O crime do Padre Amaro.

"Acabado de sair do seminário, Amaro chega a Lisboa para substituir um padre numa paróquia de um bairro social. Apadrinhado pelo seu antigo professor, Cónego Dias, um homem conservador que dirige uma rica paróquia vizinha, arranja dormida na casa da devota Joaneira.

Mas o jovem padre vai encontrar um bairro com uma vivência muito complicada, onde miúdos sem futuro matam o tempo a ouvir hip-hop, se organizam em gangs e quebram todas as leis. Mas os verdadeiros problemas do pároco começam quando conhece a filha da Joaneira, Amélia. Ela é bonita, sensual e dorme no quarto ao lado... A química entre os dois é imediata, mas várias dificuldades entravam o romance: a condição de padre; o namorado de Amélia; e sobretudo as dúvidas da rapariga provocadas por um trauma misterioso.

Amável e trabalhador, Amaro conquista a confiança das gentes do bairro e rapidamente se adapta. A paixão por Amélia acaba por falar mais alto e os dois tornam-se amantes. É nessa altura que esta história de amor e desejo revela o seu lado mais obscuro: o padre é afinal um ser desprezível que usa e abusa de uma mulher lindíssima e não um homem apaixonado. Nas suas mãos, Amélia não passa de um objecto. Cega de paixão, ela ainda acredita num futuro radioso em que os dois viverão juntos e felizes, sem se aperceber que se apaixonou pelo homem errado. O destino trágico de Amélia não demorará a consumar-se..."

Resumindo: Baseia-se o argumento no programa político do Bloco de Esquerda (gangs africanos, polícia violenta, homossexuais, droga, padres pecadores, sexo, aborto...) e apregoa-se bem alto como adaptação aos tempos modernos da emblemática obra de Eça de Queirós. Mas, com a obra, nada tem a ver. A não ser o nome para atrair espectadores.

Pelo meio despeja-se carradas de nudez e simulações de actos sexuais. No final introduz-se umas “colheres” de moral, como o regresso do criminoso à vida criminosa, depois de plenamente integrado na sociedade. E, claro, a sua posterior morte "em combate" com a polícia.

Numa sociedade despida de valores morais, se a intenção era criar polémica, passa completamente despercebido.