sexta-feira, agosto 12, 2005

A escada de Louçã.

"O deputado do BE, Francisco Louçã, sugeriu um acordo entre televisões como se faz “na Galiza ou nos EUA” para não se mostrarem imagens dos incêndios, salvaguardando a liberdade de Imprensa. Costa classificou a sugestão de errada, ao partir de um “agente político”, mas aconselhou as televisões a reflectirem sobre o assunto. "

CM


Para começar, tendo em conta que da Europa do Sul (Espanha, França, Grécia e Itália 60% da área florestal ardida em grandes incêndios é portuguesa e que ardeu o dobro de Espanha (cujo território é cerca de quatro vezes maior), é natural que as televisões da Galiza não passem imagens de incêndios.

Depois salta aos olhos a falácia do argumento: as imagens influênciam os incendiários. Toda a gente sabe que existe uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal (ler aqui), pelo que a verdadeira motivação mais não é que evitar o desgaste do governo, silenciando a comunicação social e escamoteando assim a incompetência governamental.

Sim, como é que ele explica as avionetas que lançam cargas incendiárias? Alguém que está a ver televisão e, como tem uma avioneta estacionada na garagem, resolve pegar fogo?

De qualquer forma regista-se a escada que Louçã lança a António Costa. Quanto à ideia há quem lhe chame censura. Enfim.

Curiosa é a expressão "O sr. primeiro-ministro telefonou-me mais de duas vezes a questionar-me se deveria voltar ou não. Eu disse-lhe, por mais de duas vezes que não se justificava interromper as suas férias." Esperamos que faça doutrina.

Já agora: em 2003, o Presidente ‘guardou o fato oficial’ e de forma quase incógnita viajou pelas zonas mais afectadas pelos incêndios. E agora porque não se deslocou aos locais mais afectados ou fez uma intervenção sobre o problema?

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