quarta-feira, junho 15, 2005

Comunicação social.

"O tipo de assaltos verificados nas praias de Carcavelos e Quarteira no passado fim-de-semana é um fenómeno já há muito conhecido pelos brasileiros. As autoridades chamam-lhe «arrastões», dado o volume de pessoas que actuam nesses assaltos - ou numa grande área ou afectam uma grande quantidade de pessoas. Porém, «aqui no Brasil, não tenho conhecimento de um assalto dessas dimensões. Esse tipo de assaltos dão-se com 20, 30 ou 40 pessoas. Nunca ouvi falar num arrastão com 500 assaltantes», diz ao Portugal Diário o tenente-coronel Leonardo Tavares, da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

No Brasil, de acordo com o tenente-coronel Leonardo Tavares, o fenómeno tem vindo a sofrer uma diminuição «devido ao aumento da vigilância e do policiamento. Mas era um fenómeno comum em Ipanema, no Leblon e em Copacabana». Leonardo Tavares salienta os problemas sócio-económicos que envolvem este tipo de actividades: «as crianças nascem sem nada: sem educação, sem saúde e sem alimentação. O que resolve este problema são as acções nessas áreas». Nessa situação, a polícia militar brasileira opta por uma «actuação preventiva-repressiva: espalhamos mais o policiamento e a vigilância e tentamos prender os líderes dessas quadrilhas». ."

Face ao exposto, não deixa de ser curioso ouvir os noticiários afirmarem que a situação do arrastão não era tão grave como as do Brasil. Ou seja, o record mundial de 500 assaltantes não se compara aos habituais 40 do Brasil em perigosidade. Animem-se. Como o fenómeno está a diminuir no Brasil há fortes hipóteses de Portugal conseguir superar o Brasil (na verdade já superou). Escusado será mencionar que esses miúdos brasileiros vivem na rua esfomeados, ao contrário dos nossos que querem roupas de marca e ouro.

Caros amigos, assiste-se a uma campanha da comunicação social para branquear a situação. Quem tem TV Cabo e viu as notícias do arrastão transmitidas pela BBC e pela Sky News facilmente verificou: imagens completas, aonde se verificava a dimensão e quantidade de criminosos envolvidos e estes perfeitamente identificados. Não as imagens selecionadas pela nossa comunicação social que pouco ou nada mostravam.

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