quinta-feira, janeiro 22, 2004

Minas e armadilhas.



Cardoso e Cunha, num discurso inflamado proferido na última noite da conferência da Ordem dos Economistas, afirmou que o Estado, como accionista, é mau.

Segundo ele, “este accionista está inibido, juridicamente, de desempenhar as suas funções de accionista, portanto, tenho um accionista que não só é desatento, como é inerte. Quando houver um problema na TAP – e agora esses problemas podem aparecer de um momento para o outro – eu já sei que dali não espero nenhuma espécie de apoio”.

A TAP tem aviões que cheguem, tem pilotos a mais, tem hospedeiras a mais, tem engenheiros a mais, tem contabilistas a mais, tem tudo a mais, menos dinheiro”.

Cardoso e Cunha tem toda a razão. Acabou o tempo em que o Estado salvava os maus gestores que ele próprio nomeava, injectando dinheiro, escondendo assim as respectivas incompetências .

Desde há 3 anos para cá que a TAP é obrigada a safar-se sozinha e, pela primeira vez desde à décadas para cá, com a ajuda de gestores profissionais, a companhia deu lucro.

E deu lucro quando o sector da aviação civil atravessa uma das suas maiores crises de sempre. É obra meus senhores.

Quanto ao facto de haver pessoal a mais na companhia, não posso deixar de concordar.
Qual é a necessidade de a companhia ter duas administrações: uma de “não executivos” e outra de executivos?

Ainda por cima, quando a primeira se dedica a minar o bom trabalho efectuado pelos únicos administradores que percebem do negócio!!!!!!

Como contribuinte não gosto de estar a “pagar” uma administração não executiva.

Para mais, se Cardoso e Cunha não confia no seu patrão ( Estado ) e diz que há gente a mais na companhia, como é o seu próprio caso, porque não “desampara a loja” e deixa trabalhar quem sabe?

Sei que o contrato dos administradores brasileiros está a terminar e por isso compreendo a excitação.


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