“A manipulação, a inexactidão no tratamento do chamado “arrastão” tem vindo a ser analisada à luz de novas informações. O próprio Comando Metropolitano da PSP de Lisboa veio afinal, sete dias depois, reduzir o número dos assaltantes para menos de 10 por cento do número anteriormente anunciado. Cito “De um grande grupo de 400 ou 500 pessoas só 30 ou 40 praticaram ilícitos”. E disse mais – volto a citar: “Muitos jovens que apareceram nas imagens televisivas e fotográficas a correr na praia de Carcavelos naquele dia não eram assaltantes, mas tão só jovens que fugiam com os seus próprios haveres”. Foram apresentadas apenas duas queixas. Na Assembleia Municipal de Lisboa, António Tavares, eleito pelo PSD contou o relato do seu filho que estava na praia: não houve arrastão, houve talvez furtos, mas o que aconteceu foi uma fuga de jovens de uma carga policial indiscriminada.”
Extracto de comunicado do Bloco de Esquerda acerca dos recentes acontecimentos em Carcavelos
Quanto ao que se passa, de facto parece haver cada vez mais extremistas e racistas em ambos os lados da barricada.
E um pequeno partido constituído por “bem pensantes politicamente correctos e intelectualmente superiores as comuns mortais portugueses que diáriamente sofrem na pele ou no espírito o elevado grau de insegurança que vai grassando nas áreas urbanas e suburbanas de Lisboa, e que mercê da sua superioridade intelectual, comete esse tipo de “pecadilhos” de cartilha libertária.
Por mim não consideraria que este aumento da criminalidade de rua, com gangs de negros jovens seja um fenómeno racista.
Não se trata de uma luta de pretos contra brancos, já que muitos dos assaltados nos comboios e na praias ou nas ruas são também pretos. Lembram-se do polícia Felisberto, negro e morador na Cova da Moura, assassinado há 3 anos na Damaia?
Viram as imagens de uma jovem africana a chorar, a embarcar numa ambulância após o chamado “arrastão” de Carcavelos?
O que se passa é a falta de capacidade do Estado em integrar os jovens, através de sistemas de educação exclusivos e não inclusivos, com sistemas de segurança social deficientes, e finalmente às Câmaras Municipais da grande Lisboa, que criam autênticos guettos sub-urbanos sem condições e proliferação de bairros da lata (falta de um bom ordenamento territorial), em que os sistemas de apoio social em vez de serem do Estado, são entregues à boa vontade e voluntarismo de ONG's e organizações de bairro.
O que a comunidade africana em Portugal deveria fazer sem mais delongas era dar o exemplo e castigar os que na sua comunidade (poucos) estão a manchar a imagem de toda a comunidade africana (muitos deles já cá nascidos).
Seria a essa comunidade que competiria dar o primeiro passo, e mostrar que pretos e brancos estão juntos contra a criminalidade que não tem côr.
Quanto às afirmações do BE, este acaba por dar razão e argumentos aos extremistas brancos, ao afirmar que se trata de fenómenos racistas, e colocando-se ostensivamente a um dos lados do conflito, não querendo ver que se trata de um fenómeno de falta de segurança, mais que de racismos ou outras coisas.
E o mais grave:
A cavar um fosso cada vez mais intransponível entre o BE e a sociedade urbana (fonte maior do seu eleitorado tradicional).
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