Uma coisa leva a outra.

"Quando surgem na ideia os impactos imediatos do encerramento da fábrica da General Motors na Azambuja, anunciado esta semana, o que vem ao de cima são os despedimentos, o investimento estrangeiro que a unidade industrial representava para Portugal, os incentivos que o Governo português um dia deu para que a GM se estabelecesse no país e o que o fabricante automóvel norte-americano vai ter de desembolsar para ressarcir o Estado. Porém, esta é apenas a ponta do ‘iceberg’. Vejamos o choque em cadeia: encerra a fábrica da General Motors, que produzia o Opel Combo. Quem produzia as cablagens para o veículo é a Delphi, uma empresa que não só já tinha anunciado a possibilidade de reestruturar a sua presença na Europa como vê desaparecer, de repente, o seu principal cliente em Portugal. Resumindo, duas fábricas em risco, uma na Guarda e outra em Castelo Branco, porque produzir as mesmas cablagens para Saragoça (onde será integrada a produção que irá cessar em Portugal) comportará custos logísticos incontroláveis. Mas se fecham duas fábricas na mesma região do país, também não estamos a falar só de despedimentos, estamos a falar de todo um choque numa economia local que implicará comércio, restaurantes e outros segmentos que beneficiavam da existência destas unidades industriais. E acima de tudo, engordam os números do desemprego em Portugal. "

Ricardo Salvo com Pedro Marques Pereira e Bruno Proença