a entrega do Egito aos fascistas muçulmanos), deve marimbar-se para este desastre de África. Europa política, nada. Europa de negócios, bem: a Alemanha ultrapassou a França em venda de armas. Parabéns à prima."
Ferreira Fernandes
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