quinta-feira, maio 04, 2006

Culpados da crise.

"O ex-secretário de Estado da Energia Nuno Ribeiro da Silva considerou hoje que o mundo está com a «biqueira da bota» num novo choque petrolífero, enquanto Portugal está lá «com um pé» inteiro. Embora sem comparar este com os choques registados nos anos 70, o especialista vê com pessimismo a evolução dos mercados petrolíferos e acusa os EUA de serem os principais responsáveis pela situação. O especialista aponta aos EUA um consumo de petróleo elevadíssimo, associado a uma forte ineficácia tecnológica – nomeadamente a nível da indústria automóvel - e a preços baixos. «Bush não dá sinais para evitar o desbaratamento no país», afirmou, acrescentando que, além de todas aquelas variáveis, a Administração ainda decidiu há poucos dias reforçar as respectivas reservas de crude para seis anos.

«Significa que é um ano e meio o mundo a produzir para a América», disse.

Os EUA têm 5% da população mundial e consomem 25% do petróleo, com cada norte-americano a consumir 8 toneladas equivalente de petróleo por ano, duas vezes mais que os europeus. Em contrapartida, a China e a Índia juntos – que têm metade da população do planeta – consomem cerca de 11% do crude, ou seja, meia tonelada equivalente por ano por pessoa, sublinha
. "

Culpar os americanos por tudo é fácil. A verdade é que a culpa não é só deles. Cada vez mais nos países produtores de crude prevalecerem a instabilidade, a anarquia, caos, corrupção e líderes políticos imprevisíveis. Poderá mesmo encontrar-se a mãozinha de Bin Laden nalguns casos. Portugal também tem muita culpa. Que energias alternativas fomentou prevendo a ocorrência de um choque petrolífero?

Quanto ao facto de a China e a Índia juntos (que têm metade da população do planeta) consumirem cerca de 11% do crude, deve-se ao seu atraso tecnológico e representa uma futura dor de cabeça. Há medida que se forem tornando super-potências mais crude vão consumir. Imagine-se quando os chineses trocarem a bicicleta pela motorizada e pelo carro.

P.S. "O Presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou hoje um «pacote» de medidas para estancar a subida dos preços do petróleo, entre as quais uma investigação ao mercado da gasolina, para averiguar possível manipulação de preços (ler aqui). Para Bush, os preços do petróleo e combustíveis são «um assunto de segurança nacional», e, no actual contexto de escalada de preços, os Estados Unidos devem «abandonar a sua dependência em relação ao petróleo». Numa altura em que perto de 60 por cento do consumo norte-americano tem origem em importações, os Estados Unidos devem ainda acelerar os seus esforços para se tornarem energeticamente independentes, aumentando a eficiência energética e a sua capacidade de refinação, e apostando nas energias renováveis, disse Bush.

Nós, por cá, o que vamos fazer em relação ao assunto?

13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Na década de 70, após o primeiro choque do petróleo, o Brasil começou a apostar no etanol como alternativa. Em poucos anos, quase toda sua frota automóvel era movida a etanol. Os primeiros carros não eram bons. Quando a temperatura caía nas regiões temperadas do País, os motores tinham dificuldade em funcionar. A solução tecnológica para esse problema foi instalar um pequeno recipiente com gasolina, que era acionado para dar partida ao motor. Só depois de aquecido, entrava em funcionamento o tanque de etanol. Mesmo assim, era uma solução viável, especialmente por ser muito barata, especialmente para quem rodava muito: taxistas, carros de empresas etc. Com o consumo crescente, as usinas de etanol começaram a subir o preço, que ficou quase tão caro quanto a gasolina. Considerando a desvantagem tecnológica e os custos crescentes, a maioria dos consumidores arrependeu-se e desistiu de carro a etanol. Na verdade, o grande "salto" brasileiro deu-se com o desenvolvimento de carros bicombustíveis, ou seja, carros que rodam a etanol, a gasolina ou à mistura de ambos em qualquer proporção, o que não deixa o consumidor refém do mercado de um só combustível. Além disso, a tecnologia dos motores a etanol evoluiu e, hoje, o carro bicombustível é tão bom quanto um automóvel movido exclusivamente a gasolina. Para o País, o consumo de etanol equivale ao consumo de 200 mil barris/dia de petróleo. Significa dizer que, se não fosse o etanol, o Brasil ainda não seria auto-suficiente, porque a produção de petróleo pela Petobrás, cerca de 1.900 mil barris, é apenas um pouco mais do que o País necessita.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Utilizar bio-combustivel é uma opção que só se "justificaria" com o petróleo na casa dos 50 dól.A verdade passa por expectativas de preços futuros e pela politica de taxas.Ora,entre nós ,nem sequer uma rede de LPG para carros é capaz.Que actividade empresarial se abalançaria a plantar ,destilar e distribuir combustivel de origem vegetal?Talvez as Adegas Cooperativas ,ao preço a que anda o vinho ,no produtor...

