O valor do anonimato.
"Quando, recentemente, um blogger anónimo acusou o Miguel Sousa Tavares de plágio, eu não perdi tempo a reler o Equador e menos ainda a procurar o Freedom at Midnight. Entre o Miguel Sousa Tavares, que eu considero um homem de carácter, e um blogger anónimo, eu opto pelo Miguel Sousa Tavares. Portanto, não há plágio. E a questão ficou resolvida assim."
Pedro Arroja no Blasfémias.
Não é pelo simples factos de serem anónimos que se vai retirar imediatamente toda a possível credibilidade e deixar de exercer o devido espírito crítico sobre o escrito. Até porque para os menos atentos não passa despercebido o facto de haver informação nos blogues que ajuda ao apuramento da verdade dos factos. Efectivamente a Blogosfera não é "paraíso da cobardia desavergonhada", da "desforra dos medíocres" e da "inveja". Se de facto há quem aproveite a anonimato para dar assas a mediocridade e má formação pessoal, também há quem através do anonimato faça revelações que de outra forma a democraticidade deste país não permitiria. Além disso medíocres e invejosos existem em toda à parte.
Quanto ao caso em apreço leia-se o soberbo comentário do amigo José da Grande Loja.

12 Comments:
Que pena o blog ter sido removido ou estar indisponivel!! pelo menos e o k diz quando se tenta aceder ao endereco! espero que nao seja a inquisicao portuguesa a fazer das suas!!
Porque será que não se consegue aceder ao blog?
Porque passou por lá a censura ou porque resolveu cobardemente fugir depois de atear a fogueira?
Porque será que me lembrei de um outro caso semelhante, passado num outro blog, que dizia só falava verdade e de repente fugiu à responsabilidade ou perdeu a liberdade?
Isto até parece bruxedo.
o MST sempre foi um indivíduo que gosta de deitar os outros abaixo para desta forma se elevar... infelizmente existem muitos como ele... existem muitos ex-jornalistas que não se importavam nadinha se ele fosse corrido de volta para donde veio corrido, existem até uma data de militares que andam doidinhos para lhe retribuir os mimos, mais que muitos, pelo que sei! Existem igualmente muitos estivadores de Leixões que andam doidinhos para lhe dar uns abraços; existem uma data de gente doidinha para lhe fazer umas festas, bem merecidas, aliás, que o senhor não tem tento na língua e desata a ofender e rebaixar tudo e todos, sua excelência é um notável peralta e um narcisista asqueroso. Não existe maior cretino que aquele que, sabendo que o é, insiste em demonstrá-lo a nível de campanha publicitária, logo, sendo pessoa versada em leis, sabe que tal atitude não tem punição criminal neste país... o que não quer dizer que possa exercer a actividade de cretino impunemente, e menos ainda sem pagar imposto sobre o exercício da actividade de cretino. Vá, anda lá, vai lá queixar-te à judite que te chamei cretino... e mais alguns mimos! Olha só o meu ar de preocupado:
O Sr. Miguel Sousa T. sempre teve a arrogancia de se achar mais inteligente do que os outros.Mas sempre que alguem o desmascara e o faz descer do pedestal, para junto dos comuns mortais, ele fica furibundo... e dispara para todos os lados.
Por questões de natureza pessoal, nunca lerei "Equador" de Miguel Sousa Tavares, que, de resto, existe cá em casa e do qual a minha mulher gostou.
Nunca lerei um romance de Sousa Tavares, porque sempre o tive na conta, injustamente ou não, de um autoconvencido e arrogante. Nunca esquecerei a mesquinhez de uma entrevista feita a Vasco Gonçalves, em directo na televisão, onde insistiu "ad nauseum" em saber que legitimidade tinha o General para fazer o que fez enquanto primeiro-ministro. Nunca esquecerei a forma como, em minha opinião, tratou Noam Chomsky - o mais reputado dos linguistas-, numa sua estada em Lisboa, penso que a convite do Partido Socialista.
Não concordo com a apreciação que Sousa Tavares faz de todos os "blogs". Em minha opinião trazem qualidade à democracia, porque posso ler para além dos comentários de Sousa Tavares na TVI e noutros espaços, onde ele e outros pontificam, guardando o espaço a sete chaves.Há mais portuguese com qualidade e capazes de escrever e comentar como Sousa Tavares. Só que as portas abrem-se sempre para os mesmos. E isto é democracia sem qualidade.
Porém, a acusação de plágio cheira-me a uma qualquer vingança. E feita a coberto do anonimato é uma atitude inqualificável. Quem acusa, que dê a cara!
Altivez é coisa que não falta a Sousa Tavares, concorde-se ou não com ele.
Estive a ler o tal blog que fala neste caso e constato que os que escreveram o artigo nunca falaram de plágio. Referem é que ele copiou diversos trechos, mas nunca escreveram a palavra plágio.
Os que os acusam de dizer essa palavra fá-lo-ão em manobra de contra-informação, ou mesmo para os comprometerem?
A bem da democracia e da verdade, desejo que este assunto fique esclarecido, pois estas coisas não podem acontecer num país civilizado.
Quem procedeu mal, sejam uns ou outro, deve ser responsabilizado pela acção cometida.
Senão Portugal continuará a ser apenas uma democracia de "trazer por casa".
Cidadão Atento e Anónimo,
Se quizerem ter acesso, ao que lá estava escrito, eu posso enviar-vos.
Tenho o texto do blog e talvez uns 450 comentários, tudo guardado.
Guardei porque já calculava que iria desaparecer. "Produto" demasiado "volátil".
E não tive pachorra para ler de seguida as centenas de comentários produzidos.
Aqui e ali ... alguns bem interessantes.
Ao vosso dispôr.
Suponho que terá sido o Assur que escreveu o que segue abaixo:
"Se de facto há quem aproveite a anonimato para dar asas a mediocridade e má formação pessoal, também há quem através do anonimato faça revelações que de outra forma a democraticidade deste país não permitiria."
Agora o meu comentário:
Caro Assur, ainda tenho as minhas dúvidas, e sinceramente estou em fase de reflexão sobre o assunto, se uma possível ética da e/ou na Blogosfera ... já para não falar de questões de natureza jurídica, das quais não me sinto à vontade para debater .... deva aceitar esta condição de anonimato para fazer revelações (denúncias, mais propriamente), num regime de democracia, ... de respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
À partida, não me parece, nem me agrada.
Até ver.
Pelos vistos, o Arroja acha que "um homem de carácter" - na sua opinião, é claro - pode fazer o que quiser que nunca será um plagiador.
Ora, bolas para a lógica subjacente a tal raciocínio.
Acho que o Arroja só tem que abrir cartório e passar a emitir certidões de carácter.
Chiça!!!
É um debate sério, demasiado sério, pelas consequências na vida de qualquer cidadão, figura pública ou não, de um episódio como o que retrata, a divulgação sob a forma de Blog, do eventual plágio, na obra Equador de MST. Ontem foi ele, hoje ou amanhã pode ser um de nós, alvo de um “ataque” com estes contornos. Ressalvo que não me une qualquer simpatia à personalidade em questão. Bem pelo contrário. Abomino muitas das suas “miseráveis” opiniões. Portanto passo “ao lado” do dossier MST, propriamente dito.
Relevo três excertos do texto de Arroja no Blasfémias, que me parecem "tocar" pontos críticos, deste tema, sem contudo lhes dar uma solução ou resposta cabal.
1 - "Naquele que é, provavelmente, o mais persuasivo de todos os ensaios jamais escritos acerca da liberdade de expressão, John Stuart Mill acabou por se confrontar, sem nunca o resolver, com o problema crucial da liberdade, que é o de saber quais os limites - se é que existem alguns limites - a impôr à liberdade."
2 - "A internet veio destruir aquele que era, provavelmente, o último limite à liberdade de expressão - a responsabilização pessoal de quem se exprime. Pela via do anonimato, a blogosfera veio liberalizar, de uma forma praticamente absoluta e gratuita, o boato, a suspeição, a calúnia, o insulto, o assassínio de carácter."
3 - "Não resta senão confrontar [a realidade] lá em baixo na arena."
-----------------------------------
Ficam em aberto as seguintes questões:
Quais os limites da liberdade?
A ausência de responsabilização pessoal na Internet como um dado adquirido.
Nada a fazer?
Como confrontar a IMPUNIDADE na Net???
Não consegui ler todo o texto, da Grande Loja, por falta de tempo, mas o que li agradou-me profundamente, como reflexão séria, do eterno debate que é (e será) o acto de comunicar, agora acrescido desta nova dimensão que é _______ o online !!
Se o voto em democracia é anónimo, qual o problema em que os comentários também o sejam?
Não há dúvidas que a cobardia debaixo do manto do anonimato tem muito mais coragem...
Enviar um comentário
<< Home