Onde está a reforma?
"O Ministério das Finanças vai falhar, novamente, a entrega das Grandes Opções do Plano (GOP) e do Relatório de Orientação da Despesa Pública no Parlamento, previsto para Abril.
Em 2005, o motivo para a derrapagem da discussão - mais apressada e ‘dois em um’ - foi justificada pela necessidade de entregar, primeiro, o Programa de Estabilidade e Crescimento em Bruxelas, que já estava atrasado por causa das eleições. Agora, a explicação oficiosa é a de que o ministro das Finanças quer esperar pelos números mais recentes de previsões económicas.
Quando se sabe que o controlo da despesa pública em Portugal passa tanto por medidas de corte e de ‘austeridade’ como pela própria reforma do processo orçamental, este novo atraso de Teixeira dos Santos e da sua equipa merece uma primeira conclusão: não é esta a melhor forma de credibilizar uma intenção anunciada em campanha eleitoral e que ainda não passou do papel.
É necessário partir a discussão e aprovação do Orçamento do Estado em duas fases: a primeira, em Abril, para discutir a política económica do Governo, a situação do País e, mais importante, a definição de um quadro macroeconómico plurianual que permita, logo aí, definir o tecto de despesa pública para o ano seguinte. Em Outubro, na segunda fase, deve discutir-se o orçamento propriamente dito, isto é, a tradução financeira da política económica e sectorial, mas limitado pelo referido tecto de despesa. Dito de outra forma, é outro modelo de organização e de discussão do processo orçamental, mais transparente, menos sujeito aos humores do Governo e do Ministério das Finanças, mais ‘sério’, menos eleitoralista.
Ao argumento de que já existe uma previsão a vários anos, vertida no Programa de Estabilidade e Crescimento, basta responder com o grau de cumprimento dessas metas: zero. Em todos os governos e com todos os ministros, o que quer dizer que o problema não são esses responsáveis políticos, muitos deles competentes, sérios, rigorosos. O que está mal é o modelo.
A derrapagem, outra vez este ano, da discussão das GOP e do relatório da despesa dá assim um péssimo sinal sobre as intenções do Governo. E suscita uma pergunta: uma verdadeira reforma do processo de elaboração do orçamento corresponderá a uma transferência de poder do ministro das Finanças para os deputados, que aprovarão os tectos de despesa pública para cada ano, deixando ao ministro reservado apenas o papel de distribuidor de fundos. É por isso que a reforma ainda não passou do papel? Teixeira dos Santos deve responder a esta dúvida.
Contudo, face ao que sucedeu esta semana na Assembleia, que não conseguiu realizar votações por falta de quórum, importa garantir que essa transferência de poder, necessária para inverter a tendência de desequilíbrio das contas públicas, não seja posta em causa.
Não há reforma orçamental nem ministro das Finanças que resista a férias. "
António Costa.
Em 2005, o motivo para a derrapagem da discussão - mais apressada e ‘dois em um’ - foi justificada pela necessidade de entregar, primeiro, o Programa de Estabilidade e Crescimento em Bruxelas, que já estava atrasado por causa das eleições. Agora, a explicação oficiosa é a de que o ministro das Finanças quer esperar pelos números mais recentes de previsões económicas.
Quando se sabe que o controlo da despesa pública em Portugal passa tanto por medidas de corte e de ‘austeridade’ como pela própria reforma do processo orçamental, este novo atraso de Teixeira dos Santos e da sua equipa merece uma primeira conclusão: não é esta a melhor forma de credibilizar uma intenção anunciada em campanha eleitoral e que ainda não passou do papel.
É necessário partir a discussão e aprovação do Orçamento do Estado em duas fases: a primeira, em Abril, para discutir a política económica do Governo, a situação do País e, mais importante, a definição de um quadro macroeconómico plurianual que permita, logo aí, definir o tecto de despesa pública para o ano seguinte. Em Outubro, na segunda fase, deve discutir-se o orçamento propriamente dito, isto é, a tradução financeira da política económica e sectorial, mas limitado pelo referido tecto de despesa. Dito de outra forma, é outro modelo de organização e de discussão do processo orçamental, mais transparente, menos sujeito aos humores do Governo e do Ministério das Finanças, mais ‘sério’, menos eleitoralista.
Ao argumento de que já existe uma previsão a vários anos, vertida no Programa de Estabilidade e Crescimento, basta responder com o grau de cumprimento dessas metas: zero. Em todos os governos e com todos os ministros, o que quer dizer que o problema não são esses responsáveis políticos, muitos deles competentes, sérios, rigorosos. O que está mal é o modelo.
A derrapagem, outra vez este ano, da discussão das GOP e do relatório da despesa dá assim um péssimo sinal sobre as intenções do Governo. E suscita uma pergunta: uma verdadeira reforma do processo de elaboração do orçamento corresponderá a uma transferência de poder do ministro das Finanças para os deputados, que aprovarão os tectos de despesa pública para cada ano, deixando ao ministro reservado apenas o papel de distribuidor de fundos. É por isso que a reforma ainda não passou do papel? Teixeira dos Santos deve responder a esta dúvida.
Contudo, face ao que sucedeu esta semana na Assembleia, que não conseguiu realizar votações por falta de quórum, importa garantir que essa transferência de poder, necessária para inverter a tendência de desequilíbrio das contas públicas, não seja posta em causa.
Não há reforma orçamental nem ministro das Finanças que resista a férias. "
António Costa.
6 Comments:
Os resultados, a receita e a despesa pública, são cada vez mais condicionados pela mentalidade e atitude dos portugueses, sobretudo dos mais jovens. Esta situação que se vai degradando de uma forma acelerada é resultado de vários factores, entre outros, com o ensino mal estruturado em que, de forma exageradamente acelerada, se procura formar os jovens em licenciaturas, muitas das quais são um beco sem saída. Isto é frustrante e tem como consequência o desenvolvimento de uma cada vez maior agressividade dos jovens, apoiadas por jogos de computador, essencialmente de guerra ou de agressividade violenta, que os prendem horas e horas por dia, como escape. Só por si, este aspecto da actual conjuntura, recomenda que o Governo deixe de estar obcecado com a redução de despesas na segurança, diminuindo os efectivos policiais, porque mais cedo do que se pensa, a consequente redução da segurança dos cidadãos vai reflectir-se negativamente, designadamente, na indústria do turismo. ...
Quando chegarmos a 2009 numa situação económica dantesca então aí não sei o que diremos mais deste país.Estes socialistas já demonstraram do que são capazes:NADA à excepção dos seus umbigos! Se os "portugugueses" alinham nisto sem pedirem o fim deste saque então é porque não atingimos,30 anos depois do 25 de Abril,a maturidade,nem sequer a puberdade política.Pela minha parte reafirmo novamente o que venho dizendo:esta gente não presta...
Li o artigo do Sr. António Costa, mas ele faz uma grande confusão com o termo "reforma". A unica reforma que de facto interessa aos nossos "governantes" é aquela que irão auferir quando deixarem os cargos nos quais estão investidos e essas sim, são de facto de grandes valores.
É simples saber o que seria preciso fazer, se o Estado fôsse uma grande empresa.É simples saber a que distancia estamos,no que concerne a gestão do Estado.-Dou aos governantes o beneficio de ser muito dificil gerir este elefante,ainda por cima semeado de "camaradas" bem instalados.Mas, é nessa óbvia dificuldade que se veria a fibra do primeiro-ministro e secretário-geral do partido .Não nos "sound-bites " para a televisão.Aguardemos ...
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