quarta-feira, agosto 18, 2004

"Roses are black roses for you today"

"A ser verdade o que relatam as cassetes cujo o conteúdo foi parcialmente divulgado pelo semanário "Independente" no passado dia 13 - e o certo é que ainda se lhe não viu um único desmentido sério e convincente... -, os portugueses acabam de ser brutalmente confrontados com um dos mais graves casos de ilegalidade e de violação das garantias a partir do coração do aparelho de justiça e ao seu mais alto nível.

Ficámos a saber, segundo se publicou, que o ex-director da Polícia Judiciária violava reiterada e habitualmente o segredo de justiça, pelos menos através de um jornalista do "Correio da Manhã" ("CM"), um "seu amigo", demonstrando, aliás, acerca de processos em curso (como o da Casa Pia), conhecimentos detalhados que não era suposto legitimamente deter. Mais: Adelino Salvado manipulava politicamente essa informação (o "CM" fez manchetes contra Ferro Rodrigues a partir das suas "dicas"!) com claros objectivos de caluniar e atingir a honra do então secretário-geral do PS. "

1/ Como pode o filósofo Rosas querer a cabeça de Souto Moura se admite que não tem a certeza da veracidade das cassetes?

2/ Essa do Adelino Salvado manipular a informação é boa. Existe contudo um pequeno problema. As acusações contra Ferro partiram de queixas feitas no DIAP pelas vítimas e não por Salvado. O que é muito diferente do que o filósofo fumegante afirma. A única solução que lhes restas (ao Rosas e aos outros da cabala) é substituir Moita Flores na Teoria da Cabala por Adelino Salvado. Sim. Como já se provou que Moita Flores nada teve a ver com isso, pode ser que pegue com o Adelino. Eles bem se esforçam.

3/ O fumegante Rosas ficou a saber que Salvado violava reiterada e habitualmente o segredo de justiça. Brilhate conclusão que se apoia numa gravação sem datas.

4/ Quais foram as manchetes que o CM fez contra Ferro Rodrigues através de informação obtida através de Salvado? Tinha piada ele dar uns exemplos delas. Agora ficar-se por afirmações vagas é simples e levanta a suspeita que se calhar não existem.

"É que ficámos a saber também que uma das fontes principais da violação do segredo de justiça, a ser verdade o que se registou nas gravações, era o próprio círculo de colaboradores próximos do procurador-geral da República, isto é, era a cabeça do órgão que tem como missão velar por que se não viole o segredo de justiça!"

1/ Repare-se como é a 2ª vez que Rosas diz "a ser verdade".

2/ Sara Pina tinha como missão velar pela não violação do segredo justiça? Não era só falar com os colegas jornalistas? Fazia parte dos colaboradores próximo do PGR? Será que ela sabe disso?

"Acontecia isso, aparentemente, através das reiteradas inconfidências da porta-voz e assessora de imprensa do dr. Souto Moura, Sara Pina. Mais uma vez, Sara Pina demonstrava conhecer informações sobre os processos em segredo de justiça a que, como assessora de imprensa, jamais poderia ter acesso sem que lhas facultassem ilegalmente, para ela, ilegalmente, as distribuir à imprensa com propósitos claramente manipulatórios. Face a esta fantástica pouca-vergonha, o que teve a dizer o procurador-geral, para quem a jornalista Sara Pina trabalhava, repito, como porta-voz e assessora de imprensa até anteontem? "

O procurador-geral, talvez por ter o biombo da sua porta-voz, e seguramente forte da confiança que Presidente da República e Governo lhe reafirmaram, recusou-se com inacreditável desfaçatez a responder às exigências generalizadas para que viesse esclarecer as graves suspeitas que sobre a Procuradoria e ele próprio impendem."

1/ Lá está o filósosfo Rosas a especular sobre o que não sabe. Não basta dizer só "reiteradas inconfidências". Tem de dar exemplos. O que se torna difícil quando não os há.

2/ Se o homem ainda não tem a certeza da autênticidade das gravações, como pode emitir opiniões? É fácil para um político querer a demissão de um adversário sem ter a certeza se ele praticou o crime. Se mais tarde se provar a inocência (ex:Fernando Negrão) não acontece nada ao político e o outro já está no olho da rua.

3/ Ao contrário dos políticos que podem proferir falsas acusações contra quem quer que seja, gozando de imunidade parlamentar, os responsáveis de cargos públicos tem de ser responsáveis, visto que por qualquer coisinha de nada, são demitidos. Os políticos não. Até aumentão a sua popularidade.

"Através de sucessivos comunicados lamentáveis (e que por si só justificariam a demissão do cargo), reafirmou a estafada tese da cabala, agora contra a cabeça da Procuradoria, acabando por informar que a sua porta-voz não era do seu gabinete (?), que aceitara a sua demissão e que, por isso, não há qualquer razão para que a investigação em curso sobre as fugas de informação passe pelo gabinete da Procuradoria-Geral! Como acreditar nas investigações futuras, se se admite que o procurador-geral afirme, mesmo antes de se esboçar qualquer novo, e imprescindível, inquérito ao caso das cassetes roubadas, que o seu gabinete, depois de tudo o que aconteceu, não será objecto de investigação?"

1/ aonde é que Souto disse isso? Por acaso até afirmou o contrário e deu como exemplo as duas funcionárias que estão a ser alvo de processo de averiguação disciplinar, uma delas até está presa.

2/ Como acreditar mais no BE se eles mentem e não perdem?

"Como se compreende que, estando em curso um inquérito à fuga de informações há vários meses, e tendo sido já ouvidos dezenas de jornalistas, até anteontem não tivesse sido questionado, precisamente, o jornalista do "Correio da Manhã" de que, aparentemente, o ex-director da PJ e a ex-assessora do procurador- geral se serviam para organizar a fuga de informações? "

1/ As investigações sobre as cassetes começaram no dia 6 de Agosto de 2004. Ou seja, há vários meses (cada dia conta como um mês) como diz Rosas.

2/ Curiosamente esta frase "ipsis verbis" foi dita por José Manuel Fernandes na RTP na segunada-feira.

3/ O filósofo fumegante esqueceu-se que nas escutas há mais implicados. Essas escutas não foram divulgadas essas conversas porque o "Independente" não achou que tivessem qualquer interesse público. Claro que o interesse público é medido pela bitola do "Independente" não do próprio interesse público.

2 Comments:

Blogger António Balbino Caldeira said...

A deriva da democracia representativa no Portugal de hoje é esta: o partido teoricamente mais anti-sistema é o mais "sistemático"!

quinta-feira, agosto 19, 2004  
Blogger Militar que também alinha said...

E como é que pinava a Sara Pina?

sábado, dezembro 13, 2014  

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