República das Bananas.
1/ "Alberto Costa foi pelo caminho mais óbvio e, para já, resolveu um problema, mas não o eliminou. O ministro resolveu um problema político pessoal (a sua sobrevivência politica) e conseguiu sacudir a pressão política que vinha sendo exercida dentro do Governo sobre a sua pessoa. A prazo, porém, vai continuar a ter de enfrentar a tensão instalada entre os ministérios da Justiça e da Administração Interna, a desconfiança reinante sobre as reais motivações desta crise, um corpo de profissionais desmotivados, uma nova direcção da polícia que parte debilitada por um conflito que atacou os fundamentos da existência da PJ enquanto polícia de investigação criminal: os meios financeiros e humanos; o quadro legal em que estão definidas as suas competências e autonomia; os departamentos que dirige. ""O ainda director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Santos Cabral, entrou ontem no Ministério da Justiça (MJ) com o pedido de demissão na mão, mas saiu demitido por despacho conjunto do ministro da Justiça, Alberto Costa, e do primeiro-ministro, José Sócrates. Ambas as partes alegaram perda de confiança institucional. E ainda Santos Cabral, no final da reunião, estava a falar aos jornalistas, já o MJ anunciava o seu substituto: o procurador distrital do Porto, Alípio Ribeiro. Vários directores foram convidados a permanecer nos cargos e a maioria aceitou. Apenas o responsável pelo combate ao crime económico acompanhou a saída de Santos Cabral.
No entanto, ao que o DN apurou, nos dez minutos de audiência, Santos Cabral não terá chegado a apresentar o pedido de demissão, uma vez que Alberto Costa antecipou-se e deu-lhe a conhecer o despacho conjunto."
2/ Santos Cabral afirmou que "uma polícia do séc. XXI não é nem de perto nem de longe aquilo que penso que está no pensamento da maioria das pessoas. Este país necessita de uma polícia de investigação criminal do séc. XXI. O critério aqui é de excelência relativamente aquilo que é uma polícia de investigação criminal de topo. Não são critérios políticos. Temos de pôr a polícia criminal ao serviço dos nossos cidadãos (ler aqui)."
"O procurador Alípio Ribeiro, que o Governo nomeou ontem para director nacional da Polícia Judiciária em substituição de Santos Cabral, não gosta de escutas telefónicas – e em várias declarações públicas, como procurador distrital do Porto, cargo que desempenhava desde Abril do ano passado, tem criticado com violência o “exagerado” volume de escutas telefónicas em Portugal."Em Portugal paga-se não ser "yes man", ter opinião e, pior, ousar espressá-la.
CM
11 Comments:
PARABÉNS AOS EX-DIRECTOR E DIRECTOR-ADJUNTO QUE SE DEMITIRAM,CUMPRINDO A PALAVRA DADA.FOI UMA SAÍDA COM HONRA!Aos que arrepiaram e viraram a casaca,não sabemos o que dizer.No nosso tempo de "TROPA",tais actos eram considerados de cobardia;agora,parecem ser o "pão nosso de cada dia" que conta mais ,que a SOLIDARIEDADE E DIGNIDADE.Coisas desta Democracia SOCRATIANA que envergonham os Portugueses!
Esta nomeação é um erro Político e o PS vai pagar por estes erros ...cuidado PS atenção ao efeito 'Soares'
É mesmo assim... A PJ andou a incomodar a alta bandidagem, e a bandidagem mexe os cordelinhos...
Como o P.S. se deu muito mal com as escutas, tratou logo de nomear um amigalhaço para acabar com aquelas.
Mais uma prova de que quem é COMPETENTE, HONESTO, não tem "RABOS DE PALHA", NÃO TEM MEDO, NÃO SE VENDE AO PODER POLITICO só tem um fim: DEMISSÃO. Por estas e por outras é que PORTUGAL ESTÁ COMO ESTÁ; ENTREGUE A "EMERGENTES", que não sabem fazer mais nada do que se SERVIREM do Estado para sobreviverem. CHEGÁMOS NOVAMENTE AOS TEMPOS DA 1ª REPUBLICA! Felicidades Dr. TIBURCIO
O Sr. director da PJ, não vai ter, segundo parece, uma vida nada fácil à frente da instituição que agora tutela. Fala em diminuir o número de escutas telefónicas, mas quais são as alternativas que apresenta?? Nenhumas! Sr. Director! Saia do seiu futuro gabinete, venha para o terreno e veja o quão dificil é hoje em dia, fazer investigação criminal. Só depois, então, fale de restrições às escutas.
Parece que o pomo da discordia são as escutas... mas que raio de coisa! A quem incomodam tanto as escutas? Mas quem é que anda com os joelhos a tocar castanholas, com medo de ser escutado? Cá por mim, escutem à vontade.
Claro, sem escutas os politicos e os 'apitos dourados' serão ainda mais intocáveis.O honesto cidadão que cumpre, paga os seus impostos, não comete fraudes nunca teria problema algum com as escutas. Esta nomeação é para proteger uma casta. Em vez de amarem-se uns aos outros como se dizia "no antigamente", agora: protegei-vos uns aos outros para que podeis fazer as maiores burlas possiveis
Dada a forma como este processo está a decorrer e vendo bem os objectivos do Governo, como cidadão anónimo, estou convicto de que este novo director vai fazer um bom trabalho... Depois, não tenham vergonha de aparecer nas estatísticas como os piores da Europa!...
Independentemente do valor-que o tem-que se possa atribuir ao problema de fundo ou,melhor,à natureza substantiva do mesmo,não pode deixar de merecer censura e espanto a forma desageitada como a "demissão" do Juiz Conselheiro e agora ex-director nacional da PJ foi tratada/abordada.O Ministro da Justiça-um dps Costas-afirma a pés juntos que o Diector Nacional foi demitido,enquanto que o mesmo reitera o que já havia dito antes da reunião:que apresentou ele próprio a demissão,aliás na sequencia da advertencia que havia anteriormente feito. Manda o bom senso que estes assuntos sejam tratados com mais elevação por homens que têm uma ESTATURA que os responsabiliza.Obviamente que se nota que o ministro ,sabendo que o DN iria apresentar a demissão,procurou antecipar-se-lhe e,em conjunto com Sócrates-que se não deveria prestar a um "papel" destes-lavrou um despacho que não teria outra finalidade senão humilhar o Director da PJ.É lamentável que,numa altura em que o país se encontra num estado lastimoso,se utilizem estes "joguinhos de bastidores" que bem conhecemos.....!
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