A queda dos "anjos".
O documento, de 378 páginas e alguns anexos, que levou quatro meses a escrever pelo juiz britânico Brian Hutton, demorou cerca de uma hora e três quartos a ser apresentado.
Ao contrário do que a oposição esperava e confiava, o documento veio provar a falência crescente da credibilidade dos “media” e não a culpa de Blair.
"Não houve qualquer comportamento desonroso, secreto ou dúbio por parte do Governo" foi a frase que deu por terminada a suspeita que pairava sobre o governo.
Mas Hutton foi mais longe, ao afirmar que o próprio Kelly não sabia que era ele a fonte da reportagem transmitida na BBC a 29 de Maio do ano passado. Isto porque, apesar de se ter encontrado com Gilligan, o cientista terá confidenciado a um dos seus funcionários que não pensava ser ele a fonte da polémica emissão.
Hutton acredita mesmo que David Kelly não disse a Gilligan que o Governo sabia que a afirmação dos 45 minutos era falsa, porque esta foi incluída tarde por ter chegado ao comité de inteligência também tarde.
Este terá sido um dos principais argumentos que levaram Hutton a responsabilizar o jornalista e a BBC.
Seguiu-se a demissão do presidente da BBC, Gavyn Davies, depois do director-geral, Greg Dyke, fazer um depoimento confirmando que algumas alegações de Gilligan eram falsas e pedindo desculpas em nome da BBC.
Um verdadeiro exemplo de que, a comunicação social, tem cada vez menos credibilidade, ao abster-se de informar e enveredar por campanhas políticas. Ao menos os visados tiveram a dignidade de se demitirem, o que demonstra existir ainda alguma ética.
Coisa que, nesta terra de virtudes, jamais aconteceria.
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