sexta-feira, janeiro 30, 2004

"Obrigado, Ricardo"

Se aqui manifestei várias vezes o desacordo com algumas crónicas de MIGUEL SOUSA TAVARES, por uma questão de coerência, há que também referir as situações de concordância .
É o caso de parte do comentário de hoje.."



De facto, depois de ver e rever “até à náusea as imagens do último sorriso de Fehér e as imagens terríveis do jogador a dobrar-se sobre si mesmo e a cair de costas, morto”, há que agradecer a Ricardo Espírito Santo, da Sport-TV que estava de serviço em Guimarães, não chegar a ver “outras imagens, ainda mais terríveis, captando de frente o rosto do jogador e que desfaziam tragicamente essa ideia com que ficámos de, ao menos isso, a sua morte ter sido fulminante e quase pacífica”, porque ele, na altura, optou por não as pôr no ar.

Mas se concordo com essa parte, não posso concordar com o comentário “torna-se claro que a questão não é saber se os Estados Unidos têm ou não o direito de se defender do terrorismo: é claro que o têm. A questão está em saber se têm ou não o direito de decidir unilateralmente o que é terrorismo e quando é que a ameaça é verdadeira.”

Conforme se demonstrou na Bósnia e no Rwanda, entre outros exemplos, as decisões colectivas não têm eficácia. Por um lado há a politiquice, por outro o processo demoroso que tal decisão acarreta.

Como podem terceiros ter capacidade para definir a subjectividade que é o valor da verdadeira ameaça a um outro país, no xadrez político internacional?

Mas por outro lado, o “direito do mais forte” é brutal demais para poder ser aplicado impunemente.


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