Resolução 1701.
A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que decretou o cessar-fogo entre Israel e o movimento extremista, é mais uma iniciativa cínica das NU. Em vez de resolver o problema definitivamente, só o vai agravar. Dificilmente o exército libanês vai desarmar o Hezbollah. Este, por sua vez, vai aumentar a sua simpatia na “rua árabe” ao reedificar as habitações destruídas e ao pagar um ano de renda e mobília a todos os proprietários lesados pelos confrontos.
Mas ao contrário do que o líder Hassan Nasrallah afirma, o Hezbollah perdeu. Perdeu por várias razões:
1/ Uma quantidade enorme de material de guerra, rede de fortificações e guerrilheiros foi destruída;
2/ O Hezbollah gastou o armamento armazenado durante seis anos sem atingir qualquer vitória estratégica dado que 95% dos 4000 rockets não acertaram em nada;
3/ O Hezbollah deixou de ser um problema exclusivo de Israel passando a ser problema do governo Libanês e das nações unidas, obrigando o governo Libanês a enviar as suas tropas para controlar o sul, coisa que se tem sempre recusado a fazer;
4/ O fornecimento de aramas ao Hezbollah fica mais escrutinado.
Mas Israel também perdeu. Para os árabes ficou a impressão de que Israel não é um poder lendário e que pode ser enfraquecido com o tempou. Ultrapassado o medo dos israelitas, medo esse que faz parte da doutrina estratégica israelita, as iniciativas terroristas vão tornar-se mais ousadas.
Por outro lado, esta guerra veio desvendar:
1/ A verdade sobre o poder no Líbano. Sabia-se que o Hezbollah é um estado dentro do próprio estado Libanês. Descobriu-se agora que o poder político Libanês serve para encobrir as actividades terroristas de Teerão. Em pouco tempo, o Irão com a ajuda Síria tomou conta do parlamento Libanês e transformou o país num arsenal com milhares de mísseis;
2/ O Líbano foi transformado num enorme entreposto de doutrina terrorista visando a destruição Israel e cujos detentores não têm a menor intenção de abdicar;
3/ O Hezbollah foi construíndo pacientemente uma versão da "Maginot line" no sul do Líbano cuja magnitude foi revelada pelas batalhas de Maroun el-Ras e Bint J’bail, dificultando as manobras do exercíto israelita;
4/ A "Revolução dos Cedros" foi uma logro. Os Sírios saíram fisicamente do Líbano mas continuam a deter o controlo do país. O Líbano como estado simplesmente não existe.
5/ A parcialidade despudorada da comunicação social nacional e internacional. Mesmo a mais prestigiada. Para mostrar a reconhecida selvajaria sionista recorreu-se à manipulação de imagens, a figuras profissionais que andam de terra em terra a chorar o seu vasto património destruído, à repetição de imagens dos mesmos edifícios destruídos como se fossem novidade, multiplica-se o número das vítimas, arrastam-se cadáveres de cenário em cenário, recorre-se a falecidos por causas naturais e à exibição exaustiva de crianças mortas efectuadas por outras figuras profissionais com a cumplicidade dos jornalistas.
Por cá, a nossa comunicação social relata diariamente os mortos do conflito, dividindo os israelitas entre militares e civis enquanto os libaneses são simplesmente civis. Os nossos jornalistas que tanto adoram discutir a ética encontram-se remetidos a um silêncio aterrador. Nesta mistura de ignorância e má fé intencional o Hezbollah vai ganhando pontos na guerra política, demonstrando porque nunca mais há paz.
Repare-se como na guerra de propaganda em curso, os “nossos” servem a causa dos “outros”, ou seja, daqueles que nos querem destruir de bom grado. Repare-se como o ódio comum a Israel une a esquerda, o Islão medieval e as saudades do nazismo. Bastou ver a fraterna reunião de Miguel portas com o líder parlamentar do Hezbollah, aonde ambos reforçaram a culpa exclusiva dos EUA, reino Unido e dos sionistas pelos males do mundo. Não fossem os blogues e tudo ficaria no segredo dos deuses.
