30 de Novembro de 1943
Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill e Josef Stalin chegaram a acordo sobre a planeada invasão da Europa em Junho de 1944 chamada Operação Overlord.
Foi em Teerão que pela primeira vez Estaline ouviu falar da Operação Overlord, o nome código do grande desembarque anglo-saxão nas costas da França atlântica, que seria realizado em 6 de Junho de 1944, coordenado com a invasão do sul daquele mesmo país. Estaline não aceitara o plano de Churchill de uma operação de vulto partindo dos Balcãs, para dali abrir um flanco na defensiva alemã da Europa Central. Achou que aquilo era pura tergiversação, uma embromação de Churchill feita às custas do Exército Vermelho que ainda tinha que passar por um inferno para empurrar os alemães para fora da Rússia. Para ele era evidente que o caminho mais curto para o fim a guerra era simplesmente os aliados ocidentais atravessarem o Canal da Mancha, libertar a França, ocupar a região industrial do Ruhr, e, sintonizados com os soviéticos vindos do leste, levar os nazistas à capitulação. Roteiro que rapidamente ganhou o apoio de Roosevelt. Em troca desse gesto, da folga que o soldado russo teria, Salina comprometeu-se – assim que a guerra contra Hitler se encerrasse –, a declarar guerra ao império japonês para acelerar o fim do conflito na Ásia.
Os “Três Grandes”, aproveitando a ocasião, também acertaram que as operações militares de maior vulto seriam doravante sincronizadas, fazendo com que uma ofensiva no fronte ocidental fosse de imediato seguida por um ataque no fronte oriental. Dessa maneira, agindo como um torniquete, as forças armadas aliadas levariam o regime de Hitler à sufocação e à derrota final. O que para acontecer arrastou-se ainda por dolorosos e sangrentos 18 meses de guerra. O único momento emotivo daquele primeiro encontro dos “Três Grandes”, deu-se por ocasião da entrega solene de um presente a Salina. O ditador, que parecia sempre ser uma esfinge aos seus parceiros da conferencia, frio, desconfiado e distante, veio a derramar discreta lágrima quando Churchill presenteou-o, em nome de Sua Majestade britânica, com uma bela espada cravejada em honra à vitória militar soviética em Estalingrado.
Ditador soviético escolheu a capital dos persas alegando que não podia afastar-se da frente de guerra, visto que as decisões mais importantes dependiam sempre dele. Mas com a chegada do inverno na Rússia, as grandes manobras foram suspensas, permitindo que ele embarcasse para um encontro de 4 dias. Os aliados ocidentais queriam saber o que ele pretendia fazer com a Polónia, rota natural a seguir para quem desejasse atingir Berlim e destruir o regime de Hitler. Salina fez ver aos seus aliados que a URSS não permitiria em hipótese alguma a instalação de um regime hostil ao comunismo, pois fora do território polaco que Hitler desencadeara a terrível invasão de 1941. Acenou com a possibilidade de dar aos polacos, depois da guerra vencida, parte do território da Prússia Oriental desde que os aliados aceitassem ele abocanhar um pedaço da Polónia do leste. Os “Três Grandes”, como passaram a ser chamados pela imprensa, comprometeram-se também a ajudar, em armas e instrutores, a guerrilha jugoslava (na época dividida entre os partisans de Tito, um comunista, e os cetniks comandados pelo coronel monarquista Draza Mihailovic), que conseguira o feito de imobilizar nos Balcãs mais de 200 mil soldados alemães.
Estaline aceitou o princípio defendido por Roosevelt da “ rendição incondicional”, isto é, os alemães teriam que depor as armas sem poder fazer qualquer tipo de exigência e os três aliados se comprometiam a não fazer qualquer tipo de acordo ou paz em separado com Hitler, ou com um seu possível sucessor. O presidente americano e o primeiro-ministro britânico se comprometeram a abrir um segundo fronte em Maio do ano seguinte, promessa que era música para os ouvidos de Salina, desejoso que o ónus da guerra fosse equitativamente dividido entre russos, americanos e britânicos (o generalíssimo enfatizou que eram os soviéticos quem enfrentavam 75% das divisões alemãs. Eram as melhores, as mais equipadas e as mais combativas).
A pensar no após-guerra
A cúpula de Teerão igualmente serviu para que Roosevelt expusesse os seus planos para a após-guerra. Imaginou, retomando o ideário do presidente Woodrow Wilson, a fundação de uma instituição internacional que substituísse a malfadada Liga das Nações (que viria a ser a ONU), “baseada no princípio de igual soberania entre todas as nações pacíficas”. Instituição que seria a responsável, num mundo democratizado, pela garantia da paz e da segurança dos povos da Terra. Seria um grande areópago de Quatro ou Cinco potências (EUA-GB-URSS- França ou China), com assentos permanentes num Conselho de Segurança, frente a uma Assembleia-geral aberta a todos. Aquele clube dos grandes do mundo, que a imprensa mais tarde chamou de as “quatro polícias” teria o papel de supervisionar os conselhos regionais, um para cada continente, para impor um clima de ordem e tranquilidade no planeta inteiro.
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