Portugal Profundo.
Enquanto o país discute acaloradamente a censura a que foi alvo uma figura pública de nomeada, no verdadeiro Portugal, um anónimo é silenciado pelas forças da ordem. Ao contrário da figura pública, cujo silêncio foi uma opção pessoal, esse anónimo não vai ser recebido pelo Presidente da República, nem tão pouco vai ver o seu caso merecer a mínima atenção na Assembleia da República, ou mesmo merecer um pequeno comentário do Bastonário Júdice, tão preocupado que anda com o desrespeito dos direitos democráticos.
A liberdade de expressão é usada como meio para atacar adversários políticos, mas já pouco ou nada interessa quando, em certas circunstâncias, penaliza os interesses de quem antes o defendia. Nesta conjuntura é utopia falar em liberdade de expressão. A censura vai impor as suas regras quer pela mão política, quer pela mão económica.
Aparte a histérica e degradante exploração política de uma oposição carecida de ideias, a liberdade de expressão é um mito que não interessa a ninguém e, assim vai o pais, perdendo o seu precioso tempo a discutir o “Sexo dos Anjos” enquanto o essencial naufraga junto à praia. Sim, porque ao contrário do que Júdice afirma, a grande criminalidade não é importunada e, quando tal acontece por engano, o tráfico de influências resolve de imediato o pequeno problema.
Enquanto isso acontece, os pequenos Antónios Balbinos Caldeiras sofrem o zelo, diligência e eficácia das autoridades, eventualmente a rondar a ilegalidade e, como tal, passível de implicar responsabilidade criminal para os seus autores. É uma tristeza.
8 Comments:
Senhor António Caldeira, há muito tempo que nós sabemos que em Portugal há duas justiças. Uma para as pessoas com bastante notoriedade no País, e a outra para aqueles que ninguém ou pouca gente conhece. Basta ver o processo Casa Pia. E o Senhor faz parte destes últimos.
Pedro
Então diziam que os fascistas não mais voltariam ao poder em Portugal? eles nunca desapareceram e a prova aí está, pois o povo desgraçadamente não queria acreditar, eu não deixo de dizer aos Portugueses que é necessário fazerem o verdadeiro 25 de Abril, e ao Sr. Antonio Caldeira o meu assentimento total,e como o Sr.deveria haver mais pessoas sem medo nesse País!!!!!!!!!!
Francisco
Sr. António Caldeira, o seu exemplo de cidadão surpreende pela lucidez, determinação e coragem como enfrenta a rede de pedófilia, que "apenas" foi beliscada. O senhor sabe que não está sózinho nesta luta contra o Polvo, porque ainda existe de facto uma maioria silenciosa que observa com atenção o que se está a passar. Porque será que não apreenderam também o material informático do " ReporterX"?Um abraço.
Mário Alves
30 anos e seis meses depois...O primeiro acto de censura político. O mesmo processo de actuação, o mesmo estilo intimidatório, a mesma violência face à presença dos filhos menores, o mesmo medo, a mesma escola. Nada mudou.António Caldeira, nada receies, continua, porque todos, os que só desejam justiça e amam a liberdade, estão contigo. Alcides Costa
Bem haja por pensar assim. O que uns certos senhores pretendem é empurrar o lixo para debaixo do tapete e poucar assim incómodos a "certos ilustres". Não querem que os Portugueses conheçam a podridão reinante neste rectangulo lusitano. Força Caldeira, incomode este cobarde silêncio imposto por quem deveria julgar e punir.
Viriato
Ai se fosse o Marcelo!!! Já agora não se esqueçam de apreender o computador do reporter X. Como é que é possível acontecer uma coisas desta 30 anos depois de Abril/Novembro 1974?!Como vai ser com as TVs, os jornais que, os advogados arguidos que publicaram ou disseram tudo, ou quase tudo.E com os arguidos que publicam livros e dão entrevistas/TIDE, lava mais branco?!?Ou será tira nódoas?!!!
Xiveve
A minha solidariedade para este bloguista , ...e também um conselho para os bloguistas que incomodam os vários poderes instalados , encryptem as matérias mais sensíveis que possuem no disco rígido do vosso computador , há até alguns programas freeware de encryptação (por exemplo o CRYPTANER )se não puderem pagar por esse software , e assim não serão bodes espiatórios de situações originadas pela medíocridade de muitos anos do nosso estado no geral !!!
Obrigado pela solidariedade do parceiro Carvalhadas. Não temos leis iguais, Carvalho. Uns são filhos e outros enteados.
Se nos unirmos todos, a coisa pública muda.
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