Como superiormente afirma Pereira Coutinho, “quando o assunto mete Israel, é um dever deontológico que devia constar nos manuais da profissão”.
Por último, como afirmou Carlos Gaspar no passado dia 27 de Julho ao “Público”, o envio de uma força de estabilização europeia para o Líbano, além de demonstrar ao Hezbollah e ao Hamas que os europeus não vão aceitar que o Líbano seja transformado num segundo Iraque e convencer Teerão que estão mesmo a falar a sério quando se opõem ao seu programa nuclear e ao patrocínio do terrorismo para atingir os seus objectivos regionais, daria corpo ao fantasma da política europeia de segurança e defesa.
Dúvidas:
1/ Quanto tempo durará este cessar-fogo dado que o Hezbollah possuem bolsas de resistência atrás das linhas israelitas. Enquanto Israel não deseja retirar do Líbano antes da chegada das tropas Libanesas e da ONU, o Hezbollah defende o direito de atacar as tropas ocupantes. Por outro lado ambos desejam que as escaramuças não evoluem para um conflito maior.
2/ O hiato de tempo entre a chegada das tropas Libanesas e da ONU não levará ao recomeço do conflito?
3/ Serão as tropas Libanesas e da ONU capazes de desarmar defenitivamente o Hezbollah? A resolução delegou no governo Libanês esse complexo trabalho sem especificar como.
4/ O Irão e a Síria vão abdicar dos biliões de dolares investidos na militarização do Hezbollah?
Mas ao contrário do que o líder Hassan Nasrallah afirma, o Hezbollah perdeu. Perdeu por várias razões:
1/ Uma quantidade enorme de material de guerra, rede de fortificações e guerrilheiros foi destruída;
2/ O Hezbollah gastou o armamento armazenado durante seis anos sem atingir qualquer vitória estratégica dado que 95% dos 4000 rockets não acertaram em nada;
3/ O Hezbollah deixou de ser um problema exclusivo de Israel passando a ser problema do governo Libanês e das nações unidas, obrigando o governo Libanês a enviar as suas tropas para controlar o sul, coisa que se tem sempre recusado a fazer;
4/ O fornecimento de aramas ao Hezbollah fica mais escrutinado.
Mas Israel também perdeu. Para os árabes ficou a impressão de que Israel não é um poder lendário e que pode ser enfraquecido com o tempou. Ultrapassado o medo dos israelitas, medo esse que faz parte da doutrina estratégica israelita, as iniciativas terroristas vão tornar-se mais ousadas.
Por outro lado, esta guerra veio desvendar:
1/ A verdade sobre o poder no Líbano. Sabia-se que o Hezbollah é um estado dentro do próprio estado Libanês. Descobriu-se agora que o poder político Libanês serve para encobrir as actividades terroristas de Teerão. Em pouco tempo, o Irão com a ajuda Síria tomou conta do parlamento Libanês e transformou o país num arsenal com milhares de mísseis;
2/ O Líbano foi transformado num enorme entreposto de doutrina terrorista visando a destruição Israel e cujos detentores não têm a menor intenção de abdicar;
3/ O Hezbollah foi construíndo pacientemente uma versão da "Maginot line" no sul do Líbano cuja magnitude foi revelada pelas batalhas de Maroun el-Ras e Bint J’bail, dificultando as manobras do exercíto israelita;
4/ A "Revolução dos Cedros" foi uma logro. Os Sírios saíram fisicamente do Líbano mas continuam a deter o controlo do país. O Líbano como estado simplesmente não existe.
