quarta-feira, janeiro 12, 2005

Pobre país.

Nos seus discursos, Sócrates, ao reforçar a necessidade de aproveitar o que já está feito, veio legitimar a política de Durão Barroso. Aproveitando o tapete vermelho oferecido por Sampaio, o PS, em nome da estabilidade, vê-se livre das políticas impopulares e dá uns "toques" no que já foi feito para disfarçar a sua manifesta falta de ideias. Eis a principal razão porque Sócrates tem-se escondido por detrás das sondagens e não divulga o seu programa eleitoral (se ele existe de facto).

Curiosamente o pouco que deixa escapar é prontamente desmentido de seguida, à semelhança do que tem acontecido com este governo. A grande preocupação parece ser a de não querer que se saiba nada do que vão fazer, apostando tudo no suicido da direita. Até aqui Sócrates recebe ajuda, porque já se percebeu que, em muitos assuntos, ele tem as lições mal estudadas.

O facto é que o PS continua a conciliar a nostalgia do despesismo com as referências ambíguas ao pacto, as reivindicações sociais e políticas com as impossibilidades práticas de lhes dar satisfação.

Será que tudo isso vai passar despercebido e o anti-santanismo vai ao ponto de oferecer um cheque em branco a Sócrates?

Será que a política manhosa de recusa dos frente a frente, da preferência pelas entrevistas ( previsão das perguntas) e do contacto com o povo, lhe vai ser vantajosa?

Será que a política do ataque pessoal (Morais sarmento) vai conseguir continuar a disfarçar as lacunas do PS e os seus idênticos telhados de vidro?

Será o regresso do Estado que paga umas coisitas, dos jornais que relatam umas coscuvilhices empolgantes, dos reality-shows a correr na televisão e dos habituais psicodramas do futebol a traumatizar ansiosamente as almas, suculenta mistura que branqueia as dificuldades do país na mente do povo?

Pobre país que nem oposição consegue ter.

23 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sempre os mesmos cavalos de batalha... Num país onde a natalidade desce e a população vai morrendo, despenalize-se o aborto. Não há nada mais lógico. Acabem com os portugueses de vez! Matem-nos antes que tenham garganta para berrar.E que tal um sistema de saude decente, gratuito e acessivel a todos? Se nem isso temos kerem fazer os abortos como? João

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Até 20 de Fevereiro, Sócrates vai desfazer-se em fumo.Recusa frente a frentes,prefere a entrevista (porque prevê as perguntas)e o contacto com o povo, pois põe as mãos ar e distribui rosas como a R.STA Isabel.Este político é um CROMO.De nada sabe e está rodeado de gente que sabe tanto como ele. É um BLUFF.Nunca se saberá o que ele pensa sobre o que seja.É a nulidade. Vicente

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

De manhã dizem uma coisa à tarde já dizem que o que disseram é mentira. Isto faz-me lembrar o pântano dos governos do engenheiro Guterres. São estes que estão a pedir a maioria absoluta? Querem que voltemos a acreditar!Nem os socialistas acreditam neles mesmos! Os amanhãs que cantam dos "abrilistas" já não convecem ninguém! O aborto não é mais que uma distracção para não dizerem nada! JP

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Está bem abelha.Eu até votei no CB para ganhar por que achei que merecia, não só pela sua graça como também pela sua frontalidade e formação. Neste (Sócrates) não acredito.

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Caramba, mas não foram estes Srs. q referendaram o aborto e depois recusaram-se a fazer campanha a favor do mesmo. O que pretendem? Atirar areia para os olhos dos Tugas q pela sua natureza já não se encontram mto abertos! Para quem está à espera de vida fácil e subsídios, desenganem-se q vêm para ai mtos Tsunamis. José

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Iria ser uma maravilha. Só gostaria de saber como o Engº Sócrates iria explicar os 150 empregos em 4 anos aos portugueses. É muita demagogia no estado em que o País está. Fernanda

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

É obvio que não. O PS, na figura do seu líder Eng.º Sócrates, nada tem a acrescentar. Ate pq Sócrates sabe bem q, das costumeiras falácias, pouco ou nada se aproveita. Quer embair os Tugas desviando a atenção do verdadeiro assunto e quedando-se pelos sofismas e figuras de retórica. Alternativa a Santana? Nunca! José

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O Sócrates anda confuso, os seus compinchas dizem uma coisa de manhã para na parte da tarde o SG do PS vir dizer que é mentira. Se esta situação fosse na Direita, os jornalistas não se cansavam de cruxificar a coligação. Esta dualidade de critérios está a minar a democracia.

