Carta a um amigo
"Não agir segundo a razão, não agir segundo o logos, é contrário à vontade de Deus", considero correcto na chamada de atenção, mas será que é hoje possível discutir isto no mundo actual a não ser em meios onde a discussão seja livre da censura?
Já se viu que tal é impossível nos media porque não tem interesse politico, porque a politica hoje utiliza, ou por má ventura, sempre utilizou a demagogia primeiro e nunca a razão. Porquê? Porque a Razão não interessa, não é rentável, porque desarma o ódio, utilizando aqui o que discutia Séneca, cujo pensamento se identifica a meu ver com o pensamento Cristão. Ao argumentar com palavras justas, nem sempre defende ideias com justeza, porque apenas fala dos fundamentalistas, esquecendo que estes são minoritários no Islão.
Já se viu que tal é impossível nos media porque não tem interesse politico, porque a politica hoje utiliza, ou por má ventura, sempre utilizou a demagogia primeiro e nunca a razão. Porquê? Porque a Razão não interessa, não é rentável, porque desarma o ódio, utilizando aqui o que discutia Séneca, cujo pensamento se identifica a meu ver com o pensamento Cristão. Ao argumentar com palavras justas, nem sempre defende ideias com justeza, porque apenas fala dos fundamentalistas, esquecendo que estes são minoritários no Islão.
Pensando alto e trazendo à memória as seitas do Islão, enumero:
Os Xiitas que defendem que a Comunidade dos Crentes foi liderada por doze imãs, iniciada por Ali e continuada pelos seus descendentes até Muhammad Al-Muntazar, que “desapareceu” em Samarra nos finais do século IX, ainda criança, onde leva uma vida sobrenatural. E até que esse imã regresse como mahdi messiânico, tudo é ilegítimo, tudo é suspeito. Dentro de todas estas seitas, Duodecímanos, Zaiditas, Ismaelitas, Fatimidas, Nizaritas , Drusos e Carmácios.
A luta dos Xiitas a respeito dos critérios de consanguinidade para designação dos imãs não é aplicável aos Kharijitas e não aceitam o carácter da escolha do califa (imã) que segundo eles, se deve basear no mérito e na competência.
No mundo ortodoxo e subserviente dos Sunitas, os maiores conflitos não provêm da genealogia dos imãs, como no mundo xiita, mas de lutas ferozes em função do critério do livre-arbítrio. Uns abstêm-se de julgar os pecadores, que não consideram ser do domínio terreno ( Muriistas), os Qadaritas (Bagdad) atribuem um papel relevante à vontade do indivíduo, compressora da vontade divina, outros os Acharitas defendem o fatalismo que não exclue a responsabilidade. Preocupa-se em mitigar o antropomorfismo de Alá. Este teria duas faces e duas mãos, mas as duas mãos seriam direitas, diferentes da dos homens.
E os Cristãos e Judeus quantas seitas têm? Cansei de citar e vou pensar em voz alta de novo se o meu amigo me permitir e tiver paciência.
Quando disse que não considerava reconquista, mas sim conquista, penso que não errei. Nessa altura até surgirem novas vagas do norte de África não existiam moçarabes e igrejas cristãs respeitadas e com liberdade de culto? O fundamentalismo integrista que diferença faz de tantos outros fundamentalismos, em que a intolerância e o ódio se ocultam, sob a capa do despojamento e da ascese?
Mudando de rumo, será que o medo da cultura islâmica não será o medo que nós, os que vivemos no Al Andaluz, temos da destruição dos valores fundamentais que os nossos ancestrais nos ensinaram como certo e que sob a capa da tolerância admitimos tudo, (o que se está a tornar impossível de aceitar), porque deixámos ou permitimos, pelos que têm mais meios que nós, que passassem para a rua ideias que destruíram os pilares da sociedade? A Família, e o respeito pelos pais e avós, o respeito pela vida e pelo mundo em geral que nos foi legado, a “Todos”, a justiça que não cobra o que deve, a aceitação de que o poder de facto apenas reside no poder do dinheiro, sem interessar por que meios. Veja-se a naturalidade com que as televisões aceitam a troca de casais, a imprecação de estilistas que odeiam as mulheres, e que querem esqueletos ambulantes como modelos, para mostrar os trapinhos que fazem e a que chamam de moda e a obrigatoriedade que temos de assistir às manifestações de homossexuais como se fosse a coisa mais natural do mundo e qualquer dia obrigatória pelo politicamente correcto, não optando pelo recato, mas pela exibição.
Será que não é isto que o Islão teme?
E nós ainda tememos? E destes quantos?
A quem interessa que o exército de crentes nas coisas tidas como boas diminua e enfraqueça?
Roma não teve medo antes de ser cristã? Faltavam sábios na Roma de Nero e depois de Nero?