5/ A parcialidade despudorada da comunicação social nacional e internacional. Mesmo a mais prestigiada. Para mostrar a reconhecida selvajaria sionista recorreu-se à manipulação de imagens, a figuras profissionais que andam de terra em terra a chorar o seu vasto património destruído, à repetição de imagens dos mesmos edifícios destruídos como se fossem novidade, multiplica-se o número das vítimas, arrastam-se cadáveres de cenário em cenário, recorre-se a falecidos por causas naturais e à exibição exaustiva de crianças mortas efectuadas por outras figuras profissionais com a cumplicidade dos jornalistas.
Por cá, a nossa comunicação social relata diariamente os mortos do conflito, dividindo os israelitas entre militares e civis enquanto os libaneses são simplesmente civis. Os nossos jornalistas que tanto adoram discutir a ética encontram-se remetidos a um silêncio aterrador. Nesta mistura de ignorância e má fé intencional o Hezbollah vai ganhando pontos na guerra política, demonstrando porque nunca mais há paz.
Repare-se como na guerra de propaganda em curso, os “nossos” servem a causa dos “outros”, ou seja, daqueles que nos querem destruir de bom grado. Repare-se como o ódio comum a Israel une a esquerda, o Islão medieval e as saudades do nazismo. Bastou ver a fraterna reunião de Miguel portas com o líder parlamentar do Hezbollah, aonde ambos reforçaram a culpa exclusiva dos EUA, reino Unido e dos sionistas pelos males do mundo. Não fossem os blogues e tudo ficaria no segredo dos deuses.
Como superiormente afirma Pereira Coutinho, “quando o assunto mete Israel, é um dever deontológico que devia constar nos manuais da profissão”.
Por último, como afirmou Carlos Gaspar no passado dia 27 de Julho ao “Público”, o envio de uma força de estabilização europeia para o Líbano, além de demonstrar ao Hezbollah e ao Hamas que os europeus não vão aceitar que o Líbano seja transformado num segundo Iraque e convencer Teerão que estão mesmo a falar a sério quando se opõem ao seu programa nuclear e ao patrocínio do terrorismo para atingir os seus objectivos regionais, daria corpo ao fantasma da política europeia de segurança e defesa.
Dúvidas:
1/ Quanto tempo durará este cessar-fogo dado que o Hezbollah possuem bolsas de resistência atrás das linhas israelitas. Enquanto Israel não deseja retirar do Líbano antes da chegada das tropas Libanesas e da ONU, o Hezbollah defende o direito de atacar as tropas ocupantes. Por outro lado ambos desejam que as escaramuças não evoluem para um conflito maior.
2/ O hiato de tempo entre a chegada das tropas Libanesas e da ONU não levará ao recomeço do conflito?
3/ Serão as tropas Libanesas e da ONU capazes de desarmar defenitivamente o Hezbollah? A resolução delegou no governo Libanês esse complexo trabalho sem especificar como.
4/ O Irão e a Síria vão abdicar dos biliões de dolares investidos na militarização do Hezbollah?
2 Comments:
E agora mais isto:
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=211558&idselect=21&idCanal=21&p=200
De um lado, o Irão, a Síria e o Líbano.
Do outro, Israel.
Will cease-fires never cease?
By Thomas Sowell
http://www.JewishWorldReview.com
How many cease-fires have there been in the Middle East — or is the number too large to remember? Over the past half century, there must have been more cease-fires in the Middle East than in the rest of the world combined.
What will this latest cease-fire do? It will give Hezbollah a breather from Israeli retaliation and allow them time to get new shipments of military equipment from Iran, rebuild their military infrastructure and prepare for the next round of attacks on Israel.
Why do these phony cease-fire scenarios keep getting repeated? Because there are too many people, including many in the media, who take the corrupt windbags at the U.N. seriously — so our political leaders have to act as if they take the U.N. seriously as well.
This is a costly charade. Among its costs are human lives. U.N. cease-fires are the ultimate in feel-good decisions made by people who pay no price for the repercussions.
No one in his right mind believes that either the Lebanese army or the U.N. "peacekeepers" will disarm Hezbollah. The track record of both is virtually a guarantee that Hezbollah will be able to resume war against Israel at whatever time and place it chooses.
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