terça-feira, novembro 08, 2005

Paris já está a arder.

"Pela internet ou pelos telemóveis, a pergunta faz rastilho: “Em Blanc Mesnil já vamos com 20 carros incendiados. E na tua cidade?” É uma espécie de campeonato de França, há uma semana só para as equipas dos subúrbios de Paris, hoje, por todo o país (de Lille, na fronteira com a Bélgica, a Nice, no Mediterrâneo)."

CM

"Nos passeios, jovens com o capuz rebatido nas costas gritavam contra Sarkozy. Uma mulher magrebina disse: “Quem põe fogo nos carros não pode ser de cá. Nós somos pobre, como podem dar cabo dos nosso carros?”.

“Andamos aqui a ganhar para um carro ou um apartamento e eles estragam tudo”, lamenta Vítor, residente em Champigny, bairro onde habitam muitos portugueses. "

Os incendiários usam blogues para se gabar do vandalismo e contar os carros queimados."

"Aos 60 anos, Jean-Jacques Le Chenadec era um recém-reformado. Trabalhou para a Alpine-Renault, montando os carros de desporto. Tinha orgulho no que trabalhava, tanto que coleccionava os modelos em miniatura que ele conhecia da linha de montagem. Há quem com muito menos que 60 anos fique em casa.

Jean-Jacques, na sexta-feira, estava na sua rua, em Stains, nos arredores de Paris, para guardar... o caixote de lixo (não o seu particular, mas o do prédio), que já tinha sido queimado um vez. Um garoto de capuz agrediu-o na cabeça, mandando-o, em coma, para o hospital.

Jean-Claude Irvoas também gostava do que fazia. Ia como a mulher e a filha de carro, em Epiney-sur-Seine, também arredores de Paris, quando viu um candeeiro de rua, feito na sua empresa. Saiu para fotografá-lo. Três jovens cercaram-no e, aos pontapés, mataram-no no chão. Ontem, Jean-Jacques, o reformado de Stains, não resistiu e morreu. Em França estão a morrer as pessoas que gostam do trabalho
."

Claro que a pobreza explica a morte de um ser humano à pancada. Desde que seja cometida por um "incivilizado" claro.

"As autoridades belgas e alemãs estão a investigar incidentes que parecem actos de imitação dos motins que há 11 dias grassam em França. Em Berlim cinco automóveis foram incendiados no bairro social Moabit, o mesmo acontecendo a outras tantas viaturas junto à Gare do Midi, em Bruxelas. Londres e Amesterdão receiam fenómenos idênticos."

Em Portugal há poucos árabes. O factor de perigo reside na adesão de outras comunidades de imigrantes. E como se viu em Carcavelos não é difícil.

"Martins Alvino, um homem de ascendência portuguesa que nasceu nesta zona há 38 anos, garante que "nunca viu nada assim". "O país está em fogo", afirma. "Se em Corbeille queimam 500 carros, em Grigny vão tentar queimar 600. Há uma competição para ver quem faz mais mal."

Martins Alvino fala com grande à-vontade num café inofensivo do centro da vila, criticando "aquela gente", que é "sempre a mesma". "Não digam que em França não há trabalho. Não é como há 30 anos, mas há trabalho", afirma
."

Simplesmente não há vontade de trabalhar quando os negócios ilegais são mais lucrativos.

"O chefe da comunidade islâmica em Portugal, o Sheik Munir, lamenta os incidentes violentos que têm vindo a ocorrer na capital francesa e arredores, mas garante que a comunidade islâmica em Portugal está bem integrada, ao contrário de muitos dos magrebinos que vivem em França."

Está bem integrada? O que pensará o Bloco de Esquerda disso? Eles passam a vida a malhar na má "capacidade de integração" e agora vem um "integrado" dizer bem.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Estava a faltar a comparação. Daqui em diante vai ser explorada como se fosse um facto.

terça-feira, novembro 08, 2005  

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