As surpresas da Primavera
"Menos economia, mais desemprego, menos investimento, mais défice público, menos exportações, mais divergência com os outros países do euro.
O Banco de Portugal resume, assim, o que se passou em 2005 e a única surpresa nesta avaliação é de forma e não de conteúdo porque, até aqui, Vítor Constâncio manteve o silêncio e quando falou publicamente foi para apoiar a capacidade do Governo de tomar decisões e o sentido das medidas de política orçamental anunciadas. Dito isto, a surpresa sobre o estado comatoso da economia portuguesa no ano passado não surpreende e quem diz o contrário esteve distraído ou está a mentir. Pior, ao contrário do que sucedeu em crises anteriores, desta vez, a economia portuguesa está a revelar dificuldades inesperadas para recuperar de forma consistente e sustentada da recessão de 2003.
Passados dois anos, Portugal estagnou, porque não houve investimento, devido à incerteza sobre o andamento da economia (1) e às dúvidas sobre as medidas do Governo para corrigir o défice (2) e porque as empresas portuguesas não conseguem exportar, porque os seus custos estão a aumentar mais do que os dos seus parceiros (1) e porque teimam em manter a produção de produtos que ninguém quer comprar (2). Os leitores do boletim do Banco de Portugal começam a ficar surpreendidos quando Vítor Constâncio faz tábua-rasa das conclusões da comissão dirigida por si - e que até tem o seu nome - sobre os ‘buracos’ deixados no orçamento de Bagão e enfatiza agora que, afinal, o desequilíbrio orçamental do ano passado (6%) foi superior ao de 2004, mesmo excluindo as medidas extraordinárias e o próprio abrandamento da economia. Ou seja, atribui responsabilidades directas a José Sócrates e a Teixeira dos Santos neste resultado.A verdadeira surpresa surge nas dúvidas, expressas, pela primeira vez, sobre a capacidade do Governo de cumprir os objectivos fixados no orçamento de 2006 em matéria de redução do défice de 6% para 4,6%.
O Governador do Banco de Portugal coloca assim o Governo e o ministro das Finanças sob pressão ao sublinhar que o esforço de consolidação orçamental será feito, este ano, pelo lado da receita e não a despesa, como mandam os manuais. E, em linguagem ‘cifrada’ de banqueiro central, revela as suas dúvidas sobre as medidas de reestruturação da administração pública e recorre aos alertas da Comissão Europeia para pedir mais medidas de contenção da despesa em particular a partir de 2007.Tudo somado, fica uma certeza: apesar das críticas e das dúvidas, Vítor Constâncio deu um importante apoio ao Governo para concretizar medidas de austeridade que permitam o cumprimento do programa de redução do défice para valores abaixo dos 3% até 2009 e alterações aos mercados laborais e da concorrência que incentivem o investimento. Sócrates agradece as dúvidas de Constâncio.
Menos economia, mais desemprego, menos investimento, mais défice público, menos exportações, mais divergência com os outros países do euro.
O Banco de Portugal resume, assim, o que se passou em 2005 e a única surpresa nesta avaliação é de forma e não de conteúdo porque, até aqui, Vítor Constâncio manteve o silêncio e quando falou publicamente foi para apoiar a capacidade do Governo de tomar decisões e o sentido das medidas de política orçamental anunciadas.
Dito isto, a surpresa sobre o estado comatoso da economia portuguesa no ano passado não surpreende e quem diz o contrário esteve distraído ou está a mentir. Pior, ao contrário do que sucedeu em crises anteriores, desta vez, a economia portuguesa está a revelar dificuldades inesperadas para recuperar de forma consistente e sustentada da recessão de 2003. Passados dois anos, Portugal estagnou, porque não houve investimento, devido à incerteza sobre o andamento da economia (1) e às dúvidas sobre as medidas do Governo para corrigir o défice (2) e porque as empresas portuguesas não conseguem exportar, porque os seus custos estão a aumentar mais do que os dos seus parceiros (1) e porque teimam em manter a produção de produtos que ninguém quer comprar (2).
Os leitores do boletim do Banco de Portugal começam a ficar surpreendidos quando Vítor Constâncio faz tábua-rasa das conclusões da comissão dirigida por si - e que até tem o seu nome - sobre os ‘buracos’ deixados no orçamento de Bagão e enfatiza agora que, afinal, o desequilíbrio orçamental do ano passado (6%) foi superior ao de 2004, mesmo excluindo as medidas extraordinárias e o próprio abrandamento da economia. Ou seja, atribui responsabilidades directas a José Sócrates e a Teixeira dos Santos neste resultado.
A verdadeira surpresa surge nas dúvidas, expressas, pela primeira vez, sobre a capacidade do Governo de cumprir os objectivos fixados no orçamento de 2006 em matéria de redução do défice de 6% para 4,6%. O Governador do Banco de Portugal coloca assim o Governo e o ministro das Finanças sob pressão ao sublinhar que o esforço de consolidação orçamental será feito, este ano, pelo lado da receita e não a despesa, como mandam os manuais. E, em linguagem ‘cifrada’ de banqueiro central, revela as suas dúvidas sobre as medidas de reestruturação da administração pública e recorre aos alertas da Comissão Europeia para pedir mais medidas de contenção da despesa em particular a partir de 2007.
Tudo somado, fica uma certeza: apesar das críticas e das dúvidas, Vítor Constâncio deu um importante apoio ao Governo para concretizar medidas de austeridade que permitam o cumprimento do programa de redução do défice para valores abaixo dos 3% até 2009 e alterações aos mercados laborais e da concorrência que incentivem o investimento.
Sócrates agradece as dúvidas de Constâncio. "
António Costa
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1 Comments:
O Governador do cofre do sítio, nem a casa dele saberá governar, porque se tiver mulher é ela que manda, se não tiver é a criada que manda, se viver ainda em casa dos pais são os pais que mandam, se apenas restar o cão ou o gato ou em última instância o cágado, será o cágado que manda, mas depois de tanta conversa não se sabe quem manda e no quê.
No caso pendente que não chega a ser caso, o facto é que o homenzinho, porque chamar-lhe anão é uma ofensa aos ditos, não manda nada e porta-se como o bom funcionário do partido que deve obedecer ao chefe, como a memória manda no tempo em que os que os levaram para as lides eram PCs ou coisas parecidas, sofriam então do síndrome da célula e do centralismo democrático coisa do foro ambiental à época.
Portanto desiludam-se caros humanos do sítio, eles vieram para ficar, depois para convencer a grande maioria de reformados que não pagaram e que são os seus votantes principais, juntar a estes os parvos do costume que acreditam em tudo e que julgam que os morangos têm açúcar e mais uns quantos e ficam as contas feitas para o centrão reinar e continuar a roubar.
Junta-se a isto a oposição do PC e Bloco para o folclore e que já roubam nas câmaras que governam e nos sindicatos e fica feito o caldinho, depois chamado de democracia.
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