terça-feira, junho 01, 2004

A Fragata D. Fernando II e Glória

Última fragata construída na Índia e o último navio da chamada "carreira das Índias" que teve uma vida atribulada, já que apesar de segura e resistente, não possuia a agilidade e manobrabilidade que se exigia a um navio militar da segunda metade do século XIX, foi navio-prisão, fundeada mo Tejo, e foi parcialmente destruída por motivos de incêndio.

Por ocasião da Expo'98 foi reconstruída para ser visitada na Exposição.

Está actualmente integrada no Museu de Marinha, recebendo visitas de público em geral e de escolas, em visitas guiadas.

O seu estado actual não lhe permite navegar à vela, já que a sua mastreação está "travada" para protecção, mas fácilmente, sem grandes intervenções, pode ser "destravada" e serem-lhe aplicadas as velas, embora por motivos de segurança, a Marinha se se decidir por colocá-la a navegar, encare a hipótese de colocação de um motor auxiliar para sua segurança.

É pena a sua localização actual, que se situa na doca de Alcântara, parcialmente escondida no meio de carregueiros e outros navios mercantes, num local que lhe tira a prestígio e não dignifica o valor de um navio integralmente recuperado, no que constituiu uma glória das oficinas de reparação portuguesa, e que representa igualmente uma glória da arqueologia e investigação histórica, tendo este feito sido objecto de um prémio internacional.

Esteve após a Expo'98, no Cais da Marinha junto do Terreiro do Paço, mas fontes do CEMA disseram que as correntes fortes naquele local prejudicavam a estrutura do navio tendo sido rebocado para o Alfeite, onde permaneceu uns meses, até ser atracado no local actual.

É pena que a Marinha se tenha que sujeitar aos ditames da Administração do Porto de Lisboa para poder ter esta coroa da Marinha Portuguesa do século XIX em local tão pouco nobre e que desse modo atrai poucos visitantes.

Seria talvez altura de entrar em negociações com a APL e com a Parque-Expo para a estacionar permanentemente e em condições de segurança junto do Parque das Nações, para onde poderia ser acompanhada por um outro navio (o NRP Hermenegildo Capelo?), que seria recuperado e musealizado, bem como um submarino Albacora (o que já está desactivado parecia-me bem), para que assim se constituísse um polo do Museu de Marinha num local que prestigiasse o nosso passado e nossa Armada.

Essa experiência não é nova já que a Câmara de Viana do Castelo recuperou e musealizou o Gil Eanes, último navio-hospital e reabastecedor das frotas pesqueiras na Terra Nova.

Um desafio a colocar ao Governo e ao CEME.

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