Deus não os perdoará, qualquer que seja o seu nome

A falta de chuvas secou toda a terra do sítio, agravada por um vento de noroeste e leste, muito intenso, que seca o primeiro orvalho da manhã, muitas vezes sem que sequer o deixe formar, tal a constância do mesmo, mesmo durante a noite, decerto consequência de alteração climática, a ter como certas as palavras do meu avô toupeira, lançando imprecações aos humanos que tudo destroem, seja através da construção por tudo o que é sítio, como através da indústria do fogo, criada por um indivíduo que agora foi promovido de empregado de balcão, a administrador do antigamente maior banco do sítio.

Os terrenos mais gordos, apresentam fendas que chegam a dois metros de profundidade, obrigando o nosso trabalho a obras cada vez mais difíceis, de forma a podermos isolar as tocas dos elementos da natureza e dos predadores que por elas por vezes se infiltram.

Vem esta conversa a propósito de uma obra feita pelos humanos deste sítio e que deveria ser uma reserva estratégica de água, chamada de Alqueva,por forma a equilibrar as faltas cada vez mais frequentes desse elemento sem o qual nada sobrevive.

Assim, em vez de agricultura intensiva, que normalmente tem efeitos terríveis nos solos e nas águas subterrâneas pelos venenos que arrasta, poder-se-ia optar, sem prejuízo de uma agricultura de regadio que atenda a práticas pouco ou nada poluentes, pela construção de tranvases para zonas estratégicas, mas sem perguntar ou nada pedir aos vizinhos espanhóis que duma forma arrogante ainda fizeram o favor de cortar a água do Douro, alegando serem solidários, e no futuro poderem usar a água da referida barragem, com a complacência e o sorriso idiota de um indivíduo, que estava ao lado da ministra do Ambiente de Castela e que decerto gozou o prato, dos disparates do indigente que estava a seu lado como representante do sítio a que chamam ainda de Portugal.

Entretanto alguns dos mabecos e hienas cá do sítio, pensam decerto tranformar o lago e a paisagem circundante em centro de desportos aquáticos e de regadio de campos de golfe, sendo depois necesário tratar a água de forma aturada, pois ninguém deverá gostar de comer a sopa onde antes defecou.

Quanto a políticas de agricultura e ambiente, este será mais um exemplo, não esquecendo que, diga o que se disser do Algarve continua a ser a região que sustenta e que impede a falência deste sítio, mas enquanto tiver água, porque já não há indústria no norte ou está em vias de desaparecer.

Os crimes cometidos por estes humanos vão persistir, porque ainda há subsídios para pagar ao povinho reformado, aposentado, subsidiado e que teima em não querer trabalhar, pois nos últimos trinta anos ensinaram que alguns é que devem pagar a crise, eu diria os ursos e camelos

mais persistentes.

Tenho que me calar, porque o vento vem quente e cheio de poeira e o meu avô toupeira diz que nem o Deus dos homens nem o nosso Deus me ouvem, prevendo cheias que tudo arrastarão à sua passagem, incluindo as obras feitas nos leitos de ribeiras esquecidas, como em 83, mas dez vezes mais poderosas, é só aguardar e ir atrás dos ratos...