sexta-feira, novembro 26, 2004

Plástico.

"O ex-primeiro-ministro Cavaco Silva advertiu ontem à noite, no Porto, que a situação económica em Portugal "é complicada" e que o país "vai continuar a empobrecer até 2006", afastando-se "cada vez mais" da média da União Europeia."Eu não invento números. A Comissão das Comunidades Europeias publicou previsões até 2006 e está lá escrito que Portugal vai continuar a empobrecer até esse ano. Já foi ultrapassado pela Grécia e pela Eslovénia e vai ser ultrapassado pela República Checa", afirmou Cavaco Silva. O ex-primeiro-ministro, que participou no Porto numa conferência sobre "Os Desafios da Economia Portuguesa", promovida pela Associação Nacional de Jovens Empresários, sublinhou que Portugal "está no quarto ano consecutivo de afastamento da Espanha e da União europeia e vai continuar a afastar-se nos próximos anos".

Questionado pelos jornalistas sobre o discurso optimista do primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, e em concreto sobre o alegado início da retoma económica, Cavaco Silva considerou "natural" que em 2004 o crescimento económico seja superior ao do ano passado, porque em 2003 houve "uma recessão", mas sublinhou que "isto não resolve os problemas dos portugueses".

"O problema dos portugueses só será resolvido quando nós voltarmos a uma trajectória de aproximação aos níveis de desenvolvimento da Espanha e da União Europeia. Enquanto não crescermos à volta de três, três e meio por cento ao ano, Portugal continua a afastar-se do desenvolvimento dos outros", afirmou.Para o economista, "já não há tempo para ilusões, passes de mágica e palavreado inconsequente", porque, de outra forma, Portugal corre o risco de descer para a "segunda divisão dos país da Europa em termos de desenvolvimento"."


"Com o Primeiro-ministro tudo é plástico. Tudo pode ser ou não ser. Uma coisa corre mal, pode-se mudar, não há problema nenhum. Aconteceu assim e esperava-se que acontecesse assado. Não é muito importante. Fizemos isto. Já estava previsto que o fizéssemos. Tudo é desvalorizado, nada é cortado a direito. Amanhã torce-se a memória de hoje e não fica nada. Num certo sentido é o que o primeiro-ministro deseja, que fique apenas a imagem, o som, um certo adormecimento colectivo. Um canto, monótono é certo, mas um canto.

O que move o discurso do primeiro-ministro é apenas o que dizem os jornais. Não há nenhuma dinâmica que tenha a ver com o país, com os problemas dos portugueses, apenas sobre os jornais. A frase está morta e só se alumia quando há um comentário ou notícia jornalística a que quer responder ou ripostar. Aí anima-se e tudo se torna fluído. Viu-se em toda a entrevista."

Pacheco Pereira

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Qual é a importância disto?
Que raio de assunto mais idiota, ó Cavaco!
Nós estamos preocupados é com o "Swing". Aí é que o país vai mal. Muito mal.Uma praga a ser controlada urgentemente.
Se sabes alguma coisa sobre o "swing", fala. Se não sabes não nos venhas aborrecer com estes problemas menores.
Problemas econômicos? Desenvolvimento?
Deus te valha, Cavaco.

Manela

sexta-feira, novembro 26, 2004  

Enviar um comentário

<< Home

Divulgue o seu blog!