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Para usarmos o etanol precisamos de dez vezes mais de terreno fértil e de água do que os que temos. Não tem hipótese em Portugal. Mas pode-se aproveitar resíduos florestais para produção de electricidade, nas centrais de biomassa. É o que já estamos a desenvolver.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Pequena correcção: o etanol não é "vagamente semelhante ao álcool etílico que usamos em casa", é exactamente o mesmo composto. Etanol é o nome científico correcto, álcool etílico é um nome utilizado antes da estandardização dos nomes dos compostos orgânicos.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Mais importante é perceber os motivos ou razões dos aumentos,pois não existindo diminuição da produção nem aumentos de consumo exagerado,será que se assiste ao açambarcamento ou outro tipo de jogadas em bolsa.( envio e embarque em stand by) Nem se entende o preço da gasolina,pois as necessidades mais prementes de combustivel é o fuel e gasóleo e não a gasolina.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

A necessidade aguça o engenho. O subsídio, não.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Mais algumas correcções: -o etanol não pode ser usado nos camiões, taxis e autocarros, só pode ser usado como substituto da gasolina não do diesel, para estes casos a biosolução seria óleo de girassol ou reciclagem de outros óleos alimentares. Quanto à mais valia económica é algo relativo, estas soluções são sempre mais caras do que os combustíveis tradicionais. Um estudo publicado por um instituto em Harvard argumentava até que o ciclo do etanol (produzido apartir de milho, solução norte-americana) não era eficiente energéticamente, ou seja gasta-se mais energia para produzir um litro de etanol apartir do milho do que aquela que ele produz quando queimado.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Portugal é o país que mais energia importa per cápita em toda a União. É o que mais energia consome por unidade de produto. É o que emite mais CO2 per cápita e, portanto, pagará maiores multas. Com tudo isto, este Governo já devia de estar a executar um programa de substituição de combustíveis fósseis que os Governos anteriores deveriam ter preparado há muito tempo. Mas como estamos em Portugal, o MInistro da Agricultura, há menos de um ano, achava o Bioetanol um disparate e o Governo substituiu, há dois meses, no último minuto, um tarifário para os biocombustíveis que liquidava qualquer hipótese de produção nacional de bioetanol. Parece que a Galp tem excedentes de gasolina e não quer concorrência. Mas nem tudo anda a dormir. As Associações de produtores florestais da Beira Interior, de Regantes de Idanha-a-Nova e de Produtores de Tabaco começaram, há um ano, ensaios de campo com matérias primas para biocombustíveis que provaram que até a cana de açúcar se pode produzir na Beira Baixa e vão fazer ensaios com matéria prima para biomassa florestal para produzir energia. Também encomendaram estudos que provam que é viável uma unidade de produção de bioetanol na Beira Baixa com matéria prima produzida localmente desde que o preço do barril se mantenha acima dos 50US$ e o Governo, óbviamente, consiga prescindir de parte dos disparatados impostos que cobra aos automobilistas nacionais. Importava-se menos petróleo, emitia-se menos CO2, pagava-se menos multas de Kyoto, criava-se investimento nacional e salvava-se alguma agricultura já quase sem outras alternativas. Os Espanhóis, os Franceses, os Italianos, os Austríacos, os Alemãs e os Suecos têm todos vastos programas destes em execução. Mas nós estamos em Portugal...

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Obviamente, o etanol brasileiro é apenas uma das possibilidades de energia renovável, mas, provavelmente, não serve a Portugal por uma razão muito simples: exige terras a perder de vista. A área plantada no Brasil chega, hoje, a 5,8 milhões de hectares, ou seja, área superior à superfície de alguns países. Há outras fontes. O próprio Brasil tem, ao lado do etanol, um avançado programa de biocombustíveis, com investimentos já significativos da Petrobrás que, naturalmente, sabe, melhor do que ninguém, que um dia o petróleo vai acabar ou, mesmo, declinar. Assim, a petrolífera começa a transformar-se numa empresa de energia, não apenas de petróleo, e investe em variadas alternativas energéticas. Esse programa, que tem como objectivo, numa primeira fase, a mistura de 5% de óleos vegetais a todo o óleo combustível consumido no Brasil, está a ser implantado. Hoje, existem autocarros a funcionar, a título experimental, a base de óleos vegetais ou, simplesmente, "biodiesel" como cá dizem.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Todas as opiniões são válidas e devem ser ouvidas! Mas meus caros amigos, enquanto houver VELHOS DO RESTELO não vamos a lado nenhum! É claro que devemos procurar energias alternativas. Só que mais nao seja para por a mexer a massa cinzenta do pessoal. Fazer com que as pessoas sejam dinamicas e que nao estejam á espera do subsidio para tudo. E já agora porque não começar por promover este tipo de combustiveis junto dos transportes publicos. E já agora porque é que nao começamos por esclarecer os adolescentes sobre este tipo de combustiveis! Sim. Porque os mais velhos sao sempre os mais dificeis de convencer a mudar.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Em vez de se queixarem e chorarem,tomem as suas próprias decisões:carreguem o carro na vossa garagem com gás natural a baixa pressão,comprem um carro híbrido,ponham um kit para ligar à tomada e instalem energia solar na vossa casa para o carro andar com energia grátis,isto além do exemplo já referido do vegoil em vez do diesel.A revolução energética começa por cada um de nós,não esperem pelo governo,que só forma comissões e,como sabem,uma comissão é um bicho com 100 barrigas e nenhum cérebro,como disse R.H.Heilein.

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Parece que os brasileiros não dormiram em serviço. A sua autosuficiência energética é um exemplo para nós, portugueses. Cá foi lançado um Plano Tecnológico mas não existe um Plano Energético! Num país tão dependente do exterior em energia (80% ou mais) não se aproveitam os nossos recursos naturais em energias alternativas. O caso do etanol e outros são também para se debaterem. Há até quem diga que o país ainda nem reagiu à crise energética de 1973! Com a nossa passividade no campo energético, assim não vamos lá!

quinta-feira, maio 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

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terça-feira, fevereiro 06, 2007  

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