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Não acho que o PS ande confuso, como dizem alguns comentadores. Nem o eng. Sócrates se compara ao dr. Santana Lopes. São pontos de vista, devido ao que vi esta pseudo-maioria fazer nestes 3 anos. Só foram asneiras e colocações de afilhados e amigas. Por isso, tudo que vier agora, de certeza que fará melhor serviço. O pior vai ser a pesada herança que a "maioria" vai deixar. CC

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O comentador CC só vê numa direcção. Não se esquece a desgovernação que foram os últimos governos guterristas, as suas trapalhadas que terão de ser pagas pelas próximas gerações. A esquerda com a ajuda dos caciques que controla nos média quer impor a sua ideologia que tantos prejuízos trouxe a Portugal! JP

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Os jornais e a TV têm a obrigação de forçar os partidos a esclarecer e debater as propostas para os próximos quatro anos. As frases soltas sem nexo e desmentidas não servem para esclarecer a população. Se continuarem neste ritmo, é melhor votar em branco. José

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O eng. Sócrates faz bem em pôr as mesmas condições que o dr. Durão pôs em Março 2002.Também julgo que ele vai herdar " uma pesada herança" deixava desta vez pelos da " maioria", que se diziam tão competentes e ainda deixaram os défices ainda maiores que o do 2001 - do último governo do eng.Guterres. De notar que o eng. Guterres nunca teve nenhuma maioria e que ests do PPD e PP nunca o deixaram tomar as medidas que ele queria tomar , para equilibrar a economia - e isso de propósito para o afundarem e colocá-lo mal.Foi o que aconteceu e o eng. Guterres viu-se atado de pés e mãos e deixou o governo.Agora estes da " maioria" que de bom fizeram? Com maioria no Parlamento e isto ainda está muito pior que em 2001.Ora ,tenham juízo. É só escândalos!!!!!!!! CC

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Eles os 2,querem lá saber de nós!E o povo quer cá saber d governos!Viva o futebol,vivam os treinadores,vivam os árbitros,vivam as telenovelas,os concursos,o Big Brother,vivam os palhaços da "quinta",vivam as trapalhadas,os corruptos,os vigaristas,vivam os incompetents e oportunistas(alguns)do governo,vivam os bêbados e os furiosos do volante e a escumalha de colarinho branco que impunemente rouba! Duarte

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Será verdade que o mandatário geral do PS para estas eleições,a pedido do snr.Engº.Sócrates,vai mesmo ser o snr.DIOGO INFANTE? Espero que seja, para bem do PAÍS e dessa classe trabalhadora da marcha-atrás! LS

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O Eng.º Sócrates não está a aguentar muito bem a pressão da comunicação social. Está cansado de saber que, cada vez que abre a boca, lhe fogem votos aos milhares. Bastava inventar uma infecção das cordas vocais e a maioria absoluta não escapava! Assim vai-se desvendando o vazio de soluções, o apaziguamento das clientelas do Estado, o parco aproveitamento das medidas "impopulares" que já se fizeram... É o regresso do dialogante percurso até à toca do monstro.

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Que se torne publico o programa eleitoral para discussão publica. Não bastam frases soltas sobre o aumento de 3% do PIB ao ano, criação de 150,000 empregos(é preciso saber como).O PS não pode esconder atras das sondagens. Os jornais e a T.V. tem a obrigação de tirar os politicos escondidos na toca. Rodrigues

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O que se prova é que não foi inocente a decisão do PR de marcar novas eleições. Desta forma o PS se vê livre das politicas impopulares em nome da estabilidade e dá "toques" nas politicas para as quais não tinha qualquer ideia ou projecto. ML

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Mudam os insectos. Só espero que nâo venha uma praga de gafanhotos!

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O objectivo é nobre. No entanto não é diferenciador. Todos os partidos prometem criar emprego. Falta ao Eng. Sócrates explicar como. Se é com o aumento da dimensão e da ineficiência da Administração Pública ou a multiplicação de institutos para desempenhar funções que competiam à primeira, recordo que já foi tentado pelo Eng. Guterres e o resultado foi desastroso.

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

A demagogia eleitoral já começou. Será que o Sócrates tem alguma fabrica de criar emprego. Devem explicar como, e não com frases soltas. Nelo

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Já faltava um sintoma do que aí virá em matéria de despesismo. Com que dinheiro vai financiar as autarquias ? Que outros impostos estará a referir ? E uma regionalização, quanto nos custará ? Quando o principal problema deste país está na própria reforma estrutural da Administração Pública e necessidades de medidas urgentes de quebra da despesa corrente, começam estes Srs a falar em financiamentos... Deixem de mascarar aumentos da despesa com a palavra "investimento". O Estado e a Administração Pública têm que ser reduzidos drasticamente. Fica mais um alerta... Miguel

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Blogger Luis Gaspar said...

Esteve em grande, meu amigo, realmente em grande. Belo post.

A realidade é que Sócrates é igual a Santana. Só neste país é que se consegue fazer uma campanha eleitoral, em que se pede maioria absoluta (!!!), sem ter um programa eleitoral! Presumo que o anedotário vá continuar com Sócrates. O pior é que as pessoas já acham que estou a gozar quando lhes conto as coisas que se passam em Lisboa. Deviam ser menos absurdos, para eu poder brincar um pouco com eles.

quinta-feira, janeiro 13, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Caro Carvalho Negro:

Estive a ver neste blog, entre posts e comentários, quantas vezes foi escrita a expressão «pobre país». E verifiquei que apareceu 2,436 vezes.

Ora tão exaustivo lamento, a somar à perversa predilecção das redacções dos telejornais por temas funestos, em nada contribui para levantar, hoje de novo, o astral de Portugal.

Pobre país! Oooops, 2,437.


Mompox

quinta-feira, janeiro 13, 2005  

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