sábado, outubro 28, 2006

Queixa-Crime: ___ Contra Desconhecidos !

[... tentei explicar ao enxame de jornalistas que imediatamente me caiu em cima que o simples facto de darem eco àquele blogue anónimo, sem verificarem previamente o fundamento da acusação gravíssima que me era feita, equivalia a transformar uma mentira privada, ditada pelo despeito e inveja, numa calúnia produzida à vista de milhares. Com esta agravante decisiva: o único meio de que disponho para defender eficazmente a minha honra e o meu trabalho, que é o tribunal, está-me vedado, pois não sei de quem me queixar e quem fazer condenar como caluniador.
Não sendo esta a regra, como poderá alguém, por exemplo, defender-se convincentemente de um blogue anónimo que o acuse de pedofilia, tráfico de drogas ou qualquer outra coisa abominável? Tentei explicar que, perante isto, não bastava reproduzirem a acusação e ouvirem a minha defesa. Era pelo menos necessário que lessem os dois livros e percebessem que tudo aquilo era absurdo e que a aposta deste manipulador anónimo era justamente a de que os jornalistas não se dessem a incómodos.
Foi tudo em vão, claro. Responderam-me que o outro livro não estava disponível em Portugal e que, “face à gravidade da acusação” (justamente...), não se podia ignorar o assunto, pois, como me explicou sabiamente um jornalista eufórico, “a bola de neve está a correr e é imparável”. E correu. E foi. Dos tablóides ao respeitável ‘Público’ - onde, confessando-me não ter conseguido obter o livro supostamente plagiado (e, se calhar, sem sequer ter lido o meu...), uma jornalista escreveu, preto no branco: “Há muitas ideias parecidas e frases praticamente iguais”. E, assim, com esta ligeireza, se suja a honra de uma pessoa e se enxovalham anos e anos a fio de trabalho, esforço e imaginação.
O que já sabia dos blogues confirmei: em grande parte, este é o paraíso do discurso impune, da cobardia mais desenvergonhada, da desforra dos medíocres e dessa tão velha e tão trágica doença portuguesa que é a inveja. Mas fiquei a saber, e não sabia, que os blogues, mesmo anónimos, são uma fonte de informação privilegiada e credível para o nosso jornalismo.]
Hoje, no Expresso.
Plágios, à parte ! Miguel Sousa Tavares tem absoluta razão.
A Blogosfera é uma "arma" que na mão de alguns pode-se tornar perigosa.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois. Mas neste caso, caríssima DIANA F., não há que pôr os "plágios à parte", porque eles, os plágios, são o corpo do delito. E mim não me espantou. O delito. Nem o delinquente.

sábado, outubro 28, 2006  
Blogger PA said...

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Caro "a mim me parece",

Quando afirmei "plágios à parte", não houve, da minha parte, qualquer intenção de "branqueamento" do eventual plágio praticado por MST. Pelo contrário, intencionalmente, omiti um juízo de valor sobre a existência de plágio. E explico porquê: não li o "Equador", e muito menos, o livro indicado como obra plagiada. Por isso, não reuno as condições necessárias para tal juízo. Não confirmo, nem infirmo.

Centrei a importância deste episódio, no âmbito da Blogosfera, porque é de facto uma preocupação que me assiste. O nome das pessoas, pessoal e profissionalmente, pode ser lançado para a lama com a maior das facilidades, e num tempo "supersónico". Já viu ???

Portanto _________ Cuidado com o Cão !!!

Abraço

[Às vezes tenho a sensação que o "conheço". Talvez seja só sensação...]

domingo, outubro 29, 2006  

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