quinta-feira, março 27, 2008

Obrigado.



Obrigado


Por teu sorriso anônimo, discreto,

(O meu país é um reino sossegado...)

Pela ausência da carne em teu afeto,

Obrigado!


Pelo perdão que o teu olhar resume,

Por tua formosura sem pecado,

Por teu amor sem ódio e sem ciúme,

Obrigado!


Por no jardim da noite, a horas más,

A tua aparição não ter faltado,

Pelo teu braço de silêncio e paz,

Obrigado!


Por não passar um dia em que eu não diga

— Existo, sem futuro e sem passado.

Por toda a sonolência que me abriga...

Obrigado!



E tu, que hoje és meu íntimo contraste,

Ó mão que beijo por me haver cegado!

Ai! Pelo sonho intato que salvaste,

Obrigado! Obrigado! Obrigado!


Pedro Homem de Melo

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