terça-feira, outubro 19, 2004

Sampaio

(...)2. Num exemplo de ética republicana, daquela que se empenha em demonstrar que os presidentes da república não são homens investidos no poder por Deus como pretendiam ser os monarcas, mas homens exactamente como os outros, com os mesmos defeitos, os mesmos deslizes e as mesmas insuficiências, Jorge Sampaio entendeu sublinhar, a propósito do Prémio Carlos V que recebeu em Espanha, que, "desta vez", os 90 mil euros do prémio seriam para si e não para uma instituição de caridade, pois "os tempos estão maus".

Que Sampaio pode guardar o dinheiro do prémio para si é indiscutível (é mesmo essa a ideia!), mas que sublinhe que desta vez o vai fazer porque "os tempos estão maus" é inadmissível. Inadmissível porque as necessidades do Presidente da República, por ingentes que sejam, não se compraram certamente às de muitos outros; inadmissível porque nos revela um Jorge Sampaio que parece não ter noção disso; inadmissível porque nos mostra um Jorge Sampaio chocantemente satisfeito pelo inesperado "arredondar do fim do mês"; inadmissível pela vulgaridade da expressão. Não podíamos concordar mais com Jorge Sampaio: "Há momentos em que o Presidente da República tem que saber estar calado."

Do Vítor Malheiros, in PÚBLICO de 19/10/2004

Depois de ter passado a perna a Guterres a propósito das "touradas de Barancos" que envergonham pela sua má qualidade os verdadeiros aficionados de uma velha Corrida à Portuguesa.

Depois de ter dado posse a Santana após tanta hesitação e depois de ter garantido que iria escrutinar este Governo como nunca antes, acabando, numa tentativa de conseguir substanciar "quadratura do círculo" por dizer que este Goevrno tem a legitimidade de todos os outros, mais uma bacorada do maior representante público da "esquerda-caviar" em Portugal.

Jorge Sampaio.

O que foi apoiado por muitos, e soube em pouco tempo preparar a saída de Belém pela esquerda baixa.


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