sexta-feira, janeiro 14, 2005

Bibi ataca.

"Carlos Silvino assegurou ontem à juíza Ana Peres que se encontrou com Catalina Pestana na Costa de Caparica, numa data que não precisou, confirmando assim uma notícia que o CM publicou no dia 24 de Setembro do ano passado. “Foi no mesmo dia em que passámos [‘Bibi’ e agentes da PJ] pelo consultório do dr. Ferreira Diniz. Eu ia num carro com o inspector Dias André. Fomos para o outro lado. Mais para a frente da Costa de Caparica. Eram três carros. A doutora Catalina Pestana ia no carro da senhora inspectora Rosa Mota. Quando lá chegámos, a doutora Catalina passou para o carro onde eu estava. Dias André disse-me que ela era a mãe da Casa Pia. Quando falei com a senhora provedora, ela pediu-me para contar tudo. Para contar toda a verdade das coisas que se tinham passado, para não me incriminar sozinho. Depois ofereceu-me pastéis de Belém e uma camisola da Casa Pia, que eu entreguei à minha mãe adoptiva, a Mariana”, disse ‘Bibi’, que, na altura, estava a responder a questões de Maria João Costa, advogada do médico Ferreira Diniz, durante a nona audiência do julgamento do processo da pedofilia.

Além da revelação sobre a conversa com a provedora, Maria João Costa pediu a Carlos Silvino para falar sobre a forma como a Polícia Judiciária o confrontou com o nome de Ferreira Diniz. ‘Bibi’ afirmou que, em declarações à PJ, o inspector Dias André lhe disse que já sabia metade da história do médico e que ele devia contar-lhe o resto. Mas sublinhou que não foi obrigado a relatar fosse o que fosse sobre o médico. A defensora de Diniz insistiu, o que levou mesmo José Maria Martins e a juíza Ana Peres a intervir. “O meu cliente já disse que não foi forçado a falar. Além disso, as conversas que ele teve com a Polícia Judiciária não são para aqui chamadas”, referiu o advogado. “O arguido já esclareceu que não foi obrigado” acrescentou a magistrada."

Desengane-se quem acreditava que ele ia dizer a verdade. Dúvida: Se Bibi "explicou que indicou o nome do médico depois de um inspector da Polícia Judiciária, que identificou, lhe ter dito que já haviam queixas há «dois ou três anos, por parte dos directores do Casa Pia Atlético Clube sobre Diniz" é porque sabia da história ou somente porque a PJ sugeriu-lhe o nome de Diniz. Se assim foi, porque afirmou ele, sobre Ferreira Diniz, "que nunca entrou no consultório ou na sua casa, mas deixou uma vez jovens casapianos no Campo Grande, onde se encontravam aquele médico e outros dois arguidos no processo: o apresentador de televisão Carlos Cruz e o embaixador Jorge Ritto?"

De qualquer forma, sobra a descrição de «médico do Ferrari» (devido ao seu gosto pelos bólides de luxo - Ferreira Diniz era dono de um Ferrari vermelho), quando surgiram as primeiras denúncias que o ligavam à alegada rede de pedofilia da Casa Pia e os primeiros conflitos com a Casa Pia começaram em finais dos anos de 1980, quando a instituição o impediu de observar os internos do Colégio de Santa Catarina por causa de «consultas menos ortodoxas».

Situações que a defesa do médico tem de ultrapassar sem a ajuda do Bibi.

P.S. A história da oferta da camisola está um mimo. É como o Felipe Vieira oferecer uma camisa autografada do Eusébio ao próprio Eusébio.

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