sábado, janeiro 28, 2006

Deputados e escutas.

"O deputado Duarte Lima defendeu anteontem o fim das escutas telefónicas para todos os crimes que não os de terrorismo, droga e sangue. Quer ainda alterações na composição dos Conselhos Superiores que vão no sentido de uma maior politização. A sua intervenção foi aplaudida por todas as bancadas parlamentares, com excepção da do PCP, recebeu os "parabéns" da bloquista Ana Drago e elogios à sua "eloquência", "sapiência" e "coragem" do deputado do PS Ricardo Rodrigues.

Os deputados são eleitos para defender ideias de organização do Estado e do País, seja pelas opiniões ou pelas leis. Duarte Lima cumpriu, por isso, o seu papel. O que é lamentável é que as suas opiniões tenham suscitado tamanho coro de aplausos. É completamente irresponsável, para não dizer pior, que deputados do PS, PSD, CDS e BE tenham aplaudido uma intervenção que exclui do catálogo de escutas crimes como a corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influências e peculato. Não se compreende como é que deputados de partidos que estão ou estiveram no poder podem defender políticas contra a criminalidade económico--financeira subtraindo ao Estado um instrumento essencial para a combater.

É vergonhoso que o Parlamento aplauda a afirmação de interesses particulares sobre o interesse geral. O caso do BE é mesmo patético porque, se Fernando Rosas e Ana Drago concordam com Lima, reduzem a cinzas tudo o que Francisco Louçã tem dito sobre os grandes interesses da criminalidade económica.

Não se deve escamotear os problemas da justiça. Há escutas a mais, as magistraturas não cumprem muitas vezes o seu papel, há investigações sem sentido, reputações destruídas, há um défice de fiscalização, opacidade excessiva. Tudo isso é certo, mas não se muda com um assalto ao sistema judiciário por interesses privados.

Os problemas da justiça devem ser encarados na perspectiva do aperfeiçoamento do sistema judiciário e não na da sua destruição, arrastando a separação de poderes e desferindo uma machadada no Estado de direito. O problema não são as opiniões de Duarte Lima, mas a tentação dos partidos em aceitá-las. O mesmo vale para a tentação das magistraturas em permanecerem barricadas, não aceitando dar um passo que trave a actual escalada de conflito e outro no sentido de encarar os seus próprios erros. Uns e outros são responsáveis pela procura da frescura inicial da democracia recuperando palavras como responsabilidade, erro, regra, imparcialidade, igualdade.
"

DN

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É o centrão.
De qualquer das formas vindo do DN acho estranho, será dissidente?
Deixaram correr a pena?
O nepotismo, o peculato e os crimes que os acompanham de roubo ao estado e do consequente aumento de impostos a todos interessa.
O PCP não aplaude porque quer parecer a reserva moral da república, no entanto é ver o comportamento das câmaras comunistas em matéria de nepotismo e tráfico de influências, basta olhar os concursos piratas e a quantidade de camaradas, filhos e enteados que entraram para as câmaras da cor, alguns entraram de forma a receberem as reformas do estado e não são poucos.
Um dos motivos da destruição da CGA

sábado, janeiro 28, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Há muito tempo que esse Duarte Lima virou à esquerda, fazendo de conta que é de direita...
O facto de ter estado gravemente doente não desculpa as piruetas que tendo vindo a fazer.
Por mim, deixei de o ler e, quando aparece na tv, mudo de canal.
A lambebotice à esquerda sempre me enojou e o Lima é um dos mais exímios praticantes desse "desporto"...

sábado, janeiro 28, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Olha!!!! ainda há ouro do salazar ?
Afinal o gaijo era muito rico.
Por acaso e só por acaso não querias dizer " o ouro que o salazar gamou aos portugueses" durante 4 décadas ?
Quanto ao produzir, cada um fala por si.
Para terminar vou deixar de aparecer por aqui. Este escroques não merecem a minha prosa. Continuem a ler o Main Kampf.

domingo, janeiro 29, 2006  

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