quinta-feira, janeiro 22, 2004

Fumo branco??

"Na noite de terça-feira, realizou-se um debate sobre os ”media” e a violação do segredo de justiça. Apesar de o assunto em discussão ser de vital importância para os jornalistas, pouco mais de trinta desses profissionais estiveram presentes, o que releva a importância que essa matéria lhes desperta.


Não foi preciso muito para chegarem à conclusão que estão a ser corporativos e “se há perigos que pairam sobre a cabeça destes profissionais, é porque os jornalistas os chamaram”.

Diana Andringa, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas, foi mais longe ao definir como “jornalismo de sarjeta” a cobertura do processo Casa Pia.

No dia a seguir, a Alta-Autoridade para a Comunicação Social, numa declaração que tinha a particularidade de contradizer praticamente tudo o que, ela própria, tinha afirmado há apenas uma semana, considerava que a cobertura mediática das investigações judiciais em curso tem-se “pontualmente desviado de critérios exigíveis ao cair em atitudes de claro sensacionalismo. Tal atitude por parte dos “media” prejudica a qualidade e o rigor da informação prestada, pode afectar direitos de pessoas envolvidas e contende o próprio código Deontológico do jornalista”.

Bom, parece que finalmente os jornalistas estão a perceber duas coisas essenciais:
1/ que o sensacionalismo, utilizando os sentimentos mais primários dos cidadãos, como o voyeurismo e a inveja, é um mero recurso a critérios comerciais, de baixo nível, que evidentemente nada têm a ver com os critérios jornalísticos;
2/ e que muito menos, podem invocar estar a exercer a sua profissão, quando na realidade, estão a abandonar a tão necessária isenção, transformando-se em puros arautos da parcialidade, conduzidos por critérios obscuros alheios aos da informação.


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