terça-feira, outubro 19, 2004

Dia do Juízo final.

Deus está atarefado a despachar processos quando do Tribunal Divino chega a informação que os funcionários judiciários estão em greve. Fartos de apanhar pneumonias devido à ausência de instalações, decidiram pressionar para ser construídas paredes e acabar finalmente com as correntes de ar. Deus resolve telefonar para Júdice a queixar-se do sucedido, mas este está tão ocupado a dizer mal do sistema judicial e a comprar Quintas que não lhe liga nenhuma. Deus decide então enviar Guterres à Terra, para resolver o problema através do diálogo. Chegado ao aeroporto, Guterres descobre que não há aviões devido a uma providência cautelar interposta pelo advogado Martins. Enquanto passeava pelo aeroporto tentando descobrir uma solução, encontra Garcia Pereira a vociferar contra a concentração de poderes divinos em Deus. Mais à frente, na secção de cargas, Carvalhas assobia alegremente enquanto levanta um saco de cassetes proveniente da velha Rússia. Mais à frente, na sala de espera, Miguel Portas explica aos seus discípulos como drogar e abortar de vez em quando traz benefícios para a saúde.

Ao lado, Paulo Porta s contempla em êxtase kits militares expostos numa montra. Sonha com um submarino a afundar um barco cheios de mulheres que transporta um contentor. Mais à frente, Durão, perdão, José Manuel anda de um lado para o outro a treinar o "inglês for UE". Ao lado, Miguel Portas ensina crianças a utilizar SMS nos telemóveis. Guterres, farto de tentar dialogar com os transeuntes sem qualquer sucesso, resolve voltar para o céu e informar Deus do seu insucesso. À saída do aeroporto tropeça numa mala enorme, colocada ao lado de uma banca aonde o advogado Sá Fernandes vende talões de portagens, talões de restaurantes, extractos de chamadas de telemóveis e outros álibis, a arguidos desesperados. Num outra banca, Filipe Viera oferece copos de champanhe promovendo a venda dos seus pneus marca "Hum hum". Veiga ajuda-o, dissertando sobre as capacidades do champanhe no que é corrigido pelo menino Tonecas. Entretanto, Pinto da Costa que vem embarcar Quaresma para o Barcelona por troca com Deco, Ricardo Carvalho e Maniche, grita para Filipe Vieira e Veiga "olá a ambos os dois, penso eu de que. Ando muito mal do fígado. Excesso de champanhe. Sabem?"

Ao seu lado segue "Sousa Tavares" que pára para dar uma sessão de autógrafos, devido ao sucesso do seu último sucesso "Scolari, o maldito". Trata-se de um tratado aonde explica porque, apesar do treinador ter levado a selecção nacional a ganhar 2 euros e três mundiais, continua a não ser bom treinador. Atrás, aparece Reinado Teles com um senhor careca de bigode a promover o turismo internacional. Mais à frente, Dias da Cunha, encadeado pelo sistema de luzes é mordido pelo Bobby depois de ter pisado o Tareco. Valentim Loureiro aproveita para explicar aos polícias que aparecem para restaurar a ordem, o significado do elogio "merdas" proferido para as autoridades. Na livraria, Mário Soares oferece a Sampaio o manual "Presidente de todos os portugueses (socialistas)". Chegado à paragem do Metro, descobre que os trabalhadores desta empresa iniciaram uma greve contra o excesso de greves levado a cabo pela Carris. Decide apanhar um Táxi e partir. Chegado ao Céu, o taxista cobra-lhe 500 euros para um percurso de 100 Euros. Indignado com o roubo, Guterres começa a mandar vir com o taxista.

Este responde-lhe que 300 Euros é pelas malas e 100 euros é pelo intenso monólogo a que foi submetido. Guterres grita-lhe que não tem malas e apresenta-lhe um cartão da SIC. O taxista cai de joelhos a suplicar para não o desgraçarem visto ser o único ganha-pão da família e dá 250 Euros a Guterres para esquecer tudo. Guterres não aceita. Paga-lhe os 100 euros e vai-se embora, não sem antes receber do Taxista um poster com um lindo pântano. Mal sai do Táxi, começa a ser apedrejado por António Marinho que o confundiu com um juiz, obrigando-o assim a fugir pela rua abaixo. Cansado dos acontecimentos, decide ir ver TV para relaxar antes de fazer o relatório a Deus. Liga a SIC e observa atentamente uma reportagem sobre o novo negócio brasileiro de Fátima Felgueiras, venda de telemóveis com descontos para juízes. Muda para a TVI GOLD e encontra o Prof. Marcelo a explicar porque razão, estando um dia com céu limpo, não poderá ficar nublado e eventualmente chover a potes. Isto tudo através de gestos porque o Prof. ainda não decidiu quebrar o silêncio a que se submeteu.

Liga a RTP e encontra Louçã a explicar porque mente e não perde. Chateado, resolve ir relatar o seu insucesso. Depois de "dialogar" com ele mais de 3 horas, Deus resolve lançar um novo dilúvio para castigar a ousadia dos mortais. Mas ao abrir a torneira celestial, só cai uma gota de água. A empresa "Águas divinas" encontra-se em greve. Furioso, decide lançar fogo à Terra. Contacta o Sindicato dos Incendiários mas nada feito. Estes também encontram-se em greve, reivindicando um novo tipo de fósforos que não suje as mãos. Desesperado, Deus envia Santana à Terra. Chegado ao aeroporto, depois de muito charme, consegue um jacto particular pilotado por mulheres. Depois de aterrar na Terra, parte numa limusine para o Tribunal. A meio do caminho passa pelas Docas e resolve parar, invocando assuntos de Estado. Sentado numa das esplanadas, resolve conceber um plano para descentralizar as Docas.

Cria um novo tipo de Docas. As secas, que coloca na Amadora, para animar ainda mais a vida nocturna dos habitantes dos Bairros Cova da Moura e 6 de Maio. Para facilitar ainda mais essa diversão, despede os comandantes da Polícia local.Chega finalmente ao Tribunal, antecedido por batalhões de jornalistas, e em directo pelas TVs. Depois de muita conversa, consegue que todas as funcionárias do tribunal voltem ao trabalho com a promessa de tomar um copo na Kapital. De regresso ao aeroporto, encontra o irmão Sócrates num duelo de "capa e espada" com João Soares. Pede-lhe para não chegar atrasado às gravações do programa "Marretas" na RTP. Chegado vitorioso, começa a abrir discotecas e bares no Céu. Deus chateado com o atrevimento dele, decide, juntando o útil ao agradável, livrar-se dele e castigar um pequeno país periférico, cheio de chatos insatisfeitos e embirrentos. Chama então Santana e envia-o como primeiro-ministro cheio de boas recomendações e um retrato do Papa.

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