O disparate da invasão do Iraque e chamar de disparate a uma acção de corso, roubo e pirataria, será no mínimo benevolente, levou a quê? Não levou ao enriquecimento de todos os que dizem defender a justeza de ideias em relação a uns e a desgraça em relação a outros, sob a capa do novo fundamentalismo a que chamam de democracia a todo o custo, criando um novo deus, esse sim, um deus menor, que não um Deus das pequenas coisas ou um Deus dos fracos e oprimidos deste mundo, alheio ao deus do dinheiro e do poder transformado em deus? Reparou como utilizo palavras cifradas não acusando o que é óbvio? Levou ainda ao aumento do ódio, ao aumentar do desprezo pela vida terrena por parte dos jovens suicidas, manipulados é certo; mas que faria um homem que vê um bando de arruaceiros ocuparem o seu quintal, insultarem e violarem as suas mães e irmãs, levarem ou maltratarem os seus filhos varões, por suspeita de poderem vir a ser ( insurgentes, palavra interessante…), destruindo tudo o que era bem comum?
Não será isto que os fundamentalismos exploram sob a capa, uns, os do politicamente correcto dos secularistas evangélicos da nova vaga e do ocidente, e outros, os integristas muçulmanos, sob a capa da literacia, da ascese e do despojamento?
Somos diferentes? Teremos medo do confronto das ideias e da discussão da razão ou do logos? Poderemos realmente ser livres de o fazer, por já ser tarde e porque o império das trevas se abateu sobre nós?
Fique bem meu caro amigo e em paz.
Os Xiitas que defendem que a Comunidade dos Crentes foi liderada por doze imãs, iniciada por Ali e continuada pelos seus descendentes até Muhammad Al-Muntazar, que “desapareceu” em Samarra nos finais do século IX, ainda criança, onde leva uma vida sobrenatural. E até que esse imã regresse como mahdi messiânico, tudo é ilegítimo, tudo é suspeito. Dentro de todas estas seitas, Duodecímanos, Zaiditas, Ismaelitas, Fatimidas, Nizaritas , Drusos e Carmácios.
A luta dos Xiitas a respeito dos critérios de consanguinidade para designação dos imãs não é aplicável aos Kharijitas e não aceitam o carácter da escolha do califa (imã) que segundo eles, se deve basear no mérito e na competência.
No mundo ortodoxo e subserviente dos Sunitas, os maiores conflitos não provêm da genealogia dos imãs, como no mundo xiita, mas de lutas ferozes em função do critério do livre-arbítrio. Uns abstêm-se de julgar os pecadores, que não consideram ser do domínio terreno ( Muriistas), os Qadaritas (Bagdad) atribuem um papel relevante à vontade do indivíduo, compressora da vontade divina, outros os Acharitas defendem o fatalismo que não exclue a responsabilidade. Preocupa-se em mitigar o antropomorfismo de Alá. Este teria duas faces e duas mãos, mas as duas mãos seriam direitas, diferentes da dos homens.
E os Cristãos e Judeus quantas seitas têm? Cansei de citar e vou pensar em voz alta de novo se o meu amigo me permitir e tiver paciência.
Quando disse que não considerava reconquista, mas sim conquista, penso que não errei. Nessa altura até surgirem novas vagas do norte de África não existiam moçarabes e igrejas cristãs respeitadas e com liberdade de culto? O fundamentalismo integrista que diferença faz de tantos outros fundamentalismos, em que a intolerância e o ódio se ocultam, sob a capa do despojamento e da ascese?
Mudando de rumo, será que o medo da cultura islâmica não será o medo que nós, os que vivemos no Al Andaluz, temos da destruição dos valores fundamentais que os nossos ancestrais nos ensinaram como certo e que sob a capa da tolerância admitimos tudo, (o que se está a tornar impossível de aceitar), porque deixámos ou permitimos, pelos que têm mais meios que nós, que passassem para a rua ideias que destruíram os pilares da sociedade? A Família, e o respeito pelos pais e avós, o respeito pela vida e pelo mundo em geral que nos foi legado, a “Todos”, a justiça que não cobra o que deve, a aceitação de que o poder de facto apenas reside no poder do dinheiro, sem interessar por que meios. Veja-se a naturalidade com que as televisões aceitam a troca de casais, a imprecação de estilistas que odeiam as mulheres, e que querem esqueletos ambulantes como modelos, para mostrar os trapinhos que fazem e a que chamam de moda e a obrigatoriedade que temos de assistir às manifestações de homossexuais como se fosse a coisa mais natural do mundo e qualquer dia obrigatória pelo politicamente correcto, não optando pelo recato, mas pela exibição.
Será que não é isto que o Islão teme?
E nós ainda tememos? E destes quantos?
A quem interessa que o exército de crentes nas coisas tidas como boas diminua e enfraqueça?
Roma não teve medo antes de ser cristã? Faltavam sábios na Roma de Nero e depois de Nero?
O disparate da invasão do Iraque e chamar de disparate a uma acção de corso, roubo e pirataria, será no mínimo benevolente, levou a quê? Não levou ao enriquecimento de todos os que dizem defender a justeza de ideias em relação a uns e a desgraça em relação a outros, sob a capa do novo fundamentalismo a que chamam de democracia a todo o custo, criando um novo deus, esse sim, um deus menor, que não um Deus das pequenas coisas ou um Deus dos fracos e oprimidos deste mundo, alheio ao deus do dinheiro e do poder transformado em deus? Reparou como utilizo palavras cifradas não acusando o que é óbvio? Levou ainda ao aumento do ódio, ao aumentar do desprezo pela vida terrena por parte dos jovens suicidas, manipulados é certo; mas que faria um homem que vê um bando de arruaceiros ocuparem o seu quintal, insultarem e violarem as suas mães e irmãs, levarem ou maltratarem os seus filhos varões, por suspeita de poderem vir a ser ( insurgentes, palavra interessante…), destruindo tudo o que era bem comum?
Não será isto que os fundamentalismos exploram sob a capa, uns, os do politicamente correcto dos secularistas evangélicos da nova vaga e do ocidente, e outros, os integristas muçulmanos, sob a capa da literacia, da ascese e do despojamento?
Somos diferentes? Teremos medo do confronto das ideias e da discussão da razão ou do logos? Poderemos realmente ser livres de o fazer, por já ser tarde e porque o império das trevas se abateu sobre nós?
Fique bem meu caro amigo e em paz.
7 Comments:
Num forum obscuro li a ultima "teoria da evolucao" que reza assim:
Primeiro apareceu a religiao judaica com o book sagrado.
Esta foi seguida pela religiao crista com melhoramentos que se notaram no mesmo livro.
Depois veio a religiao islamica, tambem do tal livro, que, seguindo a "logica", so pode trazer mais coisas "boas".
Isto foi escrito por um mangoelas qualquer que se julga tambem como possuidor do dom da videncia divina.
Sera anedota?
"THE QUEEN was praised yesterday after converting a room at Windsor Castle into a MOSQUE.
She took the historic step so Muslim staff have a quiet place to pray during Ramadan, Islam’s holiest month.
And the part-time sales assistant who asked for the special area has hailed the Queen as “an example to the world”.
Thrilled Nagina Chaudhry, 19, of Slough, Berks, said: “I can’t believe the Queen went to so much effort. She pulled out the stops to create a prayer room for me and other Muslim staff.
“It was an incredible act of kindness within her own home.
“The Queen is the head of the Church of England so it’s great to know she respects other people’s faith.”
Muslims fast during daylight through Ramadan, which began on Sunday. The prayer room is in a former office in the Saxon Tower, close to the castle’s St George’s Chapel.
A castle spokeswoman said: “We have staff from all walks of life. So when people request facilities for their beliefs we try and provide them.”"
http://www.thesun.co.uk/article/0,,2-2006450503,00.html
Espera-se que um gesto semelhante venha do rei da Arabia Saudita para com os cristãos.
Sim, porque os islamitas são muito respeitadores das crenças alheias e amam a paz....
ai ai...não sei não em que é que a raínha se terá metido!!
isto agora vai servir de exemplo, e tudo o que estiver em solo de sua magestade, vai passar a ter de ter "obrigatóriamente" uma salinha para os muçulmanos com uma plaquinha na porta "al-pray for al-peace al-here - no al-women al-allowed"
... já estou a imaginar a 1ª na repartição de finanças de edgware road ali para os lados de marble arch! eheh
noutros tempos acho que teria achado muito simpático o gesto da tia betty...mas parece que até ela já está possuída pelo sindroma de estocolmo!
Ora vejam esta:
http://hotair.com/archives/2006/09/28/jihad-watch-pope-rage/
e.....
Convite ao Eco da Noticia para comentarem este trabalho
1 - http://www.youtube.com/watch?v=tbznv15JQ5M&eurl=
2 - http://www.youtube.com/watch?v=cd30pyNZMMc&eurl=
3 - http://www.youtube.com/watch?v=2ZGv0I4FSLg&eurl=
4 - http://www.youtube.com/watch?v=K10x-2TeiFk&eurl=
Terao certamente bom material para debater num forum de referencia como aquele.
""THE QUEEN was praised yesterday after converting a room at Windsor Castle into a MOSQUE."
Isso não me incomoda. É apenas mais um sinal de que o Ocidente não precisa de lições sobre liberdade de expressão ou tolerância da maioria dos países islâmicos.
Quem é mangoelas e onde se pode ver?
Fiquei curiosa.
Please, al-draba!
Enviar um comentário
<< Home