República das bananas.
A carta aberta, que Fátima Felgueiras escreveu ao Presidente da República, revela uma grande coragem da referida senhora:
uma grande coragem de quem, com dupla nacionalidade, está imune às garras da justiça e pode-se dar ao luxo de gozar com o pagode;
uma grande coragem ao afirmar publicamente aquilo que todos os autarcas pensam e desejam ser realidade: estarem acima da justiça;
uma grande coragem ao revelar o sentimento de impunidade que cada vez mais grassa na classe política.
O Acórdão do Tribunal Constitucional, ao declarar inconstitucional a decisão do juiz de suspender Felgueiras do exercício das suas funções políticas, mantendo, no entanto, a decisão de manter a prisão preventiva, veio ainda mais baralhar a situação e a credibilidade da justiça.
O advogado de Fátima Felgueiras, ao vir afirmar que era possível a autarca presidir à Autarquia directamente do Brasil, deu um ar ainda mais cómico a situação.
Ainda mais fantásticas são as afirmações da população de Felgueiras, afirmando que Fátima Felgueiras modernizou a região. Também não era difícil. Sem obras no município, não havia saco azul.
Finalmente uma última referência para a autarca, representante do espírito reinante da classe.
Mandava a extinta ética que se suspende-se o mandato até ser provada a sua inocência.
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