Doutores
"Procura um retrato fiel do seu país? Gostava de prever o futuro próximo do seu país? Não se canse mais. Está tudo nas páginas dois e três da edição da passada terça-feira (2 de Janeiro) do 'Jornal de Notícias'.
Eis o resumo do Ensino Básico ao Ensino Superior, são em número crescente os alunos que plagiam trabalhos na Internet, para depois os apresentarem como seus. O mercado é de tal forma apetitoso que há quem se dedique a tempo inteiro a esta lucrativa actividade: produz-se biografias, teses de mestrado e de doutoramento, seja qual for a área de estudo. Basta pedir. E pagar - o preço pode chegar aos 25 000 euros (livre de impostos, claro). O crime compensa: ainda que plagiados e cientificamente débeis (para dizer o menos), os trabalhos são muitas vezes aprovados por júris "amigos".
Respire fundo. O pior está para vir. Há professores que estimam o seguinte em cada 10 trabalhos que recebem dos seus alunos, oito são plagiados. Há professores (poucos) que se dão ao trabalho de procurar na Internet os retalhos que compõem a manta, para tentar apanhar os plagiadores. E há professores (muitos) que não se dão a esse trabalho. Porque dá trabalho. A tramóia está identificada nos países que se levam a sério. Há programas informáticos que permitem detectar a fraude. Em Portugal acontece isto: as universidades, os departamentos das universidades, os ministros que tutelam a Educação e o Ensino Superior, o Governo..., o país não quer saber. Por que haveríamos de querer saber? O desenrascanço, o facilitismo, o chico-espertismo, está tudo nos nossos genes. É tudo tão atávico que correríamos o risco de nos anular se fôssemos diferentes. Não é bem mais interessante ouvir os professores, os sindicatos e os ministros a discutir a aparência dos problemas, em vez da sua essência? "
paulo ferreira.
Eis o resumo do Ensino Básico ao Ensino Superior, são em número crescente os alunos que plagiam trabalhos na Internet, para depois os apresentarem como seus. O mercado é de tal forma apetitoso que há quem se dedique a tempo inteiro a esta lucrativa actividade: produz-se biografias, teses de mestrado e de doutoramento, seja qual for a área de estudo. Basta pedir. E pagar - o preço pode chegar aos 25 000 euros (livre de impostos, claro). O crime compensa: ainda que plagiados e cientificamente débeis (para dizer o menos), os trabalhos são muitas vezes aprovados por júris "amigos".
Respire fundo. O pior está para vir. Há professores que estimam o seguinte em cada 10 trabalhos que recebem dos seus alunos, oito são plagiados. Há professores (poucos) que se dão ao trabalho de procurar na Internet os retalhos que compõem a manta, para tentar apanhar os plagiadores. E há professores (muitos) que não se dão a esse trabalho. Porque dá trabalho. A tramóia está identificada nos países que se levam a sério. Há programas informáticos que permitem detectar a fraude. Em Portugal acontece isto: as universidades, os departamentos das universidades, os ministros que tutelam a Educação e o Ensino Superior, o Governo..., o país não quer saber. Por que haveríamos de querer saber? O desenrascanço, o facilitismo, o chico-espertismo, está tudo nos nossos genes. É tudo tão atávico que correríamos o risco de nos anular se fôssemos diferentes. Não é bem mais interessante ouvir os professores, os sindicatos e os ministros a discutir a aparência dos problemas, em vez da sua essência? "
paulo ferreira.
1 Comments:
Este país filho de Abril é uma autêntica bosta
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