domingo, abril 17, 2005

17 de Abril de 1894.


Nasce Nikita Kruschov (1894-1971). Nikita assumiu a secretaria-geral do partido e, no célebre 20º Congresso do PCUS (1956) lançou a nova orientação, enquanto atacava Estaline no seu "Relatório secreto", a pretexto de combater o culto à personalidade.

A política do 20º Congresso ficou conhecida pelo lema dos "Três pacíficos": coexistência pacífica e competição pacífica com o capitalismo, transição pacífica para o socialismo. Na verdade, não se reduzia à oposição entre meios pacíficos e violentos. Era toda uma nova linha geral, uma resposta de direita para os problemas reais que vinham se acumulando.Em 1957 esboçou-se uma reação neste rumo, liderada por Molotov, Malenkov e Kaganovitch, prestigiados expoentes da velha guarda bolchevique, porém por vias burocráticas e cupulistas. O Comitê Central chegou a votar a destituição de Kruschov, mas foi cercado pelos tanques de um general pró-Kruschov, a votação foi revertida e os antikruschovistas expulsos como "grupo antipartido". A base partidária e as massas assistiram a tudo passivamente, adormecidas pela cantilena de que "a direção sabe o que faz".

A nova direção soviética tratou de repassar a linha do 20º Congresso para todo o movimento comunista mundial, nas reuniões de 1957 e 1960, esta com 81 partidos comunistas e operários de todos os continentes. A maioria das direções partidárias acompanhou-a - uns por seguidismo, outros por convicção. Mas houve também fortes resistências, abrindo uma fase de polêmica e divisão. Os partidos da China e da Albânia, no poder, contestaram a orientação soviética, assim como o do Vietnã - que dirigia uma heróica guerra popular contra a agressão norte-americana (veja o próximo artigo). Muitos partidos se cindiram em uma ala pró-Kruschov - em geral majoritária - e outra anti-revisionista.

Kruschov promoveu sua guinada às claras, mal mantendo uma precária folha de parreira "marxista". Após derrotas nos planos externo (crise de Berlim, 1958, crise dos mísseis em Cuba, 1962) e interno (fracassos na agricultura), terminou caindo, em 1964. A direção do PCUS passou a Leonid Brejnev, que manteve o mesmo curso geral porém de forma matizada, preocupando-se com as aparências e até polemizando com oportunistas mais assumidos como os "eurocomunistas". A URSS passou a uma degradação lenta e encoberta, até a crise terminal da perestroika (reestruturação), com Mikhail Gorbachov, que retomou o oportunismo assumido de Kruschov e terminou de enterrar a experiência iniciada em 1917.



A história deu razão, portanto, aos que denunciaram e combateram o revisionismo soviético (veja o artigo 6). A linha revisionista - marxista em palavras, mas abandonando a essência revolucionária do marxismo - conduziu de fato à derrota, à capitulação face ao capitalismo em geral e aos EUA em particular. Ao mesmo tempo, hoje fica claro que este combate foi unilateral: ao denunciar a traição revisionista, caiu no equívoco de defender em bloco a fase anterior, sem apontar os erros que, já então, abriam caminho para a guinada à direita e o desvirtuamento do socialismo soviético.

A guinada à direita na direção da URSS abriu uma etapa de paulatina degradação da experiência socialista: queda permanente dos índices econômicos; queda também dos índices de bem-estar social, criando um clima de surda insatisfação; desigualdades crescentes entre as massas do povo e a elite dos aparatchik (homens do aparato), que foi virando uma casta privilegiada; desprestígio internacional (sobretudo após a invasão da Tchecoslováquia, em 1968); e derrota militar (a desastrosa ocupação do Afeganistão, que se converte no "Vietnã da URSS").



Esse socialismo degenerado ainda assim jogava um papel mundial positivo, ao se contrapor à superpotência norte-americana. E também internamente mantinha não poucas conquistas da fase de construção, embora degradando-as. Hoje está claro que o combate dos marxistas-leninistas ao revisionismo, embora essencialmente justo, pecava por simplificação ao caracterizar a URSS dos anos 60 em diante como uma superpotência capitalista, social-imperialista, e ponto final.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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sexta-feira, fevereiro 23, 2007  
Anonymous Anónimo said...

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quarta-feira, maio 09, 2007  

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