sexta-feira, outubro 28, 2005

O candidato certo.

"De mim, o Governo, qualquer Governo, pode esperar cooperação. Sobretudo a cooperação estratégica que permita ao país percorrer solidamente os caminhos da modernização e do progresso. Procurarei contribuir para a prevenção e resolução dos conflitos políticos e sociais, favorecendo o diálogo, a negociação e a concertação e serei totalmente isento no relacionamento com os partidos políticos. Serei totalmente independente e imparcial em relação às diferentes forças. O meu conhecimento dos assuntos de Estado e do funcionamento do nosso sistema político é garantia de que saberei actuar com ponderação e equilíbrio, tendo sempre em vista os superiores interesses nacionais e a defesa do regime democrático."

Manifesto político de Cavaco Silva (discurso completo aqui).
Excelente discurso de Cavaco Silva que apresenta-se com uma elevada postura de credibilidade porque:

1/ Os portugueses comparam o que ele fez com o que outros fizeram;

2/ É claro que comparam também os níveis de progresso e de desenvolvimento trazidos pela sua governação com o descalabro, o mal-estar e a penúria que se lhe seguiram. Mas, no tocante à credibilidade, essa nota tem mais desenvolvimentos;

3/ Ao longo dos últimos dez anos, Cavaco Silva pronunciou-se sobre as grandes emergências da nossa vida colectiva com a autoridade que lhe davam o prestígio pessoal, a experiência política e a qualificação profissional.

3/ Chamou a atenção para o que estava a acontecer e não houve caso nenhum em que não tivesse tido carradas de razão ou em que, sequer, tivesse exagerado.

4/ Os portugueses comparam o que ele disse com o que os sucessivos responsáveis políticos foram dizendo.

5/ Vêem que foram advertidos no momento certo por alguém que sabia do que estava a falar e hoje perguntam-se como foi possível que ele não tivesse sido ouvido a tempo e horas.

6/ A credibilidade de Cavaco Silva assenta também na sobriedade e parcimónia com que o fez, na franqueza e na clareza com que abordou os problemas, e ainda no distanciamento que assumiu em relação às várias forças políticas.

7/ Nunca disse o que a estas convinha, mas o que convinha a Portugal.

8/ Não fez arengas politiqueiras e não fez discursos tecnocráticos.

9/ Teve sempre a preocupação de acentuar a indispensabilidade da educação e da cultura, da qualificação e da inovação, de par com as da justiça social e da solidariedade.

10/ Quem é tão independente quanto credível só pode inspirar e incutir confiança num contexto angustiado como aquele em que vivemos
.”

Comentário de Globetrotter no Expresso

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