terça-feira, junho 28, 2005

Aos branqueadores de serviço.

"Em Carcavelos também não foi registado qualquer roubo, a polícia soltou rapidamente os poucos jovens presos, por falta de provas, e o alarido em torno dos supostos 500 assaltantes apenas durou uma semana. Envergonhada, a polícia teve que reconhecer que não eram 500 mas 50 ou 40, e que não havia provas de que tivesse havido uma acção organizada de gangues. E, na sexta-feira, um jornal de Lisboa afirmava com todas as letras que nem 500 nem 50: não houve assaltantes, não houve pura e simplesmente assalto nenhum. O arrastão da praia de Carcavelos não existiu."

Heliana Bibas e Luís Leiria

Presidente e Vice-presidente da Casa do Brasil
Como dizem e muito bem o Presidente e Vice-presidente da Casa do Brasil, como não foi registado qualquer roubo, não foi detido ninguém por roubo. Os dois rapazes e uma rapariga que foram detidos ficaram indiciados por agressões e resistência à polícia. Depois de ouvidos pelo juiz foram libertados e estavam obrigados a apresentar-se todas as semanas na esquadra da PSP. A rapariga era brasileira e foi acusada de tentar agredir um polícia com uma garrafa partida.

Da refrega entre os bandos e a polícia regista-se um polícia com um braço partido por uma garrafa de litro de cerveja.

De acordo com a polícia “houve dois grupos, de 20 ou 30 elementos cada, que planearam aquilo. Os outros foram atrás.” Os jovens vieram de Vialonga, da Zona J, Bairros 6 de Maio, Cova da Moura, Serra da Mina, Damaia, Zambujal, Mercês, Monte Abraão, Alto da Loba e Marianas.
"Mas, então, porque se fala tanto de arrastões no Brasil? A primeira acção, que inaugurou o termo “arrastão”, ocorreu em 1992, em vésperas de eleições. “Eram uns 30 ou 40 homens, desarmados, inaugurando um tipo de terror que não chegou a fazer vítimas nem danos consideráveis. O ando não tinha intenções de roubar, apenas assustar e aparecer na TV ali postada”, lembra Cony. O objectivo? Criar um clima de insegurança tal que prejudicasse a então candidata ao governo do Rio de Janeiro que liderava as sondagens: Benedita da Silva, mulher, negra e favelada. Conseguiram: a então candidata do PT caiu de 37% para 17%. E não foi eleita.Mais tarde, houve outros ensaios de arrastão, sempre em esperas de eleições. Quando não são manipulações eleitorais, os mal chamados arrastões poder ser também conflitos entre jovens dos bairros pores da zona norte do Rio de Janeiro que assustam a classe média da zona sul."
Não há arrastões no Brasil? No passado dia 7 de Maio durante uma festa musical, organizada no Playcenter, de São Paulo, dezenas de jovens foram literalmente ‘despojados’ de telemóveis, camisas, casacos e outros haveres, roubados por um bando de assaltantes, muitos dos quais menores. Segundo a descrição das vítimas, os assaltantes eram um número superior às três dezenas. Cercaram o parque, onde se realizava a festa, e abordavam as vítimas à saída. A confusão começou pelas 22h00 e prolongou-se pela madrugada fora. Às 05h00, ainda havia gente a ser roubada, sem que a polícia tivesse aparecido. por cada vítima que aparecia, os assaltantes caíam-lhe em cima e gritavam “tá dominado, tá dominado”, após o que lhe roubavam tudo quanto possuísse de valioso. Apesar da inércia e demora em reagir, as autoridades ainda conseguiram deter 12 suspeitos, dos quais seis menores.

Num outro caso, este na praia, o jornal ‘Folha de São Paulo’ relata um ‘arrastão’ iniciado perto do Condomínio Alfabarra que, reunindo cerca de 60 assaltantes, “levou tudo o que conseguiu, de chinelos, a telemóveis e bicicletas”. O tumulto terminou cerca de um quilómetro à frente, com os assaltantes a dispersar perto de um centro comercial. A Polícia Marítima conseguiu capturar cerca de 40 dos participantes neste ‘arrastão’, dos quais 13 eram menores de idade.

A situação chegou a um ponto que, durante uma acção de promoção do Brasil em França, os responsáveis pela acção lamentaram que a imagem do país só passasse na televisão francesa pelos jogos de futebol ou pelos ‘arrastões’ na praia. Como exemplo, ainda no início deste ano, centenas de turistas, a grande maioria dos quais estrangeiros desatou a fugir da Praia do Leme (Rio de Janeiro), deixando as coisas para trás, depois de ouvir barulho de tiros, receando tratar-se de um “arrastão” nessa praia. Não era. Tratava-se de um confronto na favela do morro mais próximo, tendo a Polícia erguido uma barreira de contenção.

29 Setembro 2004

“Um cinegrafista amador flagrou cenas do cotidiano carioca: dezenas de garotos maltrapilhos - ou como disse o Chico Pinheiro no Jornal da Globo, um "enxame" (sic!) de trombadinhas - assaltando quem se aventurasse pelas areias do Leblon, ou Lebronx, para os íntimos...
Agora que filmaram, vão fazer um puta auê, inquéritos, declarações bombásticas, reforço policial, donas de casa indignadas pedindo pena de morte, engravatados exigindo tanques nos morros, entrevistas com sociólogos, "que absurdo, assim os turistas desistem de vez do Brasil...", blá, blá, blá... O melhor do jornalismo 'pout-pourri' vai rechear jornais, revistas, rádios e TVs a partir de hoje. Será tema do Fantástico e capa da Veja, alguém duvida? E lá vamos nós de novo!
Pois é, pessoal, o que vai ser repetido ad infinitum agora é a situação normal de redistribuição de renda na marra: quem tem, tem; quem não tem, toma!”

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10 de Fevereiro de 2002

Um grupo de pelo menos 20 bandidos promoveu, por volta das 4h00 deste domingo, um arrastão na avenida Olavo Fontoura, próxima ao setor 3 do Anhembi, zona norte da capital paulista. No local, acontece o segundo dia de desfiles das escolas de samba do grupo especial de São Paulo.
Segundo a PM e a Guarda Municipal paulista, que montaram um posto especial dentro do Anhembi para estes dias de desfiles, os 20 criminosos estavam armados de paus, pedras e estiletes. Bolsas, carteiras, relógios, celulares, pochetes, dinheiro, e jóias foram roubados de muitas pessoas. Seis das vítimas já prestaram depoimento junto à polícia. Segundo a Guarda Municipal, uma senhora teria sido atingida na cabeça por um pedaço de pau e está com suspeita de traumatismo craniano. Dos pelo menos 20 “trombadinhas” que aproveitaram a aglomeração de pessoas do lado de fora do sambódromo para agir, seis já foram presos.
Por volta das 22h, outro grupo, de cinco bandidos, já havia sido preso pelos guardas municipais nas proximidades do setor 5, onde se localiza a sala de imprensa. Este grupo, fingindo estar armado com revólveres, intimidava as vítimas e roubava todo tipo de pertence. A ação foi descoberta e os cinco acabaram detidos. Vítimas, testemunhas e criminosos foram levados para o plantão do 13º Distrito Policial, no bairro da Casa Verde, também na zona norte, onde serão ouvidos pelo delegado.

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