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"As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes de cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, ó poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a
expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua comparência nos hospitais a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja sinceramente desnecessária. A todos os elementos das forças militarizadas e policiais o comando do movimento das Forças Armadas aconselha a máxima prudência a fim de serem evitados quaisquer recontros perigosos. Não há intenção deliberada de fazer correr sangue desnecessariamente mas tal acontecerá caso alguma provocação se venha a verificar. Apelamos portanto para que regressem aos seus quartéis, aguardando as ordens que lhes serão dadas pelo Movimento das Forças Armadas. Serão severamente responsabilizados todos os comandos que tentarem, por qualquer forma, conduzir os seus subordinados à luta com as Forças Armadas. Informa-se a população que no sentido de evitar todo e qualquer incidente ainda que involuntário deverá recolher a suas casas mantendo absoluta calma.
A todos os componentes das forças militarizadas, nomeadamente às forças da GNR e PSP e ainda as forças da Direcção-Geral de Segurança e Legião Portuguesa, que abusivamente foram recrutadas, lembra-se o seu dever cívico de contribuírem para a manutenção da ordem Pública, o que na presente situação só poderá ser alcançado se não for oposta qualquer reacção às Forças Armadas. Tal reacção nada teria de vantajoso pois conduziria a um indesejável derramamento de sangue que em nada contribuiria para a união de todos os portugueses. Embora estando crentes no civismo e bom senso de todos os portugueses no sentido de evitarem todo e qualquer recontro armado apelamos para que os médicos e pessoal de enfermagem se apresentem nos hospitais para uma colaboração que fazemos votos seja desnecessária.
Atenção elementos das Forças Armadas e policiais: uma vez que as Forças Armadas decidiram tomar a seu cargo a presente situação, será considerado delito grave qualquer oposição das forças militarizadas, e policiais às unidades militares que cercam a cidade de Lisboa. A não obediência a este aviso poderá provocar um inútil derramamento de sangue cuja responsabilidade lhes será inteiramente atribuída. Deverão por conseguinte conservar-se dentro dos seus quartéis até receberem ordens do Movimento das Forças Armadas. Os comandos das Forças Armadas e policiais serão severamente responsabilizados caso incitem os seus subordinados à luta armada."
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