Solitária.
"Estão fechados em celas individuais durante 23 horas por dia, e quando saem ao recreio, meia hora de cada vez, também não lhes é permitida companhia. Estas são as condições em que vivem, há quase meio ano, na Secção de Segurança do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, os moldavos Ivan Bahrin e Simion Tegarescu, mas também "outros reclusos de Leste" que a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP) não identifica, nem quantifica. A DGSP foi pouco generosa na resposta às questões do JN. Pouco mais fez do que afirmar que continua a justificar-se o castigo aplicado aos dois reclusos, que Bahrin foi condenado pelos crimes de homícidio classificado e extorsão, e que Tegarescu cumpre pena por homício qualificado, associação criminosa, extorsão na forma tentada e auxílio à imigração ilegal. Ana Costa de Almeida esclarece que o processo deste moldavo está pendente no Tribunal Europeu de Justiça, questionando, por outro lado, o interesse da DGSP em informar que Tegarescu também está a ser julgado pela presumível participação num homicío ocorrido na cadeia de Vale de Judeus. Além da advogada Ana Costa de Almeida, há um grupo de cidadãos de Coimbra que vem procurando acompanhar a situação dos reclusos Ivan Bahrin e Simion Stegarescu e dar conta do estado de desânimo dos moldavos, dos seus avanços e recuos na intenção de entrar em greve de fome. É a advogada, contudo, que tem podido visitar os reclusos e que, por isso, se tem apercebido dos efeitos da solidão. "Estão mais magros e cada vez mais deprimidos (mais aqui)"
Se estão na solitária é porque são boas pessoas. E enquanto Ivan Bahrin e Simion Stegarescu estão cada vez mais magros e deprimidos, os assassinados às suas mãos continuam a engordar e estão longe de apresentar sinais depressivos. Mais. Não há quem lhes oiça uma única queixa.
De louvar o trabalho da advogada e dos cidadãos preocupados. Convém que os artistas mantenham as suas qualidades para, quando saírem, poderem assassinar mais gente. E ainda dizem mal desta democracia concebida a pensar nos criminosos.
De louvar o trabalho da advogada e dos cidadãos preocupados. Convém que os artistas mantenham as suas qualidades para, quando saírem, poderem assassinar mais gente. E ainda dizem mal desta democracia concebida a pensar nos criminosos.
3 Comments:
"...."Estão mais magros e cada vez mais deprimidos..."
Deviam era de estar contentes. a gordura mata... e a depressão cura-se quando arranjarem um "namorado"...
É impressionante a falta de senso de quem expressamente aceita e defende que os reclusos devem ser gratuitamente maltratados e humilhados, como se daí adviesse bem algum para a sociedade aquando da sua libertação. É tendo como cumplice este tipo de mentalidade que, enquanto uns (quaisquer que sejam, bem ou mal condenados, que a nós não nos compete saber e julgar) são atirados sem razão para o buraco durante anos, a outros deixam até sair de mansinho pela porta das traseiras. Mal de quem hoje aceita abusos por quem tem poder, pois sempre haverá momento em que também estará sujeito a eles.
De louvar efectivamente a denúncia e abordagem de um problema que descredibiliza por completo o sistema prisional português. Estar há meio ano fechado num cubículo sem razão deve ser de facto a melhor forma de ressocializar alguém num país civilizado! Se mataram ou não alguém não sabemos e pouco interessa. Estão a cumprir as suas penas. A única coisa certa é que quem quer que seja, depois de meio ano fechado 23 horas por dia em 8 m2 sem motivo, teria já vontade de matar alguém! Será essa a lógica da coisa?
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