A normalização do pensamento como fenómeno de hibridização

Acerca da liberdade de expressão e de jornalistas e cartoonistas, e outros artistas, para quem estiver atento a um comentário de um comentário de Titta. O título é um artigo a ser publicado na insuspeita Nature, se não for esse o nome será outro.

Se me é permitido os dirigentes que perderam o norte penso que nunca souberam onde fica.

Os que parece saberem onde fica, comem da mesma malga dos outros e fazem barulho consentido, não são diferentes, apenas se revezam.

As excepções são poucas, e logo as passagens pelo poder efémeras, quando acontecem e estou a ver se me recordo de algum nome…

Os chamados comunistas sempre existiram desde o início, financiados por fazedores de revoluções, logo fazedores de fome, como convém a um bom comunista, porque é muito fácil mover as massas pelo estômago, especialmente se estiver vazio; porque os idealistas que acreditaram ou se suicidaram, ou viveram ou vivem amargurados depois do logro. Stalin e Lenin sabiam bem, como sabiam Trotsky e os seus donos por contrato.

Todos os outros, de todas as internacionais, vivem do mesmo, são cães com dono.

Caro Titta, o vermelho e o verde, ou as cores que se quiser, o maior ou menor barulho não vão impedir o número de vítimas, porque no fim já se desistiu de contar, porque os números já não interessam aos que financiam os actos, que são os mesmos, na minha modesta opinião, que financiaram a revolução bolchevique, a morte do arquiduque e consequências, o tratado de Versalhes e consequências e hoje a continuação da humilhação da Europa e os seus não humilhados chefes, imunes a tudo, menos à traição aos que neles depositam a confiança, porque gostam de olhar para o lado ou assobiar para o ar.

Portanto são estes os nossos valores ocidentais, a ausência e portanto a falta deles, a impossibilidade de se discutir a consciência, saber se alma e espírito são a mesma ou coisas diferentes, se a memória deve ser apagada e com ela as tradições e a fé, se um casal é o mesmo que uma parelha e ou se a ética é a selva, como Darwin quis dar a entender a alguns.

Assim, com esta ética, com esta verdade e com a certeza cada vez maior, porque os rebanhos são mansos e os seus pastores obedientes aos donos, recriaram o chamado liberalismo e a globalização, desde que as suas regras sejam cumpridas e as mais valias cada vez maiores e sem atrasos de entrega.

É esta a nossa cruz, que parece ser símbolo proibido pelos secularistas evangélicos que nos dominam, nos normalizam e nos impõem todo o tipo de tropelias, para ser benévolo e podem incomodar, pode crer, mesmo os que se julgam imunes.

Portanto, com maior ou menor ardor, alguns ainda defendem os seus valores, mesmo que sejam da idade média, mas é a deles, na nossa, ou no que se seguiu, não fomos mais longe, mas deveríamos…

Não me importo com os contextos, porque podem ser propositados e como ainda não fui obrigado a desdenhar, transcrevo um pensamento de um filósofo odiado por muitos, o que para mim tanto faz, até porque Lutero chamava mulher astuta à razão:

“…O mesmo acontece com todas as coisas que nos enchem de orgulho; ainda apreciando-as com medidas modernas, com medidas gregas, aparecem como o que quer que seja de híbrido e de ímpio; e precisamente as coisas opostas eram eram as que ainda tinham em seu favor a consciência e a Deus por guarda. Toda a nossa actual posição a respeito da natureza é híbrida. Híbrida é a violência que fazemos à natureza por meio das nossas máquinas e da inventiva dos nossos engenheiros e técnicos; híbrida é a nossa posição com respeito a Deus, essa teia de aranha de imperativo e de finalidade que se oculta por detrás da grande teia, por detrás da casualidade; híbrida é a nossa posição com respeito a nós mesmos, porque em nós fazemos experiências que não nos atreveríamos a fazer em animal algum, e seccionamos a nossa alma com satisfação e curiosidade. Que nos interessa a saúde da nossa alma?...” Nietzsche “Em a genealogia